Ataque Surpresa Contra a Igreja da Inglaterra
Por Pastor Hal Mayer
Ataque Surpresa Contra a Igreja da Inglaterra
Prezado amigo,
Seja mais uma vez bem-vindo ao Ministério Guarde a Fé. Fico muito feliz pela oportunidade de passar esses momentos com você. Espero que hoje veja a maneira singular como a profecia está se cumprindo.
Muito obrigado por suas orações e pelo seu apoio. Eles são muito importantes para nós. Não deixe de visitar com regularidade o nosso site para conferir os Resumos de Inteligência Profética que são postados a cada dois dias.
A visita de estado do papa Bento XVI à Grã-Bretanha em setembro foi um dos eventos mais importantes do ataque público do Vaticano contra a Igreja da Inglaterra. O esforço do atual papa para subverter a Igreja Anglicana é surpreendente. Separada de Roma desde o século 16, mas dividida e enfraquecida, a Igreja da Inglaterra está agora vulnerável. Para isso, vários passos foram dados ao longo do caminho, incluindo um forte diálogo ecumênico. No entanto, a atitude papal recente deixou a Igreja da Inglaterra de mãos atadas. As últimas reviravoltas revelaram quais são as ambições papais e apontam diretamente para a profecia bíblica.
A visita papal à Grã-Bretanha em setembro deste ano está repleta de significação profética. Roma quer que a sua religião domine o mundo. A Igreja Anglicana tem sido a rainha do protestantismo no mundo de língua inglesa. Roma está, portanto, ansiosa para sujeitar a Igreja Anglicana novamente ao seu domínio, pois sabe que isso pode ajudá-la a atingir seus objetivos.
Antes de prosseguirmos, porém, convido-o a orar pedindo a bênção de Deus em nosso estudo de hoje. Nosso Pai celestial, muito obrigado por Tua Palavra que guia o nosso conhecimento. É muito importante entendermos os sinais dos tempos e seus efeitos em nossa maneira de viver nestes últimos dias da história do mundo. Rogamos que Tu envies o Teu Santo Espírito para que possamos compreender as coisas que Tu queres que compreendamos hoje. Em nome do Senhor Jesus, amém.
Gostaria de começar lendo alguns versos encontrados em 2 Timóteo 3:1-7. Tenho certeza de que já ouviu esses versos antes. Eles se aplicam especialmente para os dias de hoje. “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.”
Note que há uma longa lista de pecados desenfreados nos últimos dias. Entre eles está a falta de afeto natural. Hoje o mundo está repleto de indivíduos sem afeto natural. Na verdade, esse problema já ganhou tanta força que até mesmo as igrejas que deveriam ser fiéis aos princípios bíblicos agora estão abençoando uniões entre indivíduos do mesmo sexo e ordenando ministros homossexuais.
Essa situação sem dúvida transtornaria profundamente os fundadores de tais igrejas. Se eles ressuscitassem hoje e vissem o que está acontecendo, ficariam absolutamente chocados e horrorizados. O que aconteceu com os homens e mulheres que professam ser representantes de Cristo para estarem tão longe de Sua Palavra no que diz respeito à crença e à prática?
O escândalo sacerdotal dentro da Igreja Católica é repugnante, mas pecados semelhantes têm sido passados por alto dentro das igrejas protestantes tradicionais. Assim como Roma ordenou padres destituídos de afeto natural, outras igrejas estão seguindo os mesmos passos e ordenando ao ofício de ministro do evangelho indivíduos que não conseguem conter-se à ordem natural que Deus criou para a bênção da humanidade, mas que em vez disso possuem cônjuges do mesmo sexo. Muitas dessas igrejas estão enfrentando grande desordem devido a essa prática. Hoje, até mesmo as igrejas são um reflexo de Sodoma em muitos casos.
Precisamos entender que Deus está tentando despertar pessoas em todas as igrejas e denominações que sinceramente desejam segui-Lo. Agora é o momento para a proclamação da última mensagem de advertência: “Sai dela povo Meu”. Em breve, com o poder do Espírito Santo derramado na chuva serôdia, essa mensagem será ampliada para o alto clamor. A razão para chamar tais pessoas sinceras para saírem das igrejas corruptas, que constituem Babilônia e suas filhas, é para que não sejam “participantes dos seus pecados” e não incorram “nas suas pragas”, diz Apocalipse 18:4.
A confusão e a desordem em várias denominações estão servindo para beneficiar a Igreja Católica Romana, fazendo com que os membros insatisfeitos dessas igrejas passem a se unir ao Vaticano. O “homem do pecado”, como é chamado na Bíblia, está trabalhando para reconquistar aquilo que perdeu na Reforma Protestante. No exato momento, porém, em que Roma estiver prestes a conquistar a vitória universal, a Bíblia declara que a mensagem “caiu, caiu Babilônia” deve ser dada e que devemos chamar o máximo possível de pessoas para sair “dela povo Meu”. Você está preparado para dar essa mensagem? Neste momento, a nossa missão é preparar-nos espiritualmente para proclamar essa mensagem. Não será nada fácil devido à oposição e ao turbilhão dos eventos finais, mas essa mensagem deve ser dada e você e eu fomos chamados para assumirmos tal responsabilidade. Que privilégio!
Lembre-se de que a Bíblia nos diz que a primeira besta de Apocalipse 13 está tentando impor uma religião global. A única entidade possível que cumpre essa profecia é a Santa Sé. Em Apocalipse 13:8 lemos que “adoraram-na todos os que habitam sobre a terra.” Esse texto está falando sobre uma religião mundial. Não será inteiramente universal, porém, quase. Haverá alguns poucos que se recusarão a adorar a besta. Eles adorarão Jesus, seguirão a Sua verdade e viverão pelos Dez Mandamentos de Deus. Essas pessoas terão o seu nome escrito “no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. Eles se colocarão no caminho do papado, que será bem-sucedido em dominar o restante do mundo. Eles serão equipados com o poder do Espírito Santo para proclamar a última mensagem e serão capacitados a enfrentar os terríveis tribunais do iminente conflito sobre a adoração.
A coisa mais importante agora é fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o seu nome seja escrito no livro da vida do Cordeiro. Essa é a sua única segurança. “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem” (Lucas 21:36). O que pode haver de mais importante em nossa vida do que isso? Queremos escapar dos pecados e da punição da grande meretriz espiritual e de todas as suas filhas? Queremos estar em pé na presença do Filho do Homem?
A única maneira de escapar é vigiando e orando. Não devemos ter nenhuma relação com o papado e seus ensinos. Não devemos ter nenhuma ligação com o movimento ecumênico também, pois esse movimento está levando as igrejas de volta para o domínio de Roma.
Aqueles que guardam o domingo e desonram o sábado bíblico estão em acordo com Roma, pois foi o papado que instituiu a santidade do domingo na igreja cristã. Os que seguem os passos da igreja de Roma, mesmo que não sejam católicos romanos, estão, na verdade, seguindo sua liderança. Eles estão demonstrando com isso um sinal de submissão à Roma. Alguns, quem sabe muitos, seguirão à sua liderança em outras áreas também, como, por exemplo, o ato de ordenar ao ministério indivíduos destituídos de afeto natural.
Mesmo que a observância do domingo ainda não seja a marca da besta, já é tempo de seguirmos todos os Dez Mandamentos de Deus, pois no momento em que forem aprovadas leis que exijam a adoração do domingo e isso se tornar de fato a marca da besta, será muito difícil quebrar esse hábito e começar a seguir a verdade em sua plenitude. Nessa ocasião, será preciso quebrar a conexão com o domingo. Melhor cedo do que tarde. Será muito mais fácil fazer isso agora do que deixar para mudar quando as leis de adoração ao domingo forem impostas sob pena de punição aos infratores. Por favor, ajude os seus vizinhos e familiares a compreenderem esse princípio.
Hoje, a Igreja da Inglaterra está se desintegrando em câmera lenta. A visita de estado do papa à Grã-Bretanha certamente acelerará esse processo. A visita de Bento XVI é significativa e estabeleceu muitos precedentes, sendo alguns deles absolutamente inimagináveis há alguns anos.
Nunca antes, por exemplo, o papa e a rainha encontram-se num contexto oficial no Palácio de Holyrood, residência oficial da realeza britânica na Escócia, bem como o local destinado a receber a visita de líderes de outras nações. Durante a visita, Bento XVI discursou aos políticos – algo que nunca tinha feito antes. Ele também se encontrou com Rowan Williams, o arcebispo anglicano, no Palácio Lambeth, antiga residência dos arcebispos católicos antes de ser confiscada pela Igreja da Inglaterra.
A importância de todos esses eventos é que a Grã-Bretanha já foi fortemente considerada uma nação protestante, passado esse que agora está praticamente esquecido. Imagine o papa Bento XVI e o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, ajoelhados lado a lado na Abadia de Westminster em oração apenas há alguns metros do túmulo de Elizabete I, responsável por estabelecer a Igreja Protestante Inglesa no século dezesseis. Ela também estava no poder na ocasião em que a Armada Espanhola foi derrotada, assegurando a herança protestante da Inglaterra. Agora as duas igrejas estão falando de unidade.
Bento XVI foi audaz o bastante para pedir a união entre as duas igrejas. “Venho aqui hoje como um romeiro de Roma… para unir-me a vocês na súplica pelo dom da unidade cristã”, afirmou. Elizabete I ficaria horrorizada e chocada com tal discurso. Afinal, o juramento de coroação declara abertamente que o monarca jura a todo custo “manter as leis de Deus, a verdadeira profissão do Evangelho e a religião reformada protestante estabelecida por lei”. Historicamente, a monarquia britânica nunca demonstrou amizade por Roma.
A visita de Bento XVI foi em efeito um insulto àqueles que deram a vida pelas verdades protestantes concedidas por Deus. O papa voltou para Roma com um aumento significativo de sua popularidade.
Por que essas coisas estão acontecendo? Por que a Igreja da Inglaterra não está mais arraigada em princípios bíblicos? Há muitas razões para isso que remetem especialmente ao século dezenove, ocasião em que a Igreja da Inglaterra fracassou em progredir na luz que foi derramada sobre ela, como na época de John e Charles Wesley. Como resultado, a Igreja Anglicana está vulnerável aos avanços e decadências de Roma.
Pergunto-me o que teria acontecido se a Igreja da Inglaterra tivesse progredido na luz disseminada por John e Charles Wesley e outros reformadores. Será que hoje haveria uma igreja guardadora do sábado que se uniria à proclamação da última mensagem ao mundo? Em cada era, porém, a Igreja da Inglaterra agiu de forma bem semelhante à Igreja de Roma, perseguindo os que discordavam de seus ensinos e práticas, como os puritanos, os Wesley e outros. Ao longo das décadas, a igreja gradualmente perdeu a sua força espiritual e chegou ao ponto de abertamente praticar coisas oficialmente proibidas pela Bíblia. Já faz algum tempo que a Igreja da Inglaterra “paquera” o Vaticano e busca cada vez mais a unidade com a Santa Sé. Como resultado, ela se tornou uma das filhas de Babilônia.
Hoje, a desintegração gradual tornou-se óbvia e faz surgir a pergunta na mente de muitos se daqui algum tempo, a Igreja da Inglaterra deixará de existir ou, quem sabe, submeter-se totalmente ao domínio da Igreja Católica. Talvez isso nunca aconteça, mas a Igreja da Inglaterra está certamente encolhendo – e muito rápido. A desintegração começou a acelerar após a ordenação de mulheres, a ordenação de sacerdotes e bispos homossexuais e a bênção matrimonial em uniões entre indivíduos do mesmo sexo. Como resultado, muitos anglicanos e episcopais tradicionais estão reagindo ao exigir uma união plena, visível e sacramental com a Igreja Católica Romana.
Tal desintegração, porém, não diz respeito apenas às ações liberais por parte da igreja. Na verdade, por trás disso tudo, há algo mais acontecendo. Roma está tentando dar um golpe fatal na Igreja da Inglaterra. As ações do papa nos últimos meses, seguidas de sua visita à Grã-Bretanha, podem muito bem servir de um golpe mortal contra a Igreja Anglicana. Ambas as igrejas negam que as ações papais possuam qualquer má intenção. No entanto, é difícil não perceber os resultados práticos.
O rei, ou atualmente, a rainha da Grã-Bretanha é a líder máxima da Igreja da Inglaterra. O fato de o papa vir à Inglaterra em uma visita de estado pela primeira vez na história revela que o fim da Igreja Anglicana aproxima-se. O papa se mostrou muito amistoso e estendeu a sua amizade a todo o povo da Grã-Bretanha, não apenas aos católicos. Tal aproximação nada sutil aos anglicanos e à Igreja Anglicana é mais uma tentativa de afastar a igreja e seus membros de seus princípios fundadores diretamente para os braços de Roma.
Será que há lições úteis a serem tiradas do colapso da Igreja Anglicana? Será que algo semelhante pode acontecer com outras igrejas?
Na ocasião em que Henrique III separou-se da Igreja da Inglaterra havia razões pessoais para isso relacionadas ao seu matrimônio. Isso aconteceu justamente no período em que a Reforma estava varrendo o território europeu. Deus usou essa situação para realizar uma poderosa reforma na Igreja da Inglaterra. Mártires entregaram a sua vida em testemunho de sua fé em Cristo. A Bíblia foi publicada na língua popular a partir de manuscritos orientais não adulterados. A Grande Reforma contou com grandes líderes e Deus pôde contar com muitos homens dispostos a defender a verdade à luz que tinham na época. As razões políticas para a independência inglesa de Roma eram realmente de valor secundário aos maiores e mais importantes princípios da Reforma.
A perda da Grã-Bretanha foi um golpe devastador para os papas, especialmente a longo prazo, pois a Grã-Bretanha estava destinada a ser a maior superpotência na terra por certo tempo. A Grã-Bretanha realmente tornou-se uma superpotência na ocasião em que suas colônias protestantes espalharam-se pelo mundo.
As ambições globais da Grã-Bretanha preocuparam o papa. Era preciso fazer o possível para impedir a Inglaterra de atingir seus objetivos. Assim, o papa enviou a Armada Espanhola ao Canal da Mancha a fim de tentar derrotar o governo protestante da Grã-Bretanha.
A Inglaterra entendeu por experiência própria a verdade revelada em Salmo 107:23-26: “Os que descem ao mar em navios, mercando nas grandes águas. Esses veem as obras do Senhor, e as Suas maravilhas no profundo. Pois Ele manda, e se levanta o vento tempestuoso que eleva as suas ondas. Sobem aos céus; descem aos abismos, e a sua alma se derrete em angústias.”
A Grã-Bretanha entrou em desespero. A Armada Espanhola navegou em direção ao Canal da Mancha determinada a derrotar o poder em ascensão e a reconquistar o país para o Vaticano. A frota britânica estava desfalcada e desarmada. Havia poucas chances de vitória.
Em Salmo 107:27, lemos: “Andam e cambaleiam como ébrios, e perderam todo o tino.” A Grã-Bretanha certamente estava passando por um momento de grande angústia e não sabia mais o que fazer. O povo e os líderes oraram ao Deus do céu em busca de auxílio.
Os versos 28 a 30 dizem: “Então clamam ao Senhor na sua angústia; e Ele os livra das suas dificuldades. Faz cessar a tormenta, e acalmam-se as suas ondas. Então se alegram, porque se aquietaram; assim os leva ao seu porto desejado.”
A batalha terminou, a Armada foi totalmente derrotada. Deus enviou um denso nevoeiro sobre o canal. Os capitães espanhóis com seus imensos galeões não conheciam o canal e não puderam fazer a manobra. Os capitães ingleses, por sua vez, conheciam o canal muito bem e puderam atacar o inimigo e aniquilá-lo.
Ao ser a Armada derrotada pela amplamente inferior marinha inglesa e voltar para casa envergonhada, o papa não pôde fazer mais nada na época. Deus havia libertado a Inglaterra das garras de Roma e agora estava livre para abrir as asas e colonizar o mundo. Juntamente com as colônias inglesas, surgiu a fé protestante. Com a fé protestante veio a Bíblia protestante. A Bíblia na versão King James lançou a base para a mensagem final a ser dada ao mundo, as três mensagens angélicas de Apocalipse 14, a quarta mensagem angélica de Apocalipse 18, a mensagem do santuário e as profecias de Daniel e Apocalipse.
O que aconteceu, então, com a Igreja Anglicana? Por que a Igreja da Inglaterra encontra-se em tamanha desordem e desfazendo-se em pedaços hoje?
Lembre-se de que Roma sempre aguardou ansiosamente para reconquistar o patrimônio britânico. Ela espera o momento certo e aguarda pela oportunidade de agir. Roma trabalha em vários níveis diferentes para obter vantagem. Aproximadamente trezentos anos após a Reforma, a Inglaterra ainda mantinha firmemente sua posição contra o papado. Por mais de duzentos anos a versão bíblica King James manteve acuada a versão bíblica católica adulterada.
Mesmo assim, Roma continuou trabalhando diligentemente para destruir a Igreja da Inglaterra. Ela tem trabalhado com muita dedicação para restaurar a credibilidade e o poder no país que conduziu o mundo de fala inglesa para fora da Igreja Católica e para longe do controle papal.
As igrejas tendem a seguir um ciclo. No início, uma nova igreja é cheia de vida e energia. Sua mensagem distintiva é a força motriz que mantém os ministros focados e a igreja em crescimento e expansão. Essa foi a realidade da Igreja Anglicana.
No início de um movimento ou igreja, os ministros e os membros claramente compreendem as suas doutrinas. Eles claramente entendem sua identidade e a razão da existência da igreja. Um elevado padrão de piedade é amplamente praticado na igreja, e os ministros e os membros são em geral um bom exemplo da mensagem que professam.
Após algumas gerações, no entanto, chega o momento em que os membros e até mesmo os ministros não apreciam mais a mensagem. Em vez de ensinar os princípios com convicção e clareza, há um período de quietude em que a maioria dos mestres e pregadores não prega mais a essência da mensagem de forma eficaz. Os membros se tornam cada vez menos familiares com os principais pilares de sua fé. Com o passar de várias outras gerações, os ministros e membros, na verdade, não têm mais certeza do que creem e da razão de sua fé. Quem sabe a prosperidade os tenha deixado um pouco preguiçosos para estudar a Bíblia e orar. Talvez as suas energias estejam sendo empregadas em conquistas terrenas. Em todo caso, uma mentalidade mais liberal começa a diminuir a piedade e a espiritualidade. A igreja deixa de apresentar com clareza a sua mensagem distintiva.
Levanta-se, então, um homem inteligente, carismático e distinto. Ele geralmente se torna um professor respeitado e um educador renomado cujas aulas são amplamente frequentadas por futuros ministros do evangelho. Ele começa a questionar a validade das doutrinas distintivas da igreja – o que gera conflito e desunião, dando início ao processo de desintegração. Ele publica literaturas que apoiam a sua visão, que são espalhadas por todos os cantos. Prega amplamente sua mensagem aumentando mais e mais seu sucesso pessoal. Em seguida, passa a proclamar com mais audácia ainda a insatisfação com a mensagem bíblica original de sua igreja. Como a mensagem desse homem aparenta ser mais teológica, ela atrai os intelectuais e os acadêmicos que desenvolveram uma linha mais liberal dentro da denominação. Muitos deles se tornaram líderes, assumindo posição de autoridade e poder. A pregação e os escritos desse ilustre professor apresentam as crescentes inseguranças da maioria dos líderes em relação à fé e à doutrina que possuem. A própria falta de estudo da Palavra de Deus por parte desses indivíduos confere ao professor uma vantagem sobre eles ao defender suas ideias aplicando textos bíblicos de forma distorcida. Os líderes geralmente defendem esse homem contra qualquer um que reconheça a falsa doutrina que prega e acuse-o de disseminar heresias.
Finalmente, a igreja desloca-se tanto de sua doutrina e prática originais que a maioria dos ministros aceita as visões desse homem em vez da verdade apresentada na Bíblia. Com o tempo, essa voz carismática é forçada de uma maneira ou de outra a seguir suas próprias convicções e acaba deixando a igreja, levando consigo muitos ministros e membros leigos. Os ministros, professores e outros simpatizantes que permanecem na igreja passam a influenciar futuras gerações de ministros do evangelho com a falsa doutrina aprendida, que agora se tornou epidêmica. O resultado é que esse professor deixa a igreja em desordem doutrinária com ministros que defendem visões antibíblicas e causam confusão, tanto entre ministros, como entre os membros leigos.
Para a Igreja Anglicana esse homem foi John Henry Newman. Ele nasceu em 1801, muitas gerações após a Reforma. Ele se tornou ministro anglicano e professor da Universidade Oxford na Inglaterra. Nessa época, a Inglaterra ainda era em sua maior parte protestante, pelo menos aparentemente. Os intelectuais, porém, das universidades estavam começando a se sentir inquietos quanto ao protestantismo anglicano. Eles haviam adquirido uma sutil falta de clareza. Em 1833, ainda em Oxford, Newman, com o apoio de vários colaboradores, liderou o que ficou conhecido como “Movimento Oxford”, que essencialmente levantou dúvidas a respeito das origens apostólicas da Igreja da Inglaterra e, consequentemente, quanto à validade da independência anglicana de Roma. Afinal, a Igreja da Inglaterra havia dado prosseguimento a algumas práticas e rituais antibíblicos da Igreja Católica. Que direito tinham, pois, de continuar como uma igreja independente?
John Henry Newman, que foi beatificado pelo papa Bento XVI em sua visita recente à Grã-Bretanha, está a caminho de se tornar um santo católico romano. Na verdade, o porta-voz do Vaticano afirmou que a canonização de Newman à santidade é uma “possibilidade concreta”. Ele disse ainda que uma vez canonizado, a igreja pode também proclamá-lo “doutor da igreja”. “Doutor da igreja” é um título muito distinto que associará John Henry Newman com Agostinho, Jerônimo, Chrysostom entre outros. O título de “doutor da igreja” trata-se de uma honra adicional que pode ser conferida apenas a alguém que foi canonizado, uma distinção dada àqueles que a Igreja Católica reconhece como tendo maior importância, especialmente em relação à contribuição à teologia ou doutrina.
Apesar de você talvez não conhecer muito a respeito de John Henry Newman, o fato de ele ter sido “abençoado” pelo papa revela claramente que há algo de muito especial a seu respeito no ponto de visto do pontífice. Ele é um herói aos olhos do Vaticano.
A razão de John Henry Newman ser importante para o Vaticano é, na verdade, fascinante. As ações de John Henry Newman dentro da Igreja Anglicana geraram tantos frutos para o Vaticano que ele é agora venerado e reverenciado, especialmente pelos católicos ingleses.
John Henry Newman teve uma grande participação para gerar o atual estado da Igreja Anglicana. Newman publicou tratados apoiando suas visões que ficaram conhecidos como “Tratados para nosso Tempo”. Tais tratados levantaram dúvidas doutrinárias que sutilmente sugeriam que a Igreja Anglicana não possuía base na sucessão apostólica e era, portanto, uma igreja ilegítima.
Newman contou com o apoio de Edward Pusey em 1835. Pusey foi um pregador e escritor influente. Ele defendeu o que na época era chamado de “alta igreja”, isto é, uma abordagem mais ritualista de adoração. Newman e Pusey buscaram restaurar a doutrina e os rituais católicos romanos dentro da Igreja Anglicana e levar a Igreja da Inglaterra de volta para Roma. Pusey também escreveu vários livros, alguns deles representam uma tentativa de encontrar uma base para a unidade entre a Igreja da Inglaterra e a Igreja de Roma.
O influente grupo de anglicanos encabeçado por Newman tinha como objetivo fazer com que a Igreja da Inglaterra voltasse a adotar muitas crenças e formas de adoração católicas, incluindo a confissão, a adoração de imagens, a missa e outros rituais. Eles até mesmo fundaram um “monastério” anglicano para treinar jovens ministros anglicanos nos rituais do romanismo. Muitas dessas ações foram feitas em segredo na época e com o tempo levaram muitos dos jovens ministros a se unirem à Igreja de Roma. Os esforços de Newman para romanizar a Igreja da Inglaterra foram bem-sucedidos. Ele se tornou amplamente conhecido entre os alunos e outros professores. Sua influência na Universidade Oxford foi muito grande pelo menos até 1839.
Na época em que Newman se converteu ao catolicismo em 1845, danos irreparáveis já haviam sido feitos na Igreja da Inglaterra. Uma geração inteira de ministros foi afetada pelos ensinos dos “Tratarianos” ou “Newmanitas”, como Newman e seus colaboradores ficaram conhecidos. Muitos desses ministros, que mais tarde se tornaram professores universitários, foram profundamente influenciados pelo movimento ritualista e pelas ideias católicas romanas, influenciando, por sua vez, futuras gerações de ministros.
Os esforços de Newman, Pusey e outros foram realmente revolucionários para a Igreja da Inglaterra. O fato de trazerem as doutrinas católicas para dentro da denominação preparou o caminho para que a Igreja da Inglaterra se aproximasse cada vez mais de Roma até chegar ao ponto em que hoje, com exceção de algumas questões importantes como a ordenação de ministros homossexuais, a ordenação de mulheres e alguns outros assuntos, há pouca diferença entre as duas igrejas.
John Henry Newman foi recebido pela Igreja Católica em 1845. Em 1846, ele foi ordenado padre durante uma visita a Roma. Newman voltou à Grã-Bretanha e atuou até 1889 como educador e padre. Ele fundou a Universidade Católica da Irlanda. Em 1889, foi promovido a cardeal pelo papa Leão XIII. Geralmente, o processo de promoção de padre para cardeal é muito longo, mas o papa Leão XIII sentiu-se tão grato pelo que ele mesmo declarou como “sinais de serviço” que Newman realizou em prol da Igreja Católica, que decidiu torná-lo cardeal sem ter que enfrentar o longo processo. Newman e seus colaboradores haviam destituído a Igreja Anglicana de seu protestantismo e o papa reconheceu com satisfação o que fizeram.
Em 1991, a Sagrada Congregação para as Causas dos Santos da Igreja Católica Romana proclamou a veneração de Newman. Um suposto “milagre” foi proclamado pelo Vaticano como sendo atribuído ao falecido Newman, abrindo, assim, o caminho para a sua beatificação. Em 19 de setembro deste ano, o papa Bento XVI beatificou John Henry Newman durante sua visita histórica à Grã-Bretanha.
É muito importante notar que nenhum outro papa jamais fez uma visita de estado à Grã-Bretanha. Se a Igreja da Inglaterra estivesse firme em seus princípios reformistas, essa visita histórica nunca teria sido possível. No entanto, por causa de John Henry Newman e seus colaboradores a base foi lançada para a visita papal na Grã-Bretanha. Quem sabe, a beatificação de Newman nessa ocasião tenha sido mais do que um gesto simbólico. Na verdade, trata-se de outra forma de reconhecimento e gratidão pela dedicação e pelo trabalho devastador que Newman realizou em favor da Igreja Católica.
Ao mesmo tempo em que a Igreja da Inglaterra aproximou-se incrivelmente de Roma quanto às suas doutrinas e práticas, ela também se tornou menos relevante ao povo. Como resultado, a sociedade em que a Igreja da Inglaterra está inserida tornou-se amplamente secular. Hoje os templos da Igreja da Inglaterra estão praticamente vazios e seus ensinos possuem pouca ou nenhuma relevância à maior parte da população, seja na Inglaterra ou em outros países.
A fim de permanecer relevante e buscar pontos em comum com uma sociedade mais secularizada, a Igreja Anglicana está se tornando cada vez mais secularizada e liberal – o que também contribuiu para levar os ensinos e a adoração da igreja para bem longe da verdade bíblica. É exatamente isso que o Vaticano deseja. É bem possível que a Santa Sé tenha ajudado a facilitar esse processo enviado emissários para infiltrarem-se na Igreja da Inglaterra para disseminar a insegurança doutrinária e o liberalismo.
A atual desordem na Igreja Anglicana, porém, remete à década de 1940, ocasião em que a igreja começou a desenvolver a teologia que viria a permitir a ordenação de mulheres ao sacerdócio. Essa discussão estendeu-se por trinta anos.
No entanto, foi a ramificação norte-americana da Igreja Anglicana, ou Igreja Episcopal, que abriu o caminho para o liberalismo. Em 1976, a Convenção Geral da Igreja Episcopal aprovou a ordenação de mulheres. Em 1977, a primeira mulher foi oficialmente ordenada ao sacerdócio. Outras mulheres foram ordenadas de forma não oficial, ou sem o consentimento da mais alta autoridade da igreja. Esperava-se, sem dúvida, que com tal atitude o restante da igreja fosse pressionado a aprovar o que já estava acontecendo.
A primeira mulher a ocupar o cargo de bispo foi ordenada em 1989. Em 2006, pela primeira vez uma mulher foi eleita para exercer a função de bispo presidente com autoridade sobre toda a Igreja Episcopal. Seu nome é Katherine Jefferts Schori e ela apoia a ordenação de mulheres, bem como a ordenação de homossexuais. Na verdade, ela presidiu a ordenação de uma lésbia praticante ao sacerdócio.
Há uma profecia bíblica que se aplica a essa situação. Ela se encontra em Isaías 3:12, que diz: “Os opressores do Meu povo são crianças, e mulheres dominam sobre ele; ah, povo Meu! Os que te guiam te enganam, e destroem o caminho das tuas veredas.”
Foi exatamente isso que fizeram. A ordenação de ministros homossexuais e a bênção matrimonial para uniões homossexuais iniciaram-se no início da década de 1970 em paralelo com o movimento feminista. Após um período de aproximadamente 25 anos, durante a Conferência de Lambeth de 1998, que é a maior autoridade dentro da Igreja Anglicana, os ativistas homossexuais dos países ocidentais esperavam que a igreja aprovasse a bênção matrimonial de “casamentos” homossexuais. No entanto, os bispos africanos e asiáticos surpreendentemente votaram contra a proposta. Os bispos ocidentais, que já estavam realizando “casamentos” homossexuais de forma não oficial, afirmaram que começariam a realizar tais casamentos oficialmente mesmo sem o consentimento da Conferência de Lambeth.
Cinco anos mais tarde, em 2003, o caos assumiu o controle. Novamente, as ramificações norte-americanas da Igreja Anglicana tomaram as rédeas da questão. A diocese de New Westminster na Colúmbia Britânica, Canadá, decidiu abençoar uniões homossexuais com ou sem o consentimento da igreja. O arcebispo de Canterbury abertamente expressou sua preocupação afirmando que tal atitude poderia causar divisão na igreja. Nesse mesmo ano, Gene Robinson, homossexual declarado, foi ordenado bispo na diocese de New Hampshire – o que gerou grande insatisfação entre os anglicanos e episcopais conservadores, levando a Igreja Anglicana ao ponto de quase se desfazer em pedaços. Recentemente, em maio de 2010, Mary Glasspool, lésbica praticante, foi ordenada ao sacerdócio em Los Angeles por Katherine Jefferts Schori.
Como resultado, o processo de divisão e dissolução da igreja acelerou ainda mais. Pelo menos seis comunhões anglicanas conservadoras independentes foram formadas e não possuem mais nenhuma ligação com Canterbury, bispos e outras igrejas dentro dos limites nacionais interromperam a comunicação entre si, um número sem precedentes de membros estão deixando a Igreja Anglicana e muitos outros estão se convertendo ao catolicismo.
Em agosto de 2010, quinze bispos anglicanos afirmaram que devido à nova política de ordenação de mulheres, aproximadamente mil padres e diáconos possivelmente deixarão a Igreja Anglicana para se unirem à Igreja de Roma.
Por ser a Igreja da Inglaterra uma igreja do estado, é especialmente significativa a visita de estado do papa à Grã-Bretanha. Ela simboliza o fato de a Igreja Anglicana ter praticamente perdido a sua identidade e deixado um vácuo que Roma pretende preencher. A visita de estado à Grã-Bretanha neste momento da história anglicana é estrategicamente significativa. Além disso, também é profética, pois se trata de um dos elementos que ajudará Roma a cumprir seu papel profético – instituir uma religião mundial e tornar-se a líder moral universal das nações.
Apesar de a Igreja Católica acolher os membros anglicanos que querem se converter ao catolicismo concedendo-lhes até mesmo a liberdade de continuar seguindo a liturgia anglicana (conhecida como “Uso Anglicano”), Roma nunca antes demonstrou aos anglicanos disposição ou flexibilidade para receber igrejas inteiras ou grupos.
Em 2009, porém, numa atitude surpreendente, o papa Bento XVI e a cúria da Igreja Católica estrategicamente decidiram tirar vantagem da acelerada desintegração atual da Igreja Anglicana facilitando que igrejas inteiras e redes de igrejas conservadoras se tornem igrejas católicas romanas sob a autoridade do papa.
Em novembro de 2009, o papa Bento XVI emitiu uma Constituição Apostólica, documento pontifício que trata de assuntos da mais alta importância, conhecida como Anglicanorum Coetibus. Essa Constituição Apostólica criou o que ficou conhecido como ordinariado pessoal. O ordinariado pessoal funciona como associações regionais que englobam outros territórios geográficos, mas que, por cuidarem de um grupo especial de pessoas, são permitidas com a aprovação do papa dentro dos limites nacionais ou diocesano de outras jurisdições. Em outras palavras, o ordinariado pessoal foi criado para que congregações e grupos inteiros da Igreja Anglicana possam se converter ao catolicismo e ao mesmo manter a liturgia anglicana, as tradições da denominação e até mesmo os sacerdotes casados.
“Roma estacionou os tanques de guerra no gramado do arcebispo de Canterbury”, publicou o periódico britânico Times Online.
“Esse é um golpe fatal ao anglicanismo que inevitavelmente será levado à desestabilização à medida que a igreja continua a encolher e torna-se cada vez menos relevante”, afirmou o National Secular Society, organização britânica que promove o secularismo e a separação da igreja do estado.
O cardeal Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, anunciou a decisão papal e afirmou que milhares de anglicanos expressaram o desejo de retornar ao catolicismo. Há também um número considerável de bispos que cogitam fazer a mesma coisa.
A Constituição Apostólica foi criada em resposta ao pedido feito em outubro de 2007 pela Comunhão Anglicana Tradicional para a plena incorporação à Igreja Católica como organização, não como membros individuais. A Comunhão Anglicana Tradicional foi formada em 1991 como uma denominação separada da Igreja Anglicana por causa dos grandes posicionamentos liberais da igreja, em especial a ordenação de mulheres, e mais recentemente, devido à ordenação de sacerdotes homossexuais abertamente declarados e à bênção matrimonial para uniões entre indivíduos do mesmo sexo.
Os ordinariados pessoais católicos romanos serão presididos por ex-sacerdotes ou bispos anglicanos ordenados na Igreja Católica como padres sob responsabilidade direta do papa. Se forem casados, o papa abrirá exceção para que possam continuar a cuidar de suas congregações e comunhões como homens casados.
Até agora, já houve no mínimo cinco pedidos para o Vaticano estabelecer ordinariados pessoais.
Em março de 2010, a Casa dos Bispos da Igreja Anglicana da América, uma denominação independente, obteve uma votação unânime em favor da união à Igreja Católica juntamente com seus três mil membros distribuídos em 120 paróquias em quatro dioceses no território dos Estados Unidos. Eles apresentaram o pedido ao Vaticano para o estabelecimento de um ordinariado pessoal.
No mesmo mês, a Igreja Católica Anglicana do Canadá apresentou formalmente o pedido para que seja estabelecido um ordinariado pessoal.
A Igreja Anglicana da Austrália, a Igreja Católica Anglicana da Austrália e um grupo chamado Forward in Faith Austrália uniram-se para pedir que um ordinariado pessoal também seja criado.
Ainda na Austrália, a Igreja de Torres Strait, outra Comunhão Anglicana conservadora que engloba Northen Queensland e Torres Strait, também apresentou o pedido para a implantação de um ordinariado pessoal.
A Igreja Anglicana Tradicional da Inglaterra, Escócia e Wales também apresentaram o pedido para um ordinariado pessoal.
A decisão papal é estratégica, mas também profética. O papa Bento XVI está mais uma vez lançando mão do ciclo ofença-reconciliação para acelerar a desintegração da Igreja Anglicana. Ele ofendeu a Igreja Anglicana ao autorizar odinariados pessoais através da Constituição Apostólica. Logo em seguida, durante a visita de estado que ocorreu na Grã-Bretanha, ele proferiu palavras de amor e amizade, fazendo com que os próprios indivíduos que ele está tentando sabotar sintam-se bem a respeito disso. A beatificação do cardeal Newman, no entanto, revela as verdadeiras intenções do papa – desestabilizar a Igreja da Inglaterra e, finalmente, eliminá-la.
Roma precisa reassumir o poder sobre as igrejas que uma vez foram sujeitas ao seu domínio. Sem isso, ela não será bem-sucedida em levantar-se como a rainha da terra e estabelecer a religião global, conforme profetizado em Apocalipse 13:8.
Há uma declaração que é certamente importante dentro do contexto do movimento conservador anglicano de volta para a Igreja de Roma. Ela se encontra no livro Testemunhos Seletos, volume 3, página 171: “Ao aproximar-nos da última crise, é de vital importância que existam entre as instituições do Senhor harmonia e união. O mundo está cheio de tempestade, guerra e contenda. Contudo, ao mando de um chefe – o poder papal – o povo se unirá para opor-se a Deus na pessoa de Suas testemunhas. Essa união é cimentada pelo grande apóstata.”
Tal propósito do papado levará à união plena, visível e sacramental entre as igrejas separadas. Esse é o princípio da política ecumênica de Roma. Ao mesmo tempo, o povo de Deus deve unir-se. Sem a união doutrinária nunca poderemos alcançar um resultado bem-sucedido na guerra contra Satanás e seus agentes.
Através dos ordinariados pessoais, o Vaticano aceitou um clero casado, conforme a exceção aberta pelo próprio papa, e pode agora recolher os pedaços que sobraram da Igreja Anglicana, assim como o abutre se aproveita do cadáver. Passo a passo, mais e mais anglicanos conservadores estão procurando unir-se com Roma. Roma sabe que há um grande número de igrejas e membros conservadores em várias comunhões anglicanas ao redor do mundo.
A Constituição Apostólica Papal que abriu as portas para a entrada de inúmeros anglicanos insatisfeitos pode ser muito bem um modelo para outras comunhões e denominações. Há várias denominações que estão ordenando mulheres e homossexuais ao ministério.
As Igrejas Luteranas Evangélicas, por exemplo, na Alemanha e Escandinávia, são tão liberais que consideram o homossexualismo algo moral. A Igreja Luterana da Suécia aceita ministros homossexuais e abençoa o matrimônio entre indivíduos do mesmo sexo. Na Alemanha, tais igrejas realizam a ordenação de ministros homossexuais e, algumas, especialmente as igrejas urbanas mais liberais, realizam casamentos homossexuais.
A Igreja Luterana Evangélica do Canadá permite que se faça uma “opção local” em relação à bênção matrimonial para uniões homossexuais – o que quer dizer que a paróquia local tem a permissão de decidir se realizará casamentos homossexuais ou não.
Algumas igrejas pentecostais aceitam ministros homossexuais também, mas a grande maioria ainda não.
A Igreja Presbiteriana aceita ministros homossexuais e abençoa uniões homossexuais, mas não realiza casamentos gays (a diferença é obscura). No início de 2010, a igreja passou a aceitar que membros homossexuais praticantes atuem como anciãos.
A Igreja Unida do Canadá, a Igreja Unida da Austrália, algumas congregações da Igreja Unida de Cristo e a Igreja Swedenborgiana da América do Norte aceitam ministros homossexuais.
Até mesmo a Igreja Valdense-Metodista situada na Itália cedeu à pressão e passou a abençoar uniões homossexuais. Aparentemente, o lema que essa igreja costumava ter “Lux Lucet in Tenebris” ou “A Luz Brilha nas Trevas” não se aplica mais aos tempos atuais. Em vez disso, infelizmente, ela se uniu às trevas.
Tais igrejas – que deixaram de se firmar na autoridade da Bíblia como a base de sua fé e não possuem mais uma voz distintiva devido ao movimento ecumênico – podem muito bem sofrer uma desintegração gradual por causa das fendas e divisões causadas por práticas antibíblicas. As ramificações conservadoras dessas denominações podem muito bem ficarem ansiosas para unir-se à Igreja Católica também. Afinal, com a falta de adesão e lealdade à autoridade bíblica, a Igreja Católica através do papa é a única voz autoritária que resta.
Há algumas lições que podemos tirar da mensagem de hoje.
Primeiro, aqueles que pensam que mulheres devem ser ordenadas ao ministério geralmente não param para pensar nas consequências dessa prática. Praticamente todas as igrejas que estão hoje abençoando uniões homossexuais e ordenando ministros homossexuais começaram com a prática de ordenar mulheres para ocupar o cargo de anciãos e pastores, muitas vezes até mesmo sem o consentimento do corpo de autoridades da igreja. Essa prática finalmente foi seguida pela pressão dos membros homossexuais dessas igrejas para a ordenação de ministros homossexuais e a realização de matrimônios entre indivíduos do mesmo sexo.
Segundo, quanto mais uma denominação se afasta de suas raízes bíblicas e de sua identidade original, mais incerta se torna de sua mensagem e missão. O número de membros cai devido à falta de relevância – o que pressiona a igreja a inventar maneiras novas e criativas para atrair membros. A igreja passa a realizar cultos que mais se parecem com um show, a ordenar mulheres ao ministério e a fazer outras inovações irreverentes e totalmente contrárias aos princípios bíblicos.
A Igreja Católica Romana beneficia-se pela desunião e divisão dentro das várias denominações, pois pode atrair com mais eficácia os membros insatisfeitos. Tais práticas antibíblicas deixam a igreja vulnerável ao movimento ecumênico, cujo propósito é a união plena, visível e sacramental com Roma sob a autoridade do papa.
Talvez a maior lição de todas seja que nós devemos fazer tudo o que pudermos para defender os elevados padrões bíblicos em nossos lares, igrejas, escolas e outras instituições. Quanto mais nos apegarmos à Bíblia, menos chance haverá de cairmos nos argumentos superficiais e cedermos às pressões que levam à implantação da assim chamada “agendas progressivas” nas igrejas.
Que o Senhor ajude-nos a permanecermos fiéis à verdade de Sua Palavra e a vivermos os Seus mandamentos. Essa é a única forma de evitarmos as armadilhas da ideia moderna de igreja que atualmente está sendo enraizada em um vasto número de denominações.
Foi um imenso prazer passar esses momentos com você. Esperamos que você tenha sido imensamente abençoado pela mensagem deste mês. Agradecemos as suas orações e o seu apoio. Eles são muito importantes para nós. Até o próximo mês. Que Deus o abençoe e mantenha você e seus familiares em Seus braços de amor e cuidado. Guarde a fé!
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