Mudança no jogo: A diplomacia secreta do vaticano
Prezados amigos,
O papa surgiu como o herói na surpreendente mudança no relacionamento entre os Estados Unidos e Cuba. As relações mais cordiais entre os EUA e Cuba são o resultado de 50 anos de trabalho papal diplomático, muito disso em segredo. Mas a diplomacia secreta dos bastidores vem à tona de vez em quando sempre que acontece algo importante. E, nesses dias, o Vaticano está bastante feliz em contar sobre seu envolvimento, visto que isso aumenta a estatura da igreja na arena geopolítica. No mínimo, eles estão muito orgulhosos de si, embora tentem falar em termos humildes. No entanto, seu entusiasmo por seu próprio sucesso é palpável. Afinal de contas, eles querem que o mundo os veja como o intermediador da paz e o “lugar a se buscar” para negociações diplomáticas sábias.
Vamos começar com um versículo conhecido das Escrituras. Está em Apocalipse 17:1. “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas; Com a qual fornicaram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua fornicação.”
Amigos, isso é prostituição espiritual. A mulher representada aqui é a igreja. Esse é o significado de mulher em profecia bíblica. Mas não se trata de uma mulher pura, como a que você encontra em Apocalipse 12. Trata-se de uma mulher má que está sentada sobre muitas águas. Mas o que é água em profecia bíblica? Podemos ler sobre isso no versículo 15. Lá diz: “As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.”
Perceba que a mulher também está assentada sobre uma besta. Está no versículo três do capítulo 17. “E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.”
Besta, em profecia bíblica, representa um governo civil. Portanto, temos aqui uma igreja que está controlado um estado-nação, e que também se assenta, ou controla, multidões de pessoas.
A mulher sentada sobre a besta também está sentada sobre sete montes. E em Apocalipse 13:3, a Bíblia nos diz que “toda a terra se maravilhou” diante dessa entidade igreja-estado.
Perceba também que a besta tem dez chifres. Esses chifres representam reis ou poderes da terra. Está escrito no versículo 12. “E os dez chifres que viste são dez reis, que… receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta.”
Amigos, só há uma entidade no planta que cumpre com essa descrição. Trata-se de Roma, ou do papado. Mas como Roma obtém esse tipo de poder? Como o Vaticano chega ao ponto de poder manipular e controlar nações, povos, famílias e grupos linguísticos?
Provérbios 5:3-5 possui conselhos práticos bem específicos para pessoas, mas também para nações. Pense nesses versículos de uma maneira diferente da que você está acostumado. “Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes. Os seus pés descem para a morte; os seus passos estão impregnados do inferno.”
Você não acha que é assim que as nações se veem envolvidas com o papado? O papado as beija com amizade. O papado as seduz com seus encantos, estatura política, votantes que elegem seus produtos em posições de poder, etc. Sim, a princípio, podem haver benefícios doces, mas o fim deles é escravidão a uma mulher má. E tal fim é amargo e agudo, e leva à perdição. Não é isso o que Apocalipse 18:9-11 e 15 dizem que vai acontecer aos reis da terra e aos mercadores da terra? Todos estarão de longe quando Roma receber sua punição.
Ouça estes versículos: “E os reis da terra, que fornicaram com ela, e viveram em delícias, a chorarão, e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio; Estando de longe pelo temor do seu tormento… E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém mais compra as suas mercadorias… Os mercadores destas coisas, que dela se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando e lamentando…”
Este é o mistério de sua diplomacia secreta. Este é o mistério de misturar igreja e estado. Tudo vai terminar em um grande desastre para Roma e para as nações que colaboram com ela. Hoje, eu gostaria de mostrar a vocês um pouco de como isso funciona. Tenho certeza de que só vou tocar em pontos superficiais, mas o papa tem muitas, muitas ferramentas que pode usar para manipular as nações. Ele possui influência internacional e o poder de seu gabinete, tanto como chefe de estado quanto como chefe de uma igreja. Seu estado-nação dá ao papado valor entre a comunidade de nações. Ele fala em termos humildes como se falasse por Deus. Ele possui um exército de homens que penetram secreta e lentamente em posições de poder e influência. Ele possui serviços de coleta de informações inteligentes que incluem o confessionário, bem como sua central diplomática espalhada por todo o mundo em praticamente toda nação sob o sol. Ele possui, pelo menos, um bilhão de seguidores, muitos dos quais são mais fiéis a ele que a seus próprios líderes nacionais, e o ajudarão a cumprir suas metas Ele possui o movimento ecumênico, que traz outras igrejas e religiões sob sua influência e poder. Nenhum regente no planeta tem tanto poder e influência à sua disposição. Não há poder terrestre como o de Roma.
Ainda assim, a palavra de Deus demonstra seu poder pelo fato de Roma ainda não ter obtido o controle do mundo inteiro, como o fez em tempos medievais. Sem o claro testemunho das Escrituras contra ela, ela teria tido uma vida muito mais facilitada para chegar ao lugar onde está agora. Sua ressurreição às alturas do poder tem sido gradativa e meticulosamente lenta (ou, pelo menos, tem sido até agora). Roma só consegue avançar até onde Deus permitir. São os anjos de Deus que retêm os ventos de guerra que evitam que Roma recupere imediatamente tudo o que ela perdeu durante a Reforma Protestante. Mas ela tem feito progresso.
Ouça a esta declaração do livro O Grande Conflito, páginas 573.
“No movimento ora em ação nos Estados Unidos a fim de conseguir para as instituições e usos da igreja o apoio do Estado, os protestantes estão a seguir as pegadas dos romanistas. Na verdade, mais que isto, estão abrindo a porta para o papado a fim de adquirir na América do Norte protestante a supremacia que perdeu no Velho Mundo. E o que dá maior significação a este movimento é o fato de que o principal objeto visado é a obrigatoriedade da observância do domingo, prática que se originou com Roma, e que ela alega como sinal de sua autoridade. É o espírito do papado — espírito de conformidade com os costumes mundanos, com a veneração das tradições humanas acima dos mandamentos de Deus — que está embebendo as igrejas protestantes e levando-as a fazer a mesma obra de exaltação do domingo, a qual antes delas fez o papado.”
Roma tem um interesse velado em recuperar as sólidas relações positivas e de apoio dos Estados Unidos. A Bíblia predisse isso em Apocalipse 13:11-17, que vamos ler em um instante. A união de Roma com os Estados Unidos é uma das bases de seu poder. Se ela tiver o sólido apoio dos Estados Unidos, ela vai usá-la para influenciar outras nações. Mesmo se houver algumas coisas que ela não gosta a respeito da agenda dos líderes da América, como abortos irrestritos, casamento entre pessoas do mesmo sexo, etc., ela ainda pode enfatizar coisas nas quais têm um interesse mútuo e que agradem seus planos e agendas. Por exemplo, Roma apoia firmemente a nova lei de planos de saúde nos Estados Unidos, conhecida como Obamacare, mesmo havendo certos aspectos dela que ela não gosta. A razão pela qual o Vaticano gosta da nova lei Obamacare é porque ela centraliza e socializa a assistência à saúde. Ela é voltada para proporcionar mais bem-estar em uma grande escala e fazer dos Estados Unidos algo como um estado social. Roma sabe que um estado social é a melhor maneira de controlar as pessoas e mantê-las na pobreza e sob controle por medo de seu cheque de bem-estar ser cortado. A maioria dos bens e serviços em um estado social são fornecidos ou controlados pelo poder central do governo.
O resultado prático desse sistema é que, por meio do governo, o Vaticano consegue controlar as pessoas. Quando chegar o momento para ela atacar, ela terá todo o poder do estado, o qual, então, vai controlar tudo a respeito da vida social nacional, a fim de impor seus planos e adoração. Ela vai trabalhar para solucionar as coisas que não gosta quando houver um clima político mais favorável. Enquanto isso, ela vai trabalhar nas coisas que são favoráveis. Visto que o socialismo é parte de sua agenda para desfazer a constituição dos EUA, ela vai encorajar a administração continue agindo enquanto espera um melhor momento para lidar com as coisas que ela considera ser deficiências sociais.
Mas os Estados Unidos estão no topo da lista de prioridades do Vaticano. Basta ler Apocalipse 13:11 e 12. Esses versículos estão falando dos Estados Unidos da América e como ele se transforma de uma besta semelhante a um cordeiro ou uma nação gentil, em um poder mundial imponente que, finalmente, promulga leis obrigando as pessoas a adorar a outra besta, ou Roma, que se recupera da ferida mortal. Mais precisamente, os Estados Unidos, finalmente, forçam as pessoas a adorarem no estilo de Roma, ou seja, no domingo. É aí que as leis dominicais entram em cena. Há mais de dois séculos elas estão nos registros nos Estados Unidos em muitos lugares, mas, no momento, não foram executadas. Um dia, elas serão, e mais serão acrescentadas.
Permita-me ler os versículos envolvidos. “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada.”
Essa profecia está realmente dizendo que Roma e os Estados Unidos trabalham juntos para atingir os propósitos de Roma, a saber, conformidade global com a adoração religiosa de Roma, ou a adoração no domingo.
Portanto, quando o Vaticano puder colaborar com os Estados Unidos e, de fato, levá-los, sob qualquer motivação política, a fazer uma importante mudança geopolítica que correspondam às suas metas e assumir o crédito disso, Roma ficará muito satisfeita de si mesma. Além disso, ela tem solidificado sua relação e influência com os Estados Unidos de maneira mais firme.
Durante os últimos cinquenta anos, Cuba tem sido a única nação comunista com a qual o Vaticano não quebrou as relações diplomáticas, embora Cuba tenha sido oficialmente uma nação ateísta e firmemente reprimia e restringia a igreja católica, outras igrejas e judeus. A nação era oficialmente ateísta e comunista, mas o povo era, em sua maioria, católico.
http://en.wikipedia.org/wiki/Cuba
Mas a diplomacia do Vaticano com Cuba e as recentes mudanças em seu relacionamento com os Estados Unidos tem suas raízes nos idos de 1961 e 1962. Logo antes de o segundo concílio do Vaticano se iniciar, os Estados Unidos invadiram Cuba, no que ficou conhecido como a invasão da Baía dos Porcos. A invasão fracassada da Baía dos Porcos foi uma tentativa covarde por parte da CIA de depor o líder comunista revolucionário Fidel Castro, que tinha sido responsável por forçar o presidente Fulgencio Batista, um sólido aliado dos EUA, a renunciar no final de 1958. Castro assumiu o poder em fevereiro de 1959. Os americanos estavam aterrorizados com o comunismo e comunistas, e estiveram no que ficou conhecido por décadas como uma “guerra fria” com a Rússia.
A Rússia, por outro lado, estava buscando ativamente aumentar sua esfera de influência e controle de Berlim ocidental para o Caribe. Portanto, quando Cuba se tornou uma nação comunista, os americanos tinham medo de que Cuba proporcionasse à Rússia uma oportunidade de ameaçar os Estados Unidos, estando a apenas 90 milhas de distância de sua costa. A administração Eisenhower e a CIA achavam que a Rússia jamais enviaria seus mísseis nucleares a Cuba. Portanto, a CIA elaborou um plano para depor Castro em 1960 invadindo Cuba usando 1.400 combatentes paramilitares. Por quaisquer que tenham sido os motivos, o trabalho da CIA foi mal feito e a invasão mal sucedida, tendo sido derrotada pelo exército cubano. Isso envergonhou os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, solidificou fortemente a mão de Castro, que proclamou abertamente sua intenção de adotar o socialismo e solidificar os lações com a União Soviética.
http://en.wikipedia.org/wiki/Bay_of_Pigs_Invasion
Agora, era Cuba que temia outra invasão dos Estados Unidos. Portanto, ela solidificou seus laços diplomáticos com a Rússia. Em julho de 1961, Fidel Castro se encontrou secretamente com Nikita Khrushchev e solicitou suporte de mísseis da Rússia como meio de intimidação para possíveis ações dos EUA. A Rússia concordou em enviar ajuda na forma de mísseis balísticos de alcance médio e intermediário com ogivas nucleares. Cuba precisava construir vários locais para mísseis a fim de acomodá-los. Especialistas russos foram enviados para Cuba sob o disfarce de especialistas em agricultura, e começaram a trabalhar para construir uma instalação para o arsenal nuclear. Os locais para mísseis foram, finalmente, descobertos por um avião espião dos EUA, o U2. Além disso, os soviéticos também haviam enviado secretamente 100 mísseis táticos de curto alcance, também capazes de carregar ogivas nucleares, os quais os EUA só vieram a descobrir após a crise ter sido encerrada.
Quando o presidente dos EUA, John F. Kennedy, soube que os mísseis estavam sendo enviados da Rússia para Cuba e instalados a uma curta distância dos EUA, no alcance da maior parte dos EUA, ficou furioso. Em 22 de outubro de 1962, ele foi para a televisão para explicar a situação ao povo americano, que estava assustado com a expansão comunista. Também mudou a condição de prontidão de defesa dos EUA para Defcon 2, pela segunda vez na história. Ele também exigiu que o premiê soviético Nikita Khrushchev removesse os mísseis de Cuba. Khrushchev recusou-se e Kennedy estabeleceu um bloqueio naval contra quaisquer barcos que trouxessem mísseis ou suprimentos para mísseis a Cuba. Khrushchev, então, autorizou seus comandados a lançarem mísseis estratégicos, caso os EUA atacassem Cuba.
O impasse era tenso, e a tensão era palpável à medida que EUA e União Soviética estavam à beira de um desastre nuclear, o que alguns estimavam que teria matado até 100 milhões de pessoas na Rússia e 100 milhões de pessoas nos EUA. Milhões em todo o mundo estavam grudados à televisão enquanto o confronto se desdobrava diante de seus olhos. Mais tarde, o secretário de defesa dos EUA estimou que a salva inicial da guerra nuclear teria matado 2,5 milhões de pessoas.
http://en.wikipedia.org/wiki/Cuban_missile_crisis
http://www.crisismagazine.com/2011/preventing-war-pope-john-xxiii-and-the-cuban-missile-crisis
Enquanto isso, o Vaticano estava ocupado em iniciar o segundo concílio do Vaticano, que teve início em 12 de outubro de 1962. O segundo concílio do Vaticano ia mudar o modo como a igreja católica se relacionava com outras igrejas e religiões. Foi o concílio papal que estabeleceu o movimento ecumênico, que seria usado como meio para reduzir o preconceito contra a igreja católica e trazer outras igrejas e fés para uma conexão mais íntima e frequente com ela. Isso mudaria o mundo e daria ao papa muito mais influência e poder por meio do apoio político de centenas de milhares através de suas vozes e votos. Finalmente, muitos seriam levados de volta ao seio de Roma. Mas, de volta a 1962, à medida que a tensão geopolítica se formava, o papa João XXIII assistia com crescente preocupação.
Quando ficou claro que o líder soviético tinha escalado a crise ao emitir autorização para lançamentos, John F. Kennedy, o primeiro, e ainda o único presidente católico romano, que tinha descrito abertamente sua visão de uma América na qual nenhuma autoridade pública solicite ou aceite instruções sobre política pública do papa, sabia que precisava fazer algo desesperador.
John F. Kennedy precisava de algo mais elevado, algo mais poderoso que seu próprio arsenal nuclear e força política. Ele precisava de um apelo moral universal; uma agência que falasse de objetivos mais elevados que as meras paixões humanas, e ao fazê-lo, desse ao seu oponente soviético uma oportunidade de abrir mão sem se ridicularizar. Ele precisava de algo que resolvesse a crise, e rápido. Sua única opção remanescente foi o Vaticano. Quando Kennedy percebeu que não tinha mais ferramentas para usar em seu arsenal contra o premiê soviético Nikita Khrushchev, escreveu uma carta para o papa em 23 de outubro de 1962, e apelou por ajuda. Embora, tecnicamente, não estivesse pedindo instruções sobre política pública, estava buscando ajuda. Isso levaria os Estados Unidos para muito mais perto da influência de Roma, especialmente quando o papado estendesse uma mão ajudadora.
A Santa Sé alega ser a organização internacional mais antiga em continuidade no mundo. Seu Secretário de Estado foi estabelecido em 1486. Nesse ano, ela também começou a enviar representantes permanentes a Veneza, Espanha, França e, até mesmo, ao Sacro Império Romano. Atualmente, ela possui relações diplomáticas com 176 estados-nações em todo o mundo. Ela também é o único Estado Observador Permanente nas Nações Unidas, onde é oficialmente neutra, embora não seja silente. A Santa Sé tem o direito de abordar a assembleia e fazer propostas, etc.
O Secretário de Estado do Vaticano dá a ela seu grande poder com estados-nações. O fato de a igreja católica ser a base da Santa Sé dá ao papado estatura acima dos estados-nações do mundo, porque ele alega estar falando por Deus. E os líderes dessas nações buscam regularmente o conselho do Vaticano. Os laços diplomáticos entre eles tornam isso possível, e proporcionam à Santa Sé um posicionamento legal entre eles. Não é de se admirar que a Bíblia chame isso de “fornicação”. Trata-se de uma relação que foi criada pelo inimigo das almas para varrer bilhões para a órbita influente do Vaticano a fim de apoiar seus propósitos globais e, finalmente, estabelecer e impor a adoração no domingo em escala global, assim como prevê a Bíblia.
Foi o Vaticano que influenciou os líderes soviéticos a recuarem da arriscada política de guerra nuclear que durou 13 dias. Mas é muito interessante saber como o papa fez isso nos idos de 1962. Isso nos dará algumas pistas quanto a como o papado age entre as nações do mundo.
A despeito das relações tensas e hostis entre o Vaticano e a União Soviética, o papa ainda tinha influência entre os líderes soviéticos até certo ponto. Eles entendiam que a Santa Sé tinha grande influência e tinham que ser bastante cuidadosos em como lidavam com uma entidade tão poderosa. E por toda a guerra fria, o Vaticano desempenhou um papel crucial em manter o mundo em paz. Trata-se de uma sólida demonstração da influência religiosa (ou moral) poderosa do papado. Até mesmo os ateus correspondem às suas exigências.
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Após ler a carta de Kennedy, o papa começou a formular uma mensagem para dois líderes. Precisava ser delicada e, ao mesmo tempo, convincente. Precisava dar a Khrushchev uma saída. Precisava apelar para sua natureza superior.
Durante as primeiras horas da madrugada de 23 e 24 de outubro de 1962, o papa João XXIII refez várias vezes o trajeto entre sua mesa e sua capela privada. Estava tentando compor uma mensagem que levasse Kennedy e Khrushchev a um acordo e que evitasse o uso de armas de destruição em massa. O momento era perfeito. Tratava-se de um momento muito calmo, o olho do furacão. Ele sabia que suas palavras agora teriam um impacto enorme e decisivo.
O papa João XXIII escreveu uma mensagem tanto para o presidente dos EUA quanto para o premiê russo, e leu-a publicamente na rádio do Vaticano em 24 de outubro. Eis aqui parte do que ele disse.
“Rogamos a todos os governos que não permaneçam surdos a este clamor da humanidade. Que todos façam tudo o que está em seu poder para promover a paz. Assim, evitarão que o mundo sofra os horrores de uma guerra cujas consequências aterrorizantes ninguém pode prever. Que continuem com discussões, visto que esse comportamento leal e aberto tem grande valor como testemunha da consciência de cada um e diante da história. Promover, favorecer, aceitar conversações, em todos os níveis e a qualquer momento, é uma regra de sabedoria e prudência que atrai as bênçãos do céu e da terra.”
Essas palavras também chegaram às manchetes de jornais em todo o mundo, incluindo o diário comunista Pravda. E, com seu apelo, o papa “deu a Khrushchev uma saída. Ao retirar-se agora, seria visto como um homem de paz, não um covarde”. Dois dias depois, em 29 de outubro, Khrushchev, um ateu, concordou em retirar os mísseis. Kennedy também concordou secretamente em retirar os mísseis americanos da Turquia, dos quais o público não tinha conhecimento.
A Crisis Magazine, uma revista católica, escreveu: “O papel do papa João na resolução da crise de mísseis em Cuba é geralmente ignorado, mas foi muito importante…”
Norman Cousins escreveu: “Khrushchev reconheceu que o papa teve muita coragem ao agir da maneira como agiu, considerando que ele tem problemas dentro da igreja assim como Khrushchev tem na União Soviética.” O modo como o Vaticano lidou com a crise cubana, aparentemente, melhorou a atitude do líder soviético para com o Vaticano. O novo elemento a emergir da crise foi que Khrushchev passou a querer contatos regulares, embora privados ou secretos, com o Vaticano. A emergência cubana tinha demonstrado como isso era necessário.
O novo relacionamento entre a União Soviética e o Vaticano foi descrito desta forma. “Deveria haver um toma lá/dá cá nessa nova relação: O Vaticano deveria reconhecer a separação de igreja e estado, e a União Soviética deveria reconhecer que a igreja católica deseja servir a todos.”
Khrushchev gostou de João XXIII. Como resultado da resolução da crise de mísseis em Cuba, ficou aparente que o Vaticano foi o vencedor decisivo. Isso deu a Santa Sé uma melhor posição em relação à União Soviética. Melhorou os contatos e relações do papa dentro da administração dos EUA, e deu acesso aos líderes cubanos em Havana, alguns dos quais estão vivos ainda hoje. De fato, somente Fidel e Raul Castro varrem todo o período. O papel do Vaticano evitou uma guerra devastadora, dando a ele enorme estatura entre as nações-estado do mundo.
Devido ao apelo público do papa e à resolução do conflito sobre os mísseis em Cuba, o Vaticano também foi creditado com a assinatura de um pacto entre soviéticos e americanos banindo testes nucleares em 25 de julho de 1963. O presidente Kennedy chamou esse pacto de “o primeiro passo rumo ao caminho da paz”. As duas nações também estabeleceram uma “linha de emergência” entre Washington e Moscou.
O papa João XXIII sabia que estava morrendo de câncer no estômago durante a emergência em Cuba. Ainda assim, motivou-se durante os cinco meses após a crise cubana a escrever e publicar uma encíclica chamada Pacem in Terris (Paz na Terra), na qual tentou apelar aos dois superpoder para diminuir a corrida armamentista. A encíclica teve influência considerável em muitas nações. Uma encíclica é uma das ferramentas que o Vaticano usa para se inserir em uma tensão e conflito geopolíticos. As encíclicas são influentes porque geralmente são usadas para falar sobre questões de preocupação pública, como economia, conflitos internacionais e questões sociais, e atrair o apoio do público para princípios do papado, mesmo quando seus próprios países estão engajados contra eles. As encíclicas podem, às vezes, colocar as nações em cheque, até certo ponto.
http://en.wikipedia.org/wiki/Cuban_missile_crisis
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Embora alegue-se que o envolvimento de Roma tenha sido por um bom propósito, e geralmente o é, a voz do papa, usada em muitas maneiras diferentes e em muitos ambientes diferentes ainda é um marcador profético do poder papal, esse “poder superior” que alega falar por Deus. É por meio do apelo à paz que Roma ganha credibilidade e estatura com as nações. Líderes nacionais sabem que a guerra é essencialmente errada. Mas, com frequência, suas circunstâncias políticas os mantêm envolvidos em conflitos com outras nações. Roma transcende todos esses e os trata como se ela fosse um poder superior. Mas, em última análise, a despeito da aparência humilde, Roma é arrogante e está trabalhando para trazer as nações sob sua administração e controle. A Bíblia nos diz que isso não se trata apenas de paz. Em Daniel 8:25, lemos que “destruirá a muitos que vivem em segurança”.
A diplomacia do Vaticano é incrivelmente poderosa. Quando refletimos sobre isso em anos recentes, foi a “grande aliança” entre os Estados Unidos e o Vaticano que derrubou o Muro de Berlim e o comunismo soviético na Europa oriental, e a União Soviética. A Alemanha está unida hoje em dia, e está desempenhando um papel importante na ressurreição do Sacro Império Romano na Europa, principalmente por causa da diplomacia papal. E o Vaticano continua pressionando a Europa para se conformar com seus princípios por meios de comunicação diplomáticos secretos, intervenção direta e apelos públicos. Não é segredo para ninguém que esteja prestando atenção que Roma quer recuperar sua clientela perdida.
Quanto à Cuba, nos últimos 50 anos, os bispos católicos, especialmente dos Estados Unidos, têm servido de ponte entre as duas nações. Os bispos dos EUA estiveram continuamente em contato com os bispos cubanos, que estiveram dialogando ativamente com ambos os governos. Mas, geralmente, os Estados Unidos permaneciam em divergências com a nação comunista comandada por Fidel Castro.
Mas uma mudança aconteceu na década de 1980. O papa João Paulo II elevou a diplomacia do Vaticano quanto à Cuba durante sua visita à Porto Rico, em 1984. Em seguida, a igreja católica, especialmente por meio do arcebispo Bernard Law, de Boston, começou a promover ativamente para autoridades oficiais dos EUA sua posição contrária ao embargo em vigor contra Cuba. Law também visitou Cuba em 1985 e 1989, e começou um programa de auxílio católico a Cuba. Isso começou a diminuir a tensão entre a igreja e a nação comunista. Afinal de contas, quando a igreja católica com seu escalão superior de poder se envolve, ela tem um peso bastante considerável.
Em seguida, o presidente do Concílio Pontifício para Justiça e Paz, o cardeal Etchegaray, fez sua primeira viagem a Cuba em 1989 e passou nove dias lá. Etchegaray se tornou o principal responsável em cordializar as relações com a igreja católica. Seu tour terminou com um encontro privado com Fidel Castro durante a semana do Natal, enfatizando a facilitação das tensões entre a igreja e o estado. Lembre-se de que foi importante para igreja católica estabelecer sua credibilidade com o regime comunista cubano antes de a igreja poder se inserir nas negociações ou conduzir qualquer intervenção com os Estados Unidos. Esse processo significou que a igreja tinha que tomar o lado de Cuba em sua disputa com os Estados Unidos para gerar amizade e confiança. A igreja católica tinha relações tão boas com os Estados Unidos que, obviamente, sentiu que poderia gerenciar qualquer consequência advinda de suas relações amistosas com Havana.
A reunião entre o cardeal Etchegaray e Fidel Castro abriu, efetivamente, o caminho para João Paulo II visitar Cuba, uma mudança muito ousada, bem sob os olhos expectantes dos EUA. Sem dúvida, havia bastante trocas diplomáticas com as autoridades dos EUA antes da visita para acalmar quaisquer temores e remover quaisquer objeções. Muitas pessoas pensaram que, talvez, uma visita de João Paulo II a Cuba envolveria um confronto com o regime comunista, como ele fez com o movimento de solidariedade na Polônia alguns anos antes. Mas não foi o que aconteceu. O papa João Paulo II tratou Fidel Castro como um legítimo cabeça de estado, e não um vilão ou um pária. O papa projetou uma imagem de diálogo amistoso, que foi provavelmente direcionada tanto para os Estados Unidos quanto para Havana. Por parte dele, Castro queria polir sua imagem internacional desvanecida e viu que a visita papal era uma maneira muito boa para isso, principalmente com os cubanos dos EUA. Ele até vestiu um paletó em vez de uniformes militares quando se encontrou com o papa. Após o papa ter deixado Cuba, Castro restaurou o Natal, o feriado no qual os cristãos comemoram o nascimento de Cristo como feriado público. Cinco anos depois, a igreja católica teve permissão de abrir um convento. A igreja católica argumentava que seu envolvimento com Havana estava levando Cuba a um caminho mais moderado. E o Vaticano estava certamente direcionando o futuro de Cuba.
Em 1992, Havana tomou um próximo passo que demonstrou uma grande mudança em sua atitude. Isso envolveu uma mudança relativamente calma feita à sua constituição, talvez em um esforço para permitir que a igreja católica saiba que ele queria melhores relações. O governo removeu referências na constituição que caracterizavam Cuba como uma nação ateísta. Isso enviou um sinal poderoso a Roma de que Cuba estava “aberta para negociações”, não somente com relação ao cristianismo, mas também com a política papal.
Pouco percebia Castro que ele estava assentando as bases para o papel de Cuba no cumprimento da profecia bíblica. Pouco entendia ele que estava sendo administrado e manipulado por uma demonstração de amizade em uma posição para fazer exatamente o que a Bíblia diz que ele faria, envolver-se em uma relação ilícita que a Bíblia condena. Ele não compreendia que estava sendo levado para o domínio papal de nações-estado sob a forte influência de Roma.
A Bíblia caracteriza as nações da terra, e os “reis da terra”, do qual Castro faz parte, como cometendo fornicação com a mulher ímpia de Apocalipse 17 e 18, a igreja católica. Afinal de contas, as prostitutas são muito amigáveis com seus clientes. Seus clientes não acham que acontecerá nada de errado como resultado de sua atividade íntima ilícita. E a Bíblia usa essa metáfora para explicar o jeito viciante no qual as nações são atraídas para a órbita do controle e gerenciamento papal. Roma dá às nações o que elas querem, e no caso de Cuba, Roma estava se preparando para devolver a Cuba o reconhecimento e maior estatura em âmbito mundial e, finalmente, uma postura mais suave e gentil dos Estados Unidos, a despeito de suas políticas socialistas e comunistas. Roma também proporcionaria a Havana contatos e conexões que a levariam de volta a suas relações amistosas com estados do ocidente, enquanto continuasse com seus princípios socialistas.
E o momento era propício. O socialismo macio e suave logo começaria a transformar, até mesmo, os Estados Unidos em uma sociedade mais socialista e em um estado social. Portanto, por que as relações com os Estados Unidos não se tornariam mais amistosas? Afinal de contas, eles estavam começando a trilhar o mesmo caminho social.
Amigos, se quiserem ver onde nos leva, basta olhar para Cuba. Não é que toda nação socialista termine em situações tão difíceis. Mas dá para se ter uma ideia. Além disso, tudo o que você tem a fazer é olhar para como era a Alemanha oriental em 1989 no momento da queda do Muro de Berlim. Analise todas as nações europeias orientais que viveram sob o socialismo. Analise a própria Rússia. A Rússia não teria poder sem suas reservas de petróleo. Mesmo então, a vida é muito mais difícil na Rússia que em nações ocidentais.
Durante o ano de 1993, os bispos cubanos enviaram uma mensagem intitulada “O Amor Tudo Suporta”, que propunha um diálogo aberto para reconciliação nacional. Eles usaram essa mensagem religiosa para fazer uma declaração política, uma prática muito comum da igreja católica. Tais declarações são voltadas para influenciar as pessoas, bem como os líderes políticos, a entrar em acordo com o papado.
Outra reunião entre Etchegaray e Castro durante a semana do Natal daquele ano aparentemente mudou a atitude de Castro frente a igreja católica. O anseio do fim do embargo dos EUA assinalou que Castro poderia confiar na igreja católica como uma aliado confiável e parceiro no diálogo com os Estados Unidos. Castro reduziu as restrições impostas sobre a igreja.
Em seguida, em 1994, o Vaticano começou um processo diplomático secreto de alto nível entre a Santa Sé e a administração cubana, e o progresso começou a acelerar. Em julho, o cardeal Bernardin Gantin, então prefeito da Congregação de Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, teve uma reunião privada com Fidel Castro na Nunciatura da Santa Sé em Havana. Castro passou duas horas conversando com bispos cubanos. Ficou claro para o cardeal Gantin que Castro estaria propenso a receber uma visita papal a Cuba. Mas isso só aconteceria quatro anos depois. Em seguida, em 1996, Castro fez uma visita pessoal ao papa João Paulo II no Vaticano, solidificando ainda mais o diálogo, o que, finalmente, abriu o caminho para o papa visitar Cuba em 1998. João Paulo foi o primeiro papa a colocar os pés em Cuba.
A visita papal fez mais do que simplesmente divulgar a nova e mais amistosa atmosfera entre Roma e Havana. Ela revelou abertamente a nova parceria entre diplomatas do papado e os líderes comunistas, com a intenção óbvia de impressionar os Estados Unidos de que Roma é muito melhor em curar feridas diplomáticas do que a única superpotência remanescente. E, em terceiro lugar, deixou claro para a administração americana que o Vaticano trabalhava de maneira independente dos Estados Unidos em suas relações com os inimigos da América. Tudo estava tomando o seu próprio curso, o que, finalmente, levou ao colapso da barreira diplomática entre Washington e Havana.
Pense nisso por um instante. O Vaticano exige continuamente soluções para problemas nacionais globais que são fundamentalmente socialistas, como redistribuição de renda, reforma nas leis de imigração, assistência universal à saúde, etc. O histórico do papado é claramente de apoio a manter as massas pobres e colaborar com os poucos ricos, a fim de manter as pessoas sob controle por meio de programas sociais e consequentes regulamentações.
Unir-se a Cuba não seria contra os princípios do papado, embora, oficial e legalmente, Cuba fosse uma nação ateísta até 1992. Roma ainda tinha o apoio de aproximadamente 60% da população, que é católica, talvez mais, se incluirmos outras igrejas ecumênicas.
http://en.wikipedia.org/wiki/Cuba
Então, em 2008, o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de estado do Vaticano, visitou Cuba e se reuniu com Raul Castro, que havia substituído seu irmão, Fidel. Bertone falou de maneira muito gentil com Castro, elogiando-o assim como em reuniões anteriores com líderes do papado. Quando o papa Bento XVI visitou Cuba em 2012, ele continuou com a política amistosa para com Cuba, criticando o embargo dos EUA e recusando-se a se reunir com grupos anti-Castro. Raul Castro, por diversas vezes, foi visto publicamente ao seu lado, significando a importância da visita.
O senados americano Marco Rubio da Flórida, um americano cubano e católico, bem observou que a hierarquia católica havia “negociado para ter um espaço de operação” em Cuba.
Quando o papa Francisco foi eleito ao papado, ele reacendeu o trabalho de unir Cuba e Estados Unidos. O que pareceu uma surpresa para o mundo em dezembro de 2014, quando os Estados Unidos e Cuba concordaram em restabelecer as relações diplomáticas, não foi uma surpresa para o Vaticano, e não deveria ter sido uma surpresa para os estudantes de profecia. O papa Francisco tinha estado secreta e ativamente envolvido em unir os dois lados.
O presidente Obama havia solicitado a normalização das relações dos EUA com Cuba logo após assumir o gabinete em 2009. Mas a maioria das pessoas se esqueceu disso. No entanto, o Vaticano tinha estado preparando o terreno há décadas.
No princípio de 2013, o presidente dos EUA, Obama, autorizou conversas secretas entre os Estados Unidos e Cuba, as quais ele atribui a um de seus assistentes mais confiáveis, Ben Rhodes, um vice-conselheiro de segurança nacional. Ele também indicou Ricardo Zuniga, diretor sênior de Assuntos do Hemisfério Ocidental na equipe do Conselho de Segurança Nacional para unir-se a ele. Os contatos iniciais foram feitos por meio de seções de interesse diplomático em Havana, que são gerenciadas pelos suíços, por comunicações nos EUA e missões cubanas às Nações Unidas, etc. Houve sete reuniões secretas, principalmente em Ottawa, Canadá, mas a última foi no próprio Vaticano.
O memorial do famoso líder socialista africano Nelson Mandela em dezembro de 2013 atraiu socialistas de todas as partes do mundo, incluindo Raul Castro, de Cuba, e o presidente Barack Obama, dos EUA. Durante os procedimentos, Castro e Obama se encontraram e apertaram as mãos, no que a mídia descreveu como um encontro inesperado. Não havia indícios de que nada maior estava em andamento entre os Estados unidos e seu inimigo da guerra fria. Ben Rhodes tentou subestimar o assunto e definiu isso como nada mais que um aperto de mãos. É claro que não era verdade. Mentir é a natureza da política, especialmente quando coisas secretas acontecem. O que o mundo não sabia e o que Ben Rhodes estava tentando encobrir era que as negociações entre as duas nações estavam secretamente em andamento há meses, sob a orientação do Vaticano. O presidente Obama estava tentando transformar uma relação difícil que tinha desafiado poderosamente a hegemonia americana e que estava repleta de questões complicadas há 53 anos.
Entre a década de 1980 e 2012, o cardeal O’Malley de Boston visitou a ilha 13 vezes para manter a calma diplomacia. Em março de 2014, diante da solicitação de um grupo chamado “Beyond Conflict” [Além do Conflito], o cardeal O’Malley foi incentivado a pedir ao papa que tratasse das questões de Cuba com o presidente Obama quando se encontrassem em 27 de março. O’Malley concordou e o papa foi receptivo.
Logo, em maio, o arcebispo Thomas Wenski de Miami, um dos promotores mais francos da reforma nas leis de imigração da igreja católica, se reuniu com Denis McDonough, chefe do estado-maior da Casa Branca, em maio de 2014 para pressionar a Casa Branca a agir no caso Cuba. Como podem ver, a igreja católica sabia que o momento estava próximo de uma reaproximação e manteve a questão na vanguarda das mentes de líderes políticos nos EUA, Cuba e em Roma.
Quando o presidente Obama visitou o papa em 27 de março de 2014, eles discutiram sobre o embargo e a facilitação de tensões com Cuba como um dos principais pontos em sua conversa de 45 minutos. Esse foi o catalizador para que o papa Francisco se envolvesse diretamente nas negociações e para fazer apelo pessoal bastante raro. Após a reunião, o papa assumiu um papel ativo nos bastidores, aparecendo aqui e ali para preservar as negociações. Ele até mesmo sedeou a reunião final no Vaticano que bateu o martelo sobre os detalhes finais da transação.
Durante o princípio do inverno de 2014, o papa Francisco enviou cartas pessoais a Obama e Castro instando-os a “resolver questões humanitárias de interesse comum”, principalmente com relação à permuta de alguns prisioneiros contestados. “Não recebemos comunicações como esta do papa que eu tenha conhecimento, a não ser desta vez”, declarou uma autoridade sênior da Administração de Obama.
A função secreta do papa nas conversas diplomáticas secretas foi crucial porque ele tinha a confiança de ambos os lados, que tinha sido nutrida por décadas. O Los Angeles Times indicou que era pelo fato de o papa ser um líder religioso que ele foi capaz de “convencer tanto as administrações Obama e Castro que o outro lado cumpriria com a negociação”.
Finalmente, em outubro de 2014, os negociadores se reuniram no Vaticano para a rodada final de negociações. Os principais representantes do Vaticano diretamente envolvidos nas conversas final foram o cardeal Pietro Parolin, secretário de estado do Vaticano, como moderador, e o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, que é próximo de Francisco. O papa e seus assistentes novamente instaram os cubanos a aceitar o intercâmbio de prisioneiros. Eles também revisaram as medidas que ambos os lados tomariam para normalizar as relações e expandir negócios, viagens e outras oportunidades.
O fechamento da negociação se deu com tranquilidade. Na terça-feira, 16 de dezembro de 2014, o presidente Obama e Raul Castro conversaram por telefone e concordaram com as medidas a serem tomadas para começar a normalizar as relações, que incluíam o intercâmbio de prisioneiros. Essa foi a primeira conversa prolongada entre líderes das duas nações desde a revolução de 1959 que, finalmente, levou os comunistas ao poder.
http://www.latimes.com/world/mexico-americas/la-fg-cuba-ticktock-20141218-story.html#page=1
http://www.catholicnewsagency.com/news/gratitude-and-caution-over-new-cuba-policy-95236/
“Esses 50 anos mostraram que o isolamento não funciona”, declarou Obama em Washington quando anunciou o acordo. “É hora de uma nova abordagem.” O acordo envolve a troca de prisioneiros espiões, o estabelecimento de embaixadas recíprocas, a facilitação de restrições sobre viagens de americanos, transferências de dinheiro e comércio com Cuba, etc. “[estamos] virando uma nova página em nossa relação com o povo cubano”, declarou ele.
http://ncronline.org/blogs/ncr-today/obama-thanks-pope-francis-help-us-cuba-deal
John Kerry, secretário de estado dos EUA e católico romano, recebeu a incumbência de negociar o restabelecimento das relações diplomáticas com Havana pela primeira vez desde 1961. Kerry também visitou o Vaticano três vezes em 2014 e se reuniu com seu colega de mesma função, o arcebisbo Pietro Parolin, secretário de estado do Vaticano. Durante essas visitas, Kerry foi formalmente solicitado a fechar a prisão na Baía de Guantánamo onde suspeitos terroristas eram mantidos. E a administração de Obama já está seguinte as instruções do Vaticano na retomada de esforços para transferir os prisioneiros da Baía de Guantánamo.
http://www.startribune.com/politics/national/286453301.html
Austen Ivereigh, biógrafo britânico de Francisco, chamou a mediação do papa de “o argumento conclusivo” que uniu os dois adversários. “Isso refletiu a determinação de trabalhar a questão que Francisco havia mostrado quando se tornou papa em 2013”, disse ele. “Francisco é um gênio em abrir caminhos e construir pontes que cruzam fronteiras.”
http://www.latimes.com/world/mexico-americas/la-fg-cuba-ticktock-20141218-story.html
O Vaticano e os Estados Unidos são amigos muito mais próximos do que a maioria das pessoas imagina. “O apoio do papa Francisco e o apoio do Vaticano foi importante considerando a estima com a qual tanto o povo americano quanto o cubano tem para com a igreja católica”, declarou uma autoridade da igreja. “O presidente Obama tem enorme respeito pelo papa Francisco e seu envolvimento pessoa foi importante para nós”, continuou a autoridade.
De maneira significativa, o Vaticano era a única outra nação envolvida nas conversas entre os EUA e Cuba. E o presidente Obama agradeceu publicamente ao papa e ao Vaticano por sua assistência em facilitar o início da normalização das relações dos EUA com a nação comunista. Ele disse que o pontífice vê “o mundo como ele deve ser, em vez de simplesmente contentar-se com o mundo como ele é”.
Talvez o presidente Obama não tenha entendido a natureza profética de sua declaração. Os papas trabalham para transformar o mundo e trazer as nações sob sua influência. Tenha em mente que a Bíblia nos informa que a igreja católica quer se sentar como uma rainha sobre as multidões de pessoas. Normalizar as relações entre os Estados Unidos e Cuba leva exatamente a esse resultado. Lembremo-nos de Apocalipse 17:1, que nos diz que a “grande prostituta… está assentada sobre muitas águas”. Apocalipse 18:7 nos diz que ela “diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto”.
Roma proporciona estatura para líderes nacionais por meio de laços diplomáticos ao tomar partido deles em questões seculares importantes. Uma vez que haja relações amistosas, o Vaticano consegue mediar as principais diferenças com outras nações e instá-las ou até mesmo pressioná-las à reconciliação. Esse foi o caminho para a reabertura das relações EUA-Cuba. E o momento foi propício. As cartas do papa Francisco tanto para Obama quanto para Castro instando uma reconciliação desencadearam a transformação. O papel principal de Francisco no capítulo final da guerra fria foi meramente colher 50 anos de diplomacia com Cuba.
“O papa Francisco fez o que os papas devem fazer: Construir pontes e promover a paz”, declarou o arcebispo Thomas Wenski de Miami, que se reuniu com Denis McDonough, chefe do estado-maior da Casa Branca em maio de 2014 para pressionar o presidente a atuar com relação ao caso Cuba. A negociação representou “uma verdadeira mudança no jogo”, acrescentou ele. A declaração de Wenski está realmente voltada para fazer o papa e a igreja católica parecerem bem. Mas se você analisar a história do papado, ela pinta um quadro bastante diferente. Historicamente, os papas realmente não promovem a paz. De fato, eles promovem a guerra a fim de que possam promover a paz e impor, por meio disso, seus próprios planos sobre o povo conquistado.
O arcebispo continuou dizendo que Francisco “agiu em conformidade com seu nome, Francisco de Assis, que durante a quinta cruzada, foi ao Egito para se reunir com o Sultão al Kamil em busca da paz”.
Mas não foi exatamente isso o que aconteceu. O próprio papa Inocente III promoveu a quinta cruzada, que aconteceu de 1213 a 1221, em um esforço para usar uma Europa unida e europeus católicos a fim de readquirir Jerusalém e o restante da Terra Prometida. Primeiro, ele tentou conquistar o poderoso estado do Egito. Mas a cruzada foi um desastre. Os exércitos do papa Inocente foram derrotados. O acordo de paz foi realmente uma entrega a fim de conseguir que as tropas capturadas pudessem voltar.
http://en.wikipedia.org/wiki/Fifth_Crusade
http://en.wikipedia.org/wiki/Ayyubid_dynasty
Roma gosta de distorcer a história quando isso pode proporcionar alguma vantagem. Portanto, pensemos um instante sobre as negociações de paz do papado. Foram os papas que organizaram muitas das cruzadas contra os muçulmanos na Terra Santa durante a Idade Média. Essas cruzadas aconteceram de 1096-1272 e foram uma tentativa de controlar Jerusalém. Foram os papas que reuniram nações cristãs a fim de guerreá-las contra o islamismo. Não foram os papas que construíram pontes e promoveram a paz. Na verdades, eles foram os fomentadores de guerra. Além disso, foram os papas que iniciaram as cruzadas contra cristãos humildes como os valdenses e os albigenses, inundando a terra com sangue. Foram os papas que iniciaram o massacre de São Bartolomeu contra os huguenotes em Paris e no resto da frança. Milhares de pessoas inocentes perderam suas vidas nas mãos de cruzados papais brutais e cruéis.
As considerações do arcebispo são totalmente falsas. No entanto, suas palavras colocam a profecia em palavras diferentes das da Bíblia, mas que significam a mesma coisa. Os papas católicos romanos tentam mediar em assuntos internacionais a fim de que possam ser vistos como pacificadores. Trazer Cuba sob a administração geopolítica do Vaticano vai ajudar a Cuba reconstruir sua estatura em um mundo ocidental pós-comunista mas, cada vez mais, socialista. No entanto, isso também está levando Cuba e seu povo sob o controle do Vaticano.
A diplomacia do Vaticano está na ativa há muito, muito tempo, meus amigos. E a diplomacia vaticano-cubana teve bastante sucesso visto que Roma pôde receber o crédito público no cenário global por ser a intermediadora de paz entre as duas nações. O The New York Times declarou que “para Francisco, o avanço revolucionário poliu seus esforços para reposicionar o Vaticano como intermediador na diplomacia global.” Você acha que Roma quer mais desse tipo de publicidade? É claro que sim. Roma quer se associar com as nações em qualquer maneira que venha a aumentar sua estatura e credibilidade aos olhos de outras nações.
“Hoje, estamos felizes porque temos visto como dois povos, que estiveram muito distantes por muitos anos, ontem deram um passo para uma aproximação”, declarou o papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, no Vaticano. Sem dúvida, a herança latino-americana de Francisco deu-lhe vantagens na negociação com Cuba. Os bispos cubanos disseram que a mudança “abriu novos horizontes de esperança” para o povo cubano”.
Se a mudança na política venha a trazer liberdade de opressão, é algo que ainda temos que esperar para ver. Pode ser que o afluxo de dinheiro, comércio e negócios, somente vai solidificar o regime de Castro para fazer sua obra de opressão, mas agora seria com a ajuda do governo dos Estados Unidos. Não é provável que Cuba mude somente porque o presidente Obama estende a mão da paz. Os irmãos Castro não vão abrir o punho.
São os Estados Unidos que estão mudando, não Cuba. O Vaticano sabe disse, a administração Obama sabe disso e os líderes cubanos sabem disso. À medida que os Estados Unidos se tornam cada vez mais socialistas, eles podem agora se alinhar com Cuba sem perigo para seus líderes políticos. Como disse anteriormente, o papado é socialista por natureza.
http://www.latimes.com/world/mexico-americas/la-fg-cuba-ticktock-20141218-story.html#page=1
http://www.catholicnewsagency.com/news/gratitude-and-caution-over-new-cuba-policy-95236/
Quais conflitos o papa Francisco vai tentar apaziguar em seguida. Bem, há vários em atuação no momento. Recentemente, o papa convidou os chefes de estado Shimon Peres, de Israel, e Mahmoud Abbas, da Palestina, ao Vaticano para um encontro de oração. Juntos, eles também plantaram uma oliveira nos jardins do Vaticano. Essa jogada ousada e sem precedentes foi designada para promover o bem-estar entre os israelitas e palestinos. E ambos os homens falaram de forma esplêndida sobre o papa. Embora não tenha havido nenhum resultado direto ou imediato da reunião, o Vaticano melhorou sua estatura entre os povos de ambas as nações que se odeiam.
Tem também a China. O Vaticano colocou uma prioridade em suas próprias relações difíceis com a China, um estado antirreligioso. Em um esforço para solidificar as relações com a China, Francisco recusou uma reunião com o Dalai Lama do Tibet. Pequim aplaudiu publicamente o papa por isto. Tomar partido com a China pode bem representar um precursor de relações mais amenas, semelhante ao modo como o Vaticano trabalhou com Cuba.
Tem também o extremismo islâmico. O papa Francisco visitou recentemente a Turquia onde se encontrou com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan. Ele convocou todos os líderes muçulmanos a condenar o ISIS. Ele recitou orações com o Grande Mufti de Istambul.
O papa também empreendeu esforços na Síria. Ele viajou para o país vizinho, Jordão, para fazer pressão por paz. Convocou um “dia global de jejum e paz” diante de ataques aéreos.
O papa Francisco também viajou para a Coreia do Sul após ter sua visita recusada pela Coreia do Norte a fim de promover a paz na península coreana. Somente 10% da população sul-coreana é católica. “Pense em seus irmãos no Norte”, disse ele em considerações amplamente voltadas para a Coreia do Norte. Eles falam a mesma língua e quando, em uma família, se fala a mesma língua, há uma esperança humana.”
http://www.motherjones.com/politics/2014/12/pope-francis-cuba-us-deal-diplomacy
Amigos, onde quer que você se volte, o papa e o papado estão trabalhando com as nações para levar a cabo os objetivos de Roma. Colaborar com Roma trará, finalmente, as nações sob sua supervisão. Elas podem não sentir que estão sendo supervisionadas por Roma. Mas a própria natureza de sua colaboração, e o fato de que Roma se coloca acima das nações da Terra em sua diplomacia, e pelo fato de que os líderes das nações consultam continuamente Roma quer diretamente, ou por meio de seus diplomatas designados, revela que eles estão sob seu comando.
Amigos, estamos nos aproximando da culminação da profecia bíblica. Estamos muito perto do clímax das eras. É hora de desenvolver seu relacionamento com Cristo de maneira tão sólida que cada pensamento e ação seus esteja de acordo com a vontade de Jesus. Não dá para assistir a esses desdobramentos sem ficar impressionado com a significância do momento em que vivemos. Sim, o papa é popular, mas até onde isso vai? Essa própria popularidade é a agência pela qual Roma ganha cada vez mais estatura.
Percebeu como o escândalo sexual com crianças por parte dos padres desapareceu quase que imediatamente após Jorge Bergoglio se tornar papa? As abominações de Roma foram expostas quase que continuamente por um momento na imprensa secular. O mundo inteiro teve um vislumbre da corrupção e impiedade dessa instituição por alguns anos. Era como se Deus quisesse dar a qualquer pessoa sincera que pudesse ser enganada por Roma a oportunidade de não ser enganada. Então, a janela do tempo se fechou, e agora Roma está tão popular como sempre. A maioria das pessoas se esqueceu do terrível escândalo. E muitas escolheram permanecer em seu estado cego e enganoso enquanto Roma se torna cada vez mais admirada aos olhos do mundo. Você acha que Deus vai dar outra oportunidade para que todos vejam Roma por quem ela realmente é? Não, talvez não. Mas você e eu também devemos desempenhar esse trabalho, talvez a partir de agora e a despeito da estima de Roma aos olhos do mundo.
Amigos, o modo no qual o Vaticano trabalha com as nações-estado do mundo, que a Bíblia identifica como fornicação espiritual, pode ser claramente visto em sua diplomacia com Cuba. Regozijemo-nos de que a Bíblia revela o que vai acontecer com precisão infalível. Que o Senhor nos ajude a ser fiéis para dar transmitir a mensagem com a maior amplitude e distância possíveis.
Oremos. Querido pai que está no céu, obrigado por revelar os amplos ataques dos assuntos geopolíticos do tempo do fim por meio das Escrituras Sagradas. Agora, podemos ver na imprensa pública as revelações do que vai nos bastidores para cumprir a profecia como nunca antes. Ajuda-nos a preparar nossa vida para o conflito que está por vir. Que tenhamos sempre o Espírito Santo presente em nossa vida. Que Cristo governe nosso coração e nos dê a coragem de fazer a obra que devemos fazer nesses últimos dias. Em nome de Jesus, amém.
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