O Apelo de Noé aos Ímpios
Por Pastor Hal Mayer
Prezado amigo,
Seja bem-vindo ao Ministério Guarde a Fé. Obrigado por unir-se a nós mais uma vez para juntos estudarmos o que a Palavra de Deus diz a respeito dos dias em que Noé viveu. Esse estudo nos ajudará a entender os dias em que vivemos, pois o próprio Jesus, ao falar sobre o tempo do fim logo antes de Seu segundo advento, afirmou: “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem” (Lucas 17:26).
Antes de dar início ao nosso estudo, gostaria de relatar-lhe um milagre que está acontecendo no Ministério Guarde a Fé na Austrália. Estou maravilhado em testemunhar a mão de Deus em ação no Centro de Saúde Highwood. Uma mulher deu entrada no hospital de Sydney com “falência múltipla de órgãos”, de acordo com o diagnóstico médico. Além da ponte de safena, ela também sofria de insuficiência renal, diabetes e assim por diante. No hospital, os médicos a colocaram em coma induzido por duas semanas. Depois de sair do coma, a família ficou chocada ao descobrir que um de seus pés estava com gangrena. Você sabe o que acontece quando se tem gangrena, não sabe? O único recurso conhecido no mundo médico para combater a gangrena é a amputação. Caso contrário, a doença se alastra e envenena o corpo até a morte do paciente.
A família decidiu tirá-la do hospital e levá-la ao nosso pequeno centro de saúde nas montanhas de Melbourne. A equipe de saúde de Highwood entrou imediatamente em ação aplicando cataplasmas de carvão e realizando outros tratamentos naturais na tentativa de restabelecer a circulação sanguínea no pé afetado e, assim, evitar a amputação. Além dos tratamentos, a equipe também começou a rogar a Deus pela cura da paciente.
Em apenas dois dias, ela voltou a sentir dor no pé gangrenado. A dor é algo desejável nesse tipo de situação. Mais alguns dias se passaram e o tom rosa da pele voltou e a pele morta começou a sair. A equipe continuou trabalhando e depois de mais uma semana, a paciente fez tantos progressos que apenas alguns dos dedos corriam perigo. Várias semanas depois, os dedos estavam aquecidos pela circulação de sangue e ela não sentia mais dor.
Enquanto isso, a equipe também trabalhava para tratar outros problemas de saúde da paciente. O diabetes estabilizou. Gradualmente, a medicação foi retirada, pois o sangue estava normal.
A equipe de saúde de Highwood continua a orar e a trabalhar em prol da restauração da saúde dessa paciente e espera ajudá-la a voltar a se movimentar para que a cura possa ser completa.
A melhor notícia de todas, porém, é que essa paciente está lendo a Bíblia, o livro O Grande Conflito e disse que deseja seguir a Jesus. Não é fantástico? Estou maravilhado com o que Deus está fazendo em sua vida. Convido-o a louvar a Deus comigo!
Peço suas orações em favor do Ministério Guarde Fé no Centro de Saúde Highwood na Austrália. É muito importante a preservação e a expansão da obra de Deus naquele lugar. Ainda temos muito pela frente, mas estamos progredindo.
Ao iniciarmos nosso estudo deste mês, convido-o a inclinar a sua fronte comigo, se possível, para orar. Nosso amado Pai celestial, somos imensamente agradecidos por Tua maravilhosa intervenção para salvar a raça humana caída do desastre. Oro para que Tu nos abençoes hoje com o Teu Santo Espírito para aprendermos as lições que Tu desejas que aprendamos a respeito do tempo em que vivemos. Que possamos entender e praticar as lições que Tu tens a nos ensinar através do ministério de Noé junto ao mundo ímpio que o cercava, como também compreender como nós podemos ser salvos. Em nome do Senhor Jesus, amém.
Convido-o a abrir a sua Bíblia comigo na segunda epístola de Pedro, capítulo 3, versos 3 a 7. Nessa passagem, o apóstolo escreveu a respeito da destruição da
Terra no Dilúvio, como também no tempo do fim. A Bíblia contém histórias proféticas poderosas, como a história do Dilúvio, para que possamos entender o tempo em que vivemos. Ouça com atenção:
“Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do Dilúvio, mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.”
O apóstolo Pedro ligou o período anterior ao Dilúvio com a destruição futura no tempo do fim, mostrando-nos que os dois eventos estão relacionados. Os escarnecedores que ridicularizaram Noé representam aqueles que ridicularizarão os justos no tempo do fim. Note que os céus e a terra que agora existem, e que são diferentes dos céus e da terra anteriores ao Dilúvio, reservam-se pela mesma palavra de Deus até chegar o momento do juízo final com fogo. Assim, a destruição causada pelo Dilúvio simboliza a destruição do mundo com fogo no final dos tempos.
Devemos, portanto, prestar atenção àquilo que aconteceu no período do Dilúvio. Em Lucas 17:26 e 27, o próprio Jesus afirmou: “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o Dilúvio, e os consumiu a todos.”
Gostaria que você notasse algo importante. Quem Deus responsabilizou pela impiedade do mundo antediluviano? Note: “Casavam e davam-se em casamento”. Na versão King James é ainda mais claro. Lá diz: “Casavam-se com esposas.” Quem se casa com esposas? Bem, os homens! Deus responsabilizou os homens pela impiedade da época em que Noé viveu. Se refletirmos um pouco, talvez isso ajude os homens a entenderem a sua responsabilidade, pois Jesus afirmou que a mesma coisa ocorre hoje. Ele responsabiliza os homens pela condição espiritual de suas famílias e, consequentemente, da sociedade em que a família, que é a unidade mais básica, está inserida.
Sem dúvida, cada pessoa é responsável por sua salvação. O que quero dizer aqui é que os homens, como líderes espirituais do lar, têm um papel muito importante a desempenhar. A espiritualidade da família está intimamente relacionada com a condição geral da sociedade. Portanto, irmão, preste atenção às palavras de Jesus.
Se você deseja um lar temente a Deus, você deve ser um líder espiritual que segue a Cristo e a Sua verdade, busca ser humilde como o Salvador e trabalha para o bem-estar da família. Os homens estão tão corrompidos que passaram a conduzir as esposas e os filhos para o pecado. Nesses últimos dias, Jesus está em busca de homens reais que permaneçam ao lado da verdade, manifestando um espírito humilde, gentil e bondoso ao liderar a família no caminho da justiça. Irmã, se a senhora não possui um homem espiritual em sua família, faça o seu melhor para conduzir os seus filhos nos caminhos de Deus. Ore para que o Senhor lhe conceda forças para ser humilde e piedosa.
Note também que os homens naquela época comiam e bebiam. Esse também foi um dos motivos para o Dilúvio destruidor. O que Jesus estava dizendo aqui? Jesus não disse que é errado comer e beber. Nós precisamos comer e beber, ao menos água, a fim de sobrevivermos. O que Jesus estava dizendo é que as pessoas que viveram antes do Dilúvio eram glutonas. Elas deram às costas à temperança.
Comiam o que bem entendiam, bebiam o que queriam, fartavam-se sem restrição e, como resultado, a impiedade da sociedade ficou sem limites. Eles escarneciam daqueles que, como Enoque, Matusalém, Lameque e Noé, tentavam exaltar a verdade de Deus e Seus princípios. Eram ousados em zombar da justiça. Seu pecado era horrível.
Jesus afirmou que os antediluvianos casavam e davam-se em casamento. O que há de errado com o casamento? A união entre um homem e uma mulher é o plano de Deus. Certamente, essa não foi uma das razões para a terrível calamidade. Jesus, porém, disse que sim. Se olharmos para a sociedade hoje, podemos ver o que os antediluvianos estavam fazendo em sua época. Eles passaram a inventar todos os tipos de casamentos alternativos e alternativas ao casamento. Entre essas uniões, provavelmente podemos incluir os relacionamentos sexuais descompromissados, a poligamia, as uniões homossexuais e bissexuais e assim por diante. Sem dúvida alguma, havia relacionamentos extraconjugais, incestos e outras formas de perversão. A sociedade estava imersa na imoralidade.
Note que os antediluvianos não se contentaram com a lei de Deus, mas levaram os princípios divinos ao extremo e à intemperança. Isso os conduziu à imoralidade. A sexualidade era o foco de sua vida. Eram movidos por festas imorais ou atividades pervertidas. Sua vida estava imersa no sensualismo e no vício. É assim que o mundo atual se encontra hoje. O vício e a imoralidade são exaltados. A infidelidade e a injustiça são deixadas como modelos para a próxima geração de jovens.
Os antediluvianos, porém, eram dotados de capacidades muito maiores do que as nossas hoje. Eles eram capazes de inventar todos os tipos de coisas destinadas a aguçar os sentidos e a despertar desejos sensuais proibidos e malignos. Eles se esqueceram de Deus, o Deus que os criou e os lhes dava o sustento.
A Bíblia diz que continuaram agindo dessa forma até Noé entrar na arca. Mesmo depois de todas as advertências, apelos e súplicas, eles continuaram a rejeitar a Deus e a persistir no pecado até que a chance de arrependimento chegou ao fim. Você acha que no final dos tempos acontecerá a mesma coisa? Você acha que mesmo depois de todas as advertências que Deus enviar através de desastres naturais, pregadores da justiça ou marcos de Sua verdade, que deveria ser o papel da igreja, as pessoas ainda assim rejeitarão a Deus e continuarão a seguir com seu estilo de vida banhado no pecado até que a porta da graça seja fechada? Sim, amigo. As pessoas até mesmo elaborarão Bíblias corrompidas a fim de apoiar seu estilo de vida. Recentemente, li a respeito de uma Bíblia homossexual publicada para apoiar esse estilo de vida contrário aos verdadeiros princípios da Palavra de Deus. Que blasfêmia!
O capítulo 6 de Gênesis traz mais detalhes sobre a época em que Noé viveu. Comecemos com o verso 2. “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.”
O termo “filhos de Deus” refere-se àqueles que eram piedosos, justos, que obedeciam a Deus e guardavam a Sua lei. Os descendentes de Sete. A expressão “filhas dos homens” refere-se às filhas nascidas de pais que haviam rejeitado a Deus. Os descendentes de Caim.
Ouça a seguinte citação de Patriarcas e Profetas, página 81 e 82:
“Por algum tempo as duas classes permaneceram separadas. A descendência de Caim, espalhando-se do lugar em que a princípio se estabeleceu, dispersou-se pelas planícies e vales onde os filhos de Sete haviam habitado; e os últimos, para escaparem de sua influência contaminadora, retiraram-se para as montanhas, e ali fizeram sua morada. Enquanto durou esta separação, mantiveram em sua pureza o culto a Deus. Mas com o correr do tempo arriscaram-se pouco a pouco a misturar-se com os habitantes dos vales. Esta associação produziu os piores resultados.
‘Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas’ (Gênesis 6:2).
Os filhos de Sete, atraídos pela beleza das filhas dos descendentes de Caim, desagradaram ao Senhor casando-se com elas. Muitos dos adoradores de Deus foram seduzidos ao pecado pelos engodos que constantemente estavam agora diante deles, e perderam seu caráter peculiar e santo. Misturando-se com os depravados, tornaram-se semelhantes a eles, no espírito e nas ações; as restrições do sétimo mandamento eram desatendidas, ‘e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram’. Os filhos de Sete ‘entraram pelo caminho de Caim’ (Judas 11); fixaram a mente na prosperidade e alegrias mundanas, e negligenciaram os mandamentos do Senhor. Os homens ‘se não importaram de ter conhecimento de Deus’; ‘em seus discursos se desvaneceram, e seu coração insensato se obscureceu’. Por isso ‘Deus os entregou a um sentimento perverso’ (Romanos 1:21 e 28). O pecado propagou-se largamente na Terra como uma lepra mortal.”
De que forma o pecado propagou-se largamente sobre a Terra como uma lepra mortal? Pela ligação entre aqueles que a princípio eram leais a Deus com aqueles que não eram. Inevitavelmente, essa ligação levou ao casamento entre fiéis e infiéis, abrindo as comportas do pecado e submergindo quase todos. Se não fosse por alguns poucos que permaneceram fiéis, Satanás teria controlado o mundo inteiro.
Gostaria que você notasse também que os filhos de Deus deixaram as cidades da planície e foram habitar nas montanhas. Eles tomaram essa decisão a fim de permanecerem leais a Deus e não se contaminarem com o pecado, que os tornaria cada vez menos resistentes. As montanhas naquela época eram lindas, muito mais belas do que vemos hoje. Esse é um ponto importante a ser considerado. Não podemos viver na cidade ou em um ambiente secular, onde há concentração do pecado, e achar que não seremos contaminados por ele. Se você realmente deseja desenvolver um relacionamento íntimo com Deus, a vida no campo é o plano divino para a sua vida. Se você mora na cidade e sinceramente deseja mudar-se para o campo, converse com Deus sobre o assunto. Diga-Lhe que deseja praticar os Seus princípios e a Sua vontade e que fará o que for preciso para seguir o plano que Ele tem para a sua vida. Deus abrirá as portas no tempo certo. Pode ser que você precise mudar de emprego. Talvez tenha que despertar habilidades adormecidas a fim de prover o sustento de sua família. Pode ser que tenha que oferecer algum tipo de serviço à comunidade que você esteja apto a fazer. Talvez tenha que usar a criatividade, mas pela graça de Deus você conseguirá. Certamente haverá sacrifícios e trabalho árduo. Talvez não seja algo fácil ou confortável de se fazer, mas você conseguirá pela graça de Deus.
Outra coisa que gostaria que você notasse é o comentário sobre a transgressão do sétimo mandamento. Eles não estavam apenas se unindo em casamento, mas os filhos de Deus foram atraídos por práticas imorais tais como poligamia, relacionamentos sexuais descompromissados e outras práticas degradantes.
Você consegue imaginar a dificuldade e a angústia dos pais dos primeiros jovens que se uniram em casamento com infiéis? Não é difícil imaginá-los tentando convencer os filhos a não se unirem com as filhas dos descendentes de Caim:
– Filho, tem certeza de que quer casar com aquela moça?
– Sim, mãe, ela é muito legal. E me ama.
– Mas ela não é temente a Deus.
– Ah, mãe, mas ela é muito aberta à nossa fé. Acho que com o tempo consigo convencê-la a unir-se a nós na adoração a Deus, com a ajuda dEle, é claro.
– Filho, mas ela vem de uma família totalmente secularizada que não ama a Deus. Ela já sofreu muitas influências na vida que mostram claramente que ela não é tão dedicada como deveria ser, especialmente para você, meu filho.
– Mas mãe, tenho certeza de que ela vai acabar deixando as joias, as pinturas e as roupas indecentes. Eu não vou levá-la ao cinema e não vou deixar que beba bebidas alcoólicas.
– Filho, ela não é mais virgem. Ela não possui padrões morais elevados, ou resistência à tentação moral. Sei que Deus perdoa o pecador, restaurando-o à pureza e à integridade, se houver arrependimento, mas ela não possui padrão moral algum. Ela nunca aprendeu os princípios de Deus. Você está cometendo um grande equívoco. Não é o plano de Deus que nos unamos em casamento com os infiéis.
– Mas mãe, ela me ama. Tenho certeza de que ela será fiel no casamento e acabará aceitando a nossa fé.
– Como você pode ter certeza disso, meu filho? As mulheres das planícies não são tão confiáveis como você pensa. Há tantas moças entre nós. Por que você tem que ir à cidade da planície para encontrar uma esposa?
– Mãe, você precisa aprender a amar mais e a julgar menos. Seremos felizes. Talvez consiga convencê-la a vir morar aqui nas montanhas com os nossos familiares. Assim, ela será atraída às leis de Deus e aos Seus princípios.
– Mas filho, mesmo que ela se converta à verdadeira fé, essa união pode trazer más influências quando os irmãos dela e outros membros da família subirem aqui para visitá-la.
– Mãe, tenho certeza de que tudo ficará bem. Você está fazendo “uma tempestade em copo d’água”. Não é o que você está pensando. Vamos mudar de assunto.
A cena se repetiu vez após outra. Os pais, na tentativa de ajudar os filhos a tomarem a decisão certa, foram confrontados com todos os tipos de argumentos para justificar o relacionamento ilícito. Com o tempo, a mentalidade dos filhos de Deus mudou e, pela associação com os descendentes de Caim, tornaram-se tão ímpios e imersos no pecado quanto os filhos e as filhas dos homens. Como resultado, a moral da sociedade sofreu rápido declínio e até mesmo os filhos de Sete esqueceram-se da lei de Deus. Essas mesmas pessoas ou seus descendentes foram destruídos pelo Dilúvio. Seu coração estava endurecido contra Deus. Lembre-se: apenas oito pessoas sobreviveram.
Oh, amigo, se algum dia você for tentado a se unir em casamento com uma pessoa infiel ou de jugo desigual, espiritualmente falando, resista à tentação. Peça para Deus mostrar-lhe como viver sem transgredir os princípios de separação dos infiéis estabelecidos por Ele. Devemos alcançar os infiéis e testemunhar de nossa fé, mas não podemos envolver-nos em relacionamentos, seja em matrimônio ou relações comerciais, considerados de jugo desigual.
Corremos perigo mesmo entre os fiéis hoje. Muitas vezes, os da mesma fé também podem ser considerados jugo desigual. Peça a Deus que lhe apresente um companheiro ou uma companheira que tenha os mesmos princípios, o mesmo comprometimento espiritual e os mesmos objetivos que você. Do contrário, você corre riscos eternos.
Nos dias de Noé, quase todos os filhos de Deus transigiram com o pecado por meio da associação com as famílias mundanas que habitavam as cidades das planícies. Restaram apenas alguns fiéis. Enoque, Matusalém, Lameque e seus filhos e alguns outros se mantiveram fiéis a Jeová. O restante do mundo ficou imerso na impiedade. Nos últimos dias em que vivemos testemunhamos a mesma situação.
Em Gênesis 6:5 lemos: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.”
Note a linguagem forte desse verso. “Toda a imaginação dos pensamentos… era só má continuamente”. Você já parou para pensar nisso? Em outras palavras, não havia um pensamento justo sequer no coração das pessoas. Não existia uma inclinação sequer para fazer o que era correto. Todos os pensamentos que elas tinham eram maldosos e carnais. Todo o processo intelectual era direcionado para a criação de mais iniquidade a fim de satisfazer os desejos carnais. O egoísmo e a satisfação dos prazeres carnais não conheciam limites. O respeito pela vida humana praticamente deixara de existir.
Naquela época a idade dos seres humanos era contada em séculos. Nesses séculos de vida, porém, em vez de os seres humanos melhorem a condição de sua existência para a honra e glória de Deus, eles se colocaram a serviço de Satanás e buscaram glorificar o próprio eu. Eles eram tão altos que a Bíblia os chama de gigantes. Eles foram gigantes tanto em estatura quanto em capacidade mental, dotados de grande habilidade, sabedoria e destreza. (Patriarcas e Profetas, p. 90).
A terra ainda conservava grande parte de sua beleza original. Os antediluvianos erigiam mansões com o ouro e a prata que existiam em abundância em meio à natureza e empregavam as suas habilidades criativas para enfeitá-los ainda mais e, assim, satisfazer seu coração orgulhoso. (Ibid., p. 91).
“Folgavam em cenas de prazer e impiedade. Não desejando conservar a Deus em seu conhecimento, logo vieram a negar a Sua existência. Adoravam a natureza em lugar do Deus da natureza” (Ibid. p. 91). Eles perverteram a adoração ao Criador e a substituíram pela adoração às obras de suas próprias mãos. Imagens de escultura posicionadas em lindos bosques com flores, vinhas e árvores frutíferas.
Eles desviaram a mente de Deus e se tornaram endurecidos de coração. Eles desprezaram e ignoraram a santa lei de Deus até que, finalmente, declararam que ela não estava mais em vigor e que era contrário ao caráter de Deus punir a transgressão. O resultado foi anarquia e decadência moral. “Não tinham medo do Ser infinito” (Ibid., p. 97). Após ouvirem os apelos de Noé, eles se atreveram ainda mais em sua rebeldia e afronta contra Deus.
Eles odiavam a Deus, ou a ideia de um Ser supremo e soberano. Os que desejavam obedecer e adorar o verdadeiro Deus eram ridicularizados, insultados e escarnecidos. Eles criavam argumentos convincentes contra a fé em Deus. Os ateístas antediluvianos promoviam a ciência acima da revelação divina e ensinavam que o Universo não precisou da intervenção divina para vir à existência.
Afirmavam que a ideia de um Deus não passava de um fruto da imaginação, um apoio ilusório para mortais fracos que viviam cercados pelo medo e a dúvida.
Acima de tudo, eles promoviam a ideia de que não havia punição para o pecado.
Você ouve ideias como essa hoje em dia? Às vezes elas são introduzias sutilmente na teologia promovida por muitas igrejas. “Você não precisa preocupar-se; Deus o ama assim como você é. Os seus pecados não o separam de Deus. Você não precisa vencê-los. Cristo transformará o seu caráter e o seu coração num piscar de olhos por ocasião de Sua segunda vinda.” Você já ouviu algo assim? Bem, era assim que pensavam também as pessoas que se diziam membros de igreja nos dias de Noé.
Ouça a seguinte citação de Patriarcas e Profetas, página 102: “O quadro que a Inspiração nos deu do mundo antediluviano representa mui verdadeiramente a condição a que rapidamente a sociedade moderna caminha. Mesmo agora, no século presente, e nos países que professam ser cristãos, há crimes cometidos diariamente, tão negros e terríveis como aqueles pelos quais os pecadores do velho mundo foram destruídos.”
Aqueles que desejavam agir corretamente eram rejeitados, marginalizados e desrespeitados pela sociedade. Eles eram vistos com indiferença. Sem dúvida, os justos receberam propostas vantajosas para abrir mão de sua fé. Talvez tenham sofrido pressão ou sido até mesmo ameaçados, caso não cedessem. Com a ajuda da vasta maioria, Satanás foi bem-sucedido em fazer com que os justos abrissem mão de seus princípios para que o pecado não parecesse tão horrível. Ele os levou a pensar que obteriam alguma vantagem se deixassem de ser tão rígidos quanto à observância dos preceitos de Deus. Finalmente, Satanás os levou a cometer os piores pecados que predominavam na época.
Ouça a seguinte citação de Patriarcas e Profetas, página 91: “O homem não se elevará acima de suas concepções sobre a verdade, pureza e santidade. Se o espírito nunca é exaltado acima do nível da humanidade, se não é pela fé elevado a contemplar a sabedoria e o amor infinitos, o homem estará constantemente a submergir mais e mais… Deus dera ao homem os Seus mandamentos, como regra da vida; mas Sua lei era transgredida, e todos os pecados imagináveis foram o resultado. A impiedade do homem era franca e ousada, a justiça pisada no pó, e os clamores dos opressos chegava até o Céu.”
Em outras palavras, aqueles que possuíam riquezas e poder oprimiam os seus semelhantes e os controlavam como escravos a fim de satisfazer seus vícios e paixões. Note as palavras: “todos os pecados imagináveis.” Isso inclui trabalho forçado, poligamia, adultério, fornicação, prostituição, homossexualismo, bestialismo, assassinato, extorsão, suborno, roubo, falsidade, fraude, trapaça, corrupção e a lista continua. Os antediluvianos sacrificavam até mesmo os próprios filhos para oferecê-los como oferta queimada às divindades pagãs. Assim como hoje, o poder foi colocado na mão de poucos que assumiram o controle das massas a fim de manipulá-las para cumprir os seus propósitos. Os clamores dos opressos chegaram ao Céu. A iniquidade era global. Imagine o que se passava na mente dos ímpios. O declínio moral era constante, como também o contato com a iniquidade e o pecado. A rebelião contra Deus apenas se agravava a cada dia.
“Nem a relação do casamento nem os direitos de propriedade eram respeitados. Quem quer que cobiçasse as mulheres ou as posses de seu próximo, tomava-as pela força, e os homens exultavam com suas ações de violência”, diz Patriarcas e Profetas, página 92. Em Gênesis 6:11 lemos: “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.” Sobrevivia quem fosse mais forte. Era preciso ter um pequeno exército para defender a vida, os pertences pessoais e até mesmo a família naquela época de terrível impiedade.
“Deleitavam-se na destruição da vida de animais; e o uso da carne como alimento tornava-os ainda mais cruéis e sanguinolentos, até que vieram a considerar a vida humana com espantosa indiferença” (Ibid., p. 92).
A situação era tão grave que a Bíblia nos diz nos versos 6 e 7 que Deus, em Seu infinito amor e misericórdia, não podia mais suportar. “Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração”. No verso 7, Ele declarou: “Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra.”
O homem corrompeu-se e entregou-se de tal forma ao domínio de Satanás, que Deus arrependeu-se de tê-lo criado. Quase todos os habitantes da Terra entristeceram o Espírito Santo. À medida que Ele se retirava da raça humana, Satanás assumia o controle. O coração de amor afligiu-se de tal forma com a situação da raça humana que Ele não teve outra escolha a não ser destruir a Sua criação e intervir no progresso da apostasia e da impiedade para a advertência das futuras gerações (ver Patriarcas e Profetas, p. 157).
Hoje em dia a situação é muito semelhante. Para todo lugar que olhamos, vemos corrupção, maldade e violência. Podemos ver evidências de que o Espírito de Deus está se retirando gradualmente da Terra. Até mesmo a violência cada vez maior dos desastres naturais, através dos terremotos, tornados, furacões, ciclones, tsunamis e da vida animal agonizante, revela a retirada do Espírito Santo deste mundo.
É importante entender que Deus, que é amor, não destrói a Sua criação por um capricho de Sua parte, como faz uma criança mimada ao jogar o brinquedo para longe. A ira destruidora de Deus é colocada em ação apenas nas circunstâncias mais terríveis e extremas. Deus é longânimo, amoroso e misericordioso enquanto ainda existe alguma abertura no coração pecador para o Espírito Santo trabalhar. No entanto, Ele coloca um fim na iniquidade humana quando a situação ultrapassa os limites.
Na vasta maioria das vezes, Satanás é o responsável pela destruição. Deus, porém, assume a responsabilidade pelo poder destruidor de Satanás, pois, Satanás é obrigado a pedir a permissão de Deus para dar continuidade à sua obra maligna de destruição.
Deus viu que quase todas as pessoas da Terra tinham se entregado ao domínio de Satanás. Seu coração estava endurecido contra o Espírito Santo. Em Sua sabedoria, Deus decidiu intervir a fim de preservar ao menos algumas pessoas.
Deus não precisa provar que é mais forte e poderoso do que Satanás. Ele nunca intervém por motivos egoístas. A Terra, porém, ainda estava em sua infância. Cristo ainda não tinha vindo como o Messias. Era necessário muito mais tempo para que os princípios do Grande Conflito fossem desenvolvidos para que o Universo não caído pudesse ficar plenamente convicto da justiça de Deus. Assim, Deus interveio.
Lembre-se de que a ira de Deus é diferente da ira do homem. Não se trata da ira egoísta, mas da pureza que se horroriza diante do pecado. A ira de Deus diz respeito ao pecado, não ao pecador. Se o pecador, porém, recusar-se a abandonar seu pecado, será consumido pela ira de Deus contra o pecado. Por isso é de especial importância que você, meu amigo, se separe do pecado. Ao tempo apropriado Deus indicará que será melhor colocar um fim na terrível obra de Satanás em ampla escala, porque toda a sociedade entregou-se ao pecado. Assim poderá alertar outros a respeito das consequências de persistirem no pecado.
No caso da destruição da Terra pelo Dilúvio, Deus demonstrou claramente que Ele iria destruir a Terra, não Satanás. Veja o que está escrito em Gênesis 6:17:
“Porque eis que Eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.” Deus deixou isso bem claro para Noé e para nós, pois sabia que teríamos dificuldade em acreditar que um Deus de amor e misericórdia pudesse destruir a raça humana. “Eu, Eu mesmo”, Ele diz. Enquanto a destruição seja um ato estranho de Deus, eventualmente Ele precisa agir assim para a preservação de Sua justiça. Os ímpios que ultrapassaram o limite da paciência de Deus por causa de sua imutável determinação para pecar, não podem e não responderão ao Espírito Santo. Em certas ocasiões, Deus decidiu removeu pessoas assim.
No entanto, Deus não destrói os ímpios sem dar um meio de escape. Sempre existe um plano para a salvação daqueles que creem nEle e fazem o que Ele diz. O plano da salvação para os que viviam no tempo de Noé era a arca. Todos os que cressem em Deus e O obedecessem poderiam entrar na arca e se salvarem da tempestade. O mais trágico foi que ninguém além de Noé e sua família aceitou o gracioso convite da salvação.
Em contraste estava Noé, cuja vida piedosa era um testemunho contra a maldade. Noé era um home piedoso. Estava determinado a nem sequer pensar no mal. Colocou em seu coração que obedeceria a Deus e viveria de forma justa, não importava o que acontecesse. Nisso estava o grande contraste. Quando as pessoas falavam com Noé, havia algo diferente nele. Suas conversas eram puras e sem maldade, como a do restante do povo. Suas palavras eram doces, graciosas e moderadas. Ajudava a todos os que estavam oprimidos. Ajudava-os a terem pensamentos elevados. Quando era enganado, ou se alguém o maltratava, sempre perdoava. Como Enoque, ele andava com Deus, o que quer dizer que seu modo de pensar estava em harmonia com a vontade de Deus.
Noé, assim como Enoque e Matusalém, não vivia entre os moradores das cidades. Sabia que não poderia manter sua pureza de alma se vivesse em uma cidade com toda aquela pecaminosidade ao seu redor. Assim, separou-se de tudo e viveu onde poderia honrar a Deus.
Sua vida era mais do que uma separação passiva do mundo. Noé ativamente buscava se afastar das ondas do mal. Procurava preservar o conhecimento de Deus. Sua vida justa estava em oposição à maldade que prevalecia em seus dias. Seu coração se achegou ainda mais a Deus quando soube a que profundidade o mal havia chegado. Note que isso é o que os justos farão nos últimos tempos ao escutarem as notícias e o desenrolar dos fatos a cada dia. Clamarão a Deus para que o Espírito Santo impeça a progressão do mal. Espero que seu coração esteja junto a Deus em tristeza pelos que estão perdidos. Também espero que seu coração esteja clamando a Deus pelos que estão perdidos dentro de sua igreja também. Devemos nos contristar pelos que estão no caminho da perdição. Você não se entristece quando se depara com alguém que está fumando ou comendo coisas nocivas, escutando músicas ruins ou assistindo a programas de televisão que cultuam a maldade, o engano e a violência? Você não gostaria de ajudá-los a compreender o que estão fazendo a si mesmos? Não gostaria de lhes apresentar o caminho para a vida? Esse é o meu desejo. É como um ímpeto. Sinto-me muito mal quando vejo filhos sendo abusados pelos pais ou vendidos para a prostituição ou outras formas de escravidão. Sofro quando vejo a opressão e assassinatos ou ao ouvir de atos de violência. Que Deus nos dê um coração de amor pelas almas perdidas.
A pregação de Noé era poderosa. Chamava a atenção. Ali estava aquele velho homem com uma barba longa, talvez em pé sobre um tronco, pregando às multidões que vinham escutá-lo. “Deus declarou que mandará um Dilúvio! Ele não mente e sempre está certo. A única forma de se salvar e escapar da destruição é entrando na arca. Arrependam-se de seus atos maus é juntem-se a nós para finalizar este projeto e depois entrem conosco na arca da segurança. Sua vida será destruída se ficar do lado de fora. Não deem ouvidos aos cientistas e suas teorias. Não busquem ouvir os líderes religiosos, porque lhes ensinarão falsas doutrinas. Não escutem a maioria, porque serão enganados. A maioria nunca esteve certa. A maioria sempre levou as pessoas para longe da verdade de Deus.”
Pode ser que alguns vaiassem Noé e ridicularizassem sua pregação. “Ah, Noé, isso não é possível! O fim do mundo não está chegando. As leis da natureza são constantes. Nunca mudaram. Veja, se o que diz é verdade, toda a natureza sairá do controle. Dia após dia, tudo continua a mesma coisa. Que é isso, Noé?! Deus não muda as leis da natureza que Ele criou.”
Acredito que Noé respondia assim: “Deus falou que vai acontecer e eu creio porque tenho fé. Você também pode crer e entrar na arca quando estiver pronta e assim salvará sua vida, se abandonar os maus caminhos e buscar a vontade de Deus.”
Talvez alguns dissessem: “Noé, você está pregando assim só para nos aterrorizar.
Não acha que seria melhor não ser tão alarmista? Você é muito radical. É um fanático. O que está falando não faz nenhum sentido.” Não fazia sentido mesmo, porque a sabedoria de Deus é loucura para os homens (leia 1 Coríntios 1).
Penso que Noé respondia assim: “Minha pregação é o testemunho direto do Senhor.
Ele executará Seus planos. Ele nunca engana ninguém. Ele é tão amoroso que deu instruções específicas a todos que desejam segui-Lo. Tudo o que vocês têm a fazer é crer no que Ele disse e entrar na arca.”
“Mas Noé, você não sabe que a ideia da existência de Deus é fruto de sua própria imaginação? Não existe Deus, especialmente um deus tão cruel que é capaz de destruir o mundo inteiro.”
“Deus é amor”, provavelmente respondia Noé. “Satanás é o responsável por trazer tanto pecado sobre a Terra a ponto de Deus ter que intervir. Ele não pode permitir que o pecado continue aumentando dessa forma. A violência passou dos limites e Deus colocará um fim nisso. Por causa de Sua grande misericórdia, Deus colocará um fim na apostasia quase completa.”
“Noé, como você pode provar que haverá um dilúvio? Nunca aconteceu nada assim antes. O que o faz pensar que isso acontecerá agora?”
“Não posso provar cientificamente, pois a ciência interessa-se apenas pelo mundo material”, talvez Noé tenha respondido. “Ela não leva em consideração o mundo sobrenatural. Deus é grande e poderoso. Ele é capaz de fazer tudo o que julgar necessário. Ele controla o Universo e todos os elementos da natureza, da química, da física, bem como as estrelas, o campo magnético ao redor da Terra, os animais e as aves. Ele pode mudar até mesmo os princípios da física e colocar o mundo natural de cabeça para baixo, se for necessário para o bem de Seu povo. Por favor, amigos, entreguem o coração ao Senhor e entrem na arca!”
“Noé, você passou dos limites. Quem em sã consciência constrói uma embarcação desse porte para se proteger de algo que nunca aconteceu, como o Dilúvio que você está profetizando? Pare com isso Noé, você está completamente louco.”
No início, as palavras de Noé convenceram algumas pessoas. Noé ficou animado. Com o passar do tempo, porém, a convicção desvaneceu ao escutarem da maioria que tudo estava bem e que nada de mal aconteceria ao mundo. Essas pessoas relaxaram, afinal, não queriam arrepender-se de seus pecados e mudar de vida. A mente ímpia do povo criava todos os tipos de argumento contra a pregação de Noé e, finalmente, aqueles que se convenceram a entrar na arca, mudaram de opinião, mudaram de posição e se tornaram os piores oponentes da mensagem de Noé.
Sem dúvida, Noé deve ter ficado triste em ter que enfrentar tamanha oposição. Mas ele estava convencido de que não podia ficar em silêncio. Tinha que pregar a verdade. Da mesma forma, aqueles que vivem no tempo do fim também têm uma mensagem de advertência a dar ao mundo, mesmo diante da oposição quase geral.
Os opositores provavelmente conversaram pessoalmente com cada ouvinte na tentativa de encontrar maneiras de lançar descrédito à mensagem de Noé. Talvez tenham até mesmo tentado desviar a atenção daqueles que demonstravam um pouco de interesse pela pregação de Noé. Quanto mais se aproximava o fechamento da porta da graça, mais eles se envolviam em festas e diversões.
Quem sabe tenham programado festas perto da arca a fim de embebedar as pessoas e levá-las a ridicularizarem Noé. Podemos até imaginar os cartazes espalhados pela cidade: “Venha se divertir na ‘Festa da Arca’ hoje à noite. Bebida à vontade. Não percam. Venham ouvir as últimas novidades do projeto fanático de Noé.” O povo amava a folia e Noé era mais um motivo de “diversão” iníqua.
Hoje não é diferente. Ouça a seguir a declaração poderosa encontrada em Patriarcas e Profetas, página 103: “Enquanto os servos de Deus estão a dar a mensagem de que o fim de todas as coisas está às portas, o mundo se absorve em divertimentos e busca de prazeres. Há uma constante sequência de sensações que ocasiona a indiferença para com Deus, e impede o povo de se impressionar com as verdades que, unicamente, o podem salvar da destruição vindoura.”
Finalmente, a construção da arca foi concluída. O fato de a arca estar em local seco em vez de na água era um testemunho da fé de Noé de que o Dilúvio viria. Para Noé, não havia dúvida. Deus o avisara. Noé tinha certeza de que a chuva viria, mais cedo ou mais tarde. As pessoas vinham para ver a arca ser construída longe da água. Elas gozavam do fanatismo de Noé. Algumas delas, quem sabe, encontravam maneiras de cometer pecados explícitos na frente de Noé, onde ele as podia ver, e, então, dizer: “Olha Noé, não há Dilúvio algum. Podemos fazer o que bem entendermos. Não existe Deus para condenar nossas atitudes.”
Um dia, porém, depois de terminada a construção da arca, um silêncio repentino tomou conta da multidão zombeteira. Animais e aves saíram de seu esconderijo e começaram a se dirigir para a arca. Uma cena impressionante! Eles se moviam de forma ordenada, como se guiados por uma mão invisível. De par em par, eles entraram em silêncio na arca e foram conduzidos por Noé e sua família para o local destinado para eles. Para os ímpios que observavam a cena, aquilo foi algo impressionante. Eles ficaram profundamente surpresos.
Imagine a convicção que tomou conta de alguns dentre a multidão ao observar a procissão de animais. “Alguma coisa muito estranha está acontecendo por aqui. Quando os animais agem de forma estranha, nós, humanos, temos que prestar atenção. Talvez devesse reconsiderar a minha atitude. Talvez não devesse ter zombado de Noé. Talvez eu realmente esteja muito errado e precise mudar de vida. Será que é tarde demais para pedir para entrar na arca? Quem sabe Noé me aceite e me deixe entrar.”
Noé certamente aproveitou a oportunidade para pregar a mensagem de que o fechamento da porta da graça estava muito próximo. “Observem essas criaturas”, talvez Noé tenha dito. “Embora irracionais, estão entrando na arca. Elas estão seguindo a direção de Deus. Elas serão salvas. Vocês não querem ser salvos também? Entrem na arca conosco. Deixem o mundo para trás. Deus oferece hoje a salvação.”
Sem dúvida, muitas pessoas que observavam a cena convenceram-se de que a profecia de Noé era verdadeira. Ficaram profundamente impressionadas com aquela cena extraordinária. A procissão de animais em direção à arca fez com que refletissem. Quem sabe algumas delas tenham decidido procurar Noé em particular e pedir para entrar na arca. Os cientistas ateus, porém, sentiram a mudança de atitude de alguns e rapidamente arranjaram explicações para o ocorrido. Como de costume, eles queriam que as pessoas pensassem que as coisas estranhas que acontecem na natureza são completamente normais. Não queriam que ninguém pensasse que aquilo fosse algo sobrenatural, ou que a profecia estava prestes a se cumprir. Seu único intuito era tranquilizar as pessoas com o falso sentimento de paz e segurança.
“Isso já aconteceu na história da Terra antes”, talvez tenham dito. “Há milhões de anos, na era do gelo, os animais se comportaram assim. Sabemos disso através de evidências geológicas que mostram vários tipos diferentes de esqueletos em um único lugar. Obviamente essas espécies vagueavam juntas. As aves e os animais não precisam de Deus para agir assim. Não há nada com que se preocupar. Afinal, apenas um pequeno número de animais entrou na arca. Todos os outros animais do mundo continuam onde estavam antes. E quanto aos dinossauros? Por que eles não entraram na arca também? Alguns são tão grandes que não caberiam ali. Noé certamente está usando alguma técnica a fim de enganar-nos e fazer-nos acreditar que realmente haverá um Dilúvio. Não há motivo para preocupação. Relaxem. Não acontecerá nada, muito menos um Dilúvio. Isso é cientificamente impossível.”
Outro grupo de cientistas talvez tenha afirmado em tom de sarcasmo: “O pastor Noé é alarmista, lembrem-se. Ele tem pregado essa mensagem de destruição por mais de 120 anos. Ele está tentando fazer com pensemos que o fim do mundo está próximo. Vocês veem alguma evidência de que o fim está próximo? Veem alguma evidência de chuva ou grande inundação? Não se deixem enganar. Ele é como Enoque, que há muitos anos predisse que o fim do mundo estava próximo, mas nós ainda estamos aqui. A profecia de Enoque estava errada e a de Noé também.”
Quem sabe, ainda outro grupo tenha se manifestado dizendo: “Amigos, Noé é o único que diz que o Dilúvio está chegando. Ninguém mais diz isso. Noé não tem nenhuma evidência científica para apoiar a hipótese de que haverá uma grande inundação. Tudo o que ele fez foi orar a Deus e construir uma arca. Agora ele está tentando cumprir a profecia pelas próprias mãos. Ele está fora de si. Está sonhando que haverá uma grande inundação. Não há nada de anormal na entrada desses animais na arca. Trata-se de um truque para fazer-nos pensar que ele tem razão. Não caiam nessa.”
Havia muitos oponentes à mensagem de Noé. Na verdade, havia uma coligação de oponentes. “Os que possuíam influência e poderio aplicavam-se em conservar a mente do povo ocupada com júbilo e prazer, para que não acontecesse alguém ficar impressionado pela última e solene advertência” (Patriarcas e Profetas, p. 103). Entre eles estavam os sindicatos trabalhistas, os líderes religiosos e os representantes da sociedade civil. Todos eles tinham bons argumentos para lançar descrédito à mensagem de Noé.
“Se vocês entrarem na arca”, os líderes dos sindicatos provavelmente disseram,
“vocês terão que trabalhar além da carga horária semanal atual. Provavelmente Noé fará de vocês escravos. Afinal, se realmente houver um Dilúvio, vocês ficarão presos na arca com a porta fechada e não poderão sair. Não haverá nenhum representante do sindicato e, pior, não haverá salário. Noé investiu todo o seu dinheiro na arca. Não restou nada para pagar aqueles que entrarem para trabalhar na arca. Ele mesmo está passando apertado ultimamente. Por que se unir a ele? Vocês terão que trabalhar sete dias por semana. Não haverá uma carga horária justa de trabalho, muito menos condições decentes de trabalho, auxílio médico ou outros benefícios. Vocês não terão direito a intervalos ou dias de folga.
Quem sabe os líderes religiosos tenham dito: “Não se esqueçam de que não haverá descanso dominical na arca. Não haverá equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. As ameaças de Deus proferidas por Noé servem apenas para intimidar-nos. Elas nunca se cumprirão. Não se preocupem. Não se deixem alarmar. “Tal acontecimento como a destruição do mundo por Deus, que o fez, e o castigo dos seres que Ele criou, nunca sucederá. Estai em paz; não temais. Noé é um fanático extravagante” (Patriarcas e Profetas, p. 96).
Ao tomarem a palavra, os representantes civis talvez tenham dito: “Não pensem que dentro da arca haverá democracia. Vocês estarão sob o domínio de um ditador. Não haverá liberdade. Não haverá votação. A sua opinião não terá valor. Não entrem na arca com Noé. Vocês serão oprimidos e infelizes ali dentro.”
Aqueles que foram tomados pela convicção ao presenciarem a entrada dos animais na arca relaxaram um pouco. Afinal, seria muito difícil tornar-se religioso e trocar o estilo de vida confortável que tinham para um estilo de vida primitivo dentro da arca. Talvez tivessem que dormir no chão, comer alimentos crus e assim por diante. Talvez fosse melhor seguir a maioria e não entrar na arca. Afinal, a arca é muito impopular. Ela é um símbolo de tudo que é fanático, conservador e legalista. Há segurança na maioria. Sempre foi assim. Por que não agora? Os cientistas devem ter razão. Não há sinal algum de chuva ou inundação… Isso tudo deve ser fruto da imaginação de Noé!
“Mas Noé permanecia semelhante a uma rocha em meio da tempestade. Rodeado pelo desdém e ridículo popular, distinguia-se por sua santa integridade e fidelidade inabalável. Um poder assistia a suas palavras; pois era a voz de Deus ao homem por meio de Seu servo. A ligação com Deus tornava-o forte, na força do poder infinito, enquanto durante cento e vinte anos sua voz solene soou aos ouvidos daquela geração, com referência a acontecimentos que, tanto quanto poderia julgar a sabedoria humana, eram impossíveis” (Patriarcas e Profetas, p. 96).
Finalmente, Noé se levantou e falou pela última uma vez. Ele rogou entre lágrimas que o povo entrasse na arca. “Esse é o meu último sermão”, ele deve ter dito.
“Deus me disse para entrar com minha família dentro da arca e eu vou obedecê-Lo. Alguém mais deseja obedecê-Lo? Quem responderá ao último apelo do Espírito Santo para se unir a nós ao entrarmos na arca? Depois que a porta se fechar, não haverá mais oportunidade de arrependimento. O destino de todos será selado.
Juntem-se a nós. Entrem na arca para a sua segurança e salvação. Este é o último convite. Entrem.”
“Pode ir sozinho, Noé”, imagino que a multidão tenha gritado. “Vá para o seu zoológico e veremos o resultado de suas fantasias. Estaremos aqui fora quando decidir sair. Você não passa de um velho louco. O engano que você tem pregado será em breve desmascarado.”
Com o coração pesado, Noé subiu a rampa de acesso à imensa embarcação. Apenas a sua família o acompanhou, um total de oito pessoas. Apenas oito pessoas, ninguém mais, e os animais e as aves.
“A misericórdia havia cessado os seus rogos pela raça culpada” (Ibid., p. 98). Enquanto a multidão se divertia com as gozações e zombarias, algo terrivelmente misterioso aconteceu. De repente, viu-se uma luz de brilho intenso, distinta e vívida como um raio. A luz envolveu a arca. A porta maciça da arca, que de tão pesada não pôde ser fechada por mãos humanas, começou a ser lentamente fechada por mãos invisíveis. A multidão ficou pasma. Todos ficaram imóveis e silentes diante da cena. Aterrorizaram-se com o pensamento de que talvez Noé tivesse razão. Agora, porém, não havia mais chance de mudança. O seu destino fora selado.
“Noé ficou encerrado, e os que rejeitaram a misericórdia de Deus, excluídos. O selo do Céu estava naquela porta; Deus a havia fechado, e somente Deus a poderia abrir. Assim, quando Cristo terminar Sua intercessão pelo homem culpado, antes de Sua vinda nas nuvens do céu, fechar-se-á a porta da misericórdia. A graça divina não mais restringirá os ímpios, e Satanás terá pleno domínio sobre aqueles que rejeitaram a misericórdia. Esforçar-se-ão por destruir o povo de Deus, mas como Noé estava abrigado na arca, assim os justos estarão protegido pelo poder divino” (Ibid., p. 98).
Amigo, não quero ser pego em uma situação assim. Não quero contemplar a glória de Deus protegendo os justos enquanto eu ainda me encontro em pecado. E você? Que tragédia seria! Estar do lado de fora dos muros da Nova Jerusalém. Desejo estar sob a proteção de Deus. Devemos encontrar a nossa salvação em Jesus Cristo e fazer da Palavra de Deus a fonte da nossa força, coragem e segurança. Cristo nos conduzirá através da tempestade dos últimos dias se formos fiéis a Ele, assim como Noé foi.
Oremos. Nosso Pai celestial, agradecemos pela história de Noé e o Dilúvio. É fantástico ver como Tu providenciaste uma forma de escape para aqueles que decidiram obedecer-Te. Hoje, desejamos escapar da destruição que em breve assolará a Terra e sabemos que a única maneira de fazer isso é seguindo as Tuas instruções e vivendo de forma justa à semelhança de Jesus Cristo. Rogamos que envies o Teu Santo Espírito para habitar em nosso coração para que tenhamos a presença de Cristo. Ao nos prepararmos para o fim do mundo, pedimos o Teu poder para seguirmos os mesmos princípios que Noé seguiu. Agradecemos pela revelação desses princípios na Tua Palavra. Por favor, ajuda-nos a viver uma vida justa como Noé e Enoque. Em nome do Senhor Jesus oramos, amém.
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