Um Amigo de Deus
Por Pastor Hal Mayer
Queridos amigos,
Bem-vindos ao Ministério Guarde a Fé. Obrigado por unirem-se a mim hoje para estudarmos a palavra de Deus e tentarmos entender que tipo de fé nós devemos ter nestes últimos dias. Oro para que vocês, assim como suas famílias, busquem a Deus de todo o coração e para que esta mensagem os encoraje grandemente na caminhada da fé.
Antes de começarmos, permita-me lembrá-los que agora publicamos mensalmente por e-mail o informativo Keep the Faith Insider (disponível somente em inglês), com confortantes histórias das providências de Deus no Guarde a Fé e no Retiro de Saúde Highwood, na Austrália. Enviaremos o informativo sem custo algum basta pedir por ele e providenciar o endereço de e-mail.
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Que Deus os abençoe ao ouvirem a mensagem de hoje. Começaremos com uma oração: Nosso Pai celestial, precisamos hoje do Teu Santo Espírito para ensinar-nos a pensar e agir como Deus. Queremos estar no céu e queremos Jesus em nosso coração. Anelamos Sua presença e Seu amor. Ensina-nos através da Palavra de Deus o que significa ser um amigo de Deus. Em nome de Jesus, amém.
Vocês sabiam que há apenas dois tipos de pessoas neste mundo? Sim, é verdade. De todos os bilhões de pessoas, de todas as muitas raças e nacionalidades, de todas as infinitas variações de personalidade, há apenas dois tipos de pessoas, apenas duas classes.
E isso é realmente simples de entender. Uma classe ama e obedece a Deus, e a outra não. Uma classe é amiga de Deus, a outra é inimiga. Sim, é isso mesmo. Há apenas dois tipos de pessoas. Vou ainda mais além e digo que uma pessoa, em qualquer uma das duas classes, pode mudar de lado a qualquer momento. Mas é uma escolha livre. Não tem nada a ver com seu status social. Não tem nada a ver com seu sucesso temporal. Não tem nada a ver com sua raça ou parentesco. Não tem nada a ver com sua afiliação à igreja. Uma pessoa pode estar de um lado ou de outro não importa qual seja a sua relação para com qualquer uma destas coisas. Eis este conceito nas Escrituras em Tiago 4:4: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.”
Portanto, somos informados de que há somente duas possibilidades: ou eu sou amigo de Deus ou sou Seu inimigo. Ora, isso seria muito difícil para algumas pessoas aceitarem. Há muitos que pensam que podem ser membros da igreja, mas vivem completamente em desarmonia com o evangelho.
Jesus também disse algo tão direto e de fato ainda mais convincente quanto o texto anterior. Jesus mostra claramente este contraste no evangelho de Mateus 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.”
Tenham em mente que Jesus estava falando às pessoas da igreja neste versículo. Estava falando àqueles que pensavam estar bem por serem membros da igreja ou porque nasceram em uma sociedade religiosa que, naquele tempo, era a igreja verdadeira de Deus. Estava dizendo-lhes que sua amizade com o mundo estava fazendo com que odiassem a Deus e a Cristo, e que finalmente O crucificariam por amarem o mundo mais do que Deus.
O evangelho tem, portanto, que mudar sua vida prática. Ele é transformador pois quando você aceita a Cristo, Ele coloca Seu Espírito no seu coração para nele derramar o amor de Deus. Aqui está a declaração em Romanos 5:5: “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”
Então, o que significa ter o amor de Deus derramado em seu coração? Muitos dizem que o amor de Deus para com o pecador enche seu coração, e ele sente que Deus o ama. E isso é verdade. Você sente o amor de Deus no seu coração?
Mas há outro modo pelo qual o amor de Deus é derramado em nosso coração. O amor de Deus na verdade segue três direções. Quando o Espírito Santo derrama o amor de Deus em nosso coração, Ele também está colocando ali amor por Deus e amor pelo próximo. Pois quando vemos o amor de Deus somos também atraídos a amá-Lo em retorno. Não faz nenhum sentido pensar que Deus não quer nosso amor em troca ou que Ele não quer que amemos a outros como Ele os ama. Este é o verdadeiro sentido do evangelho. 1 João 4:19 diz: “Nós amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” Afinal de contas, “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Romanos 5:8.
Mas o que quero transmitir aqui é que há no coração uma resposta natural ao amor de Deus. É amor retribuído. Começa com Deus, O qual nos amou primeiro. Somos incapazes de amá-Lo até que Ele tenha derramado Seu amor em nosso coração por meio do Espírito Santo, então O amamos em consequência. Você consegue ver isso na sua Bíblia?
Agora, que classe de pessoas você acha que estão em maioria no mundo, aqueles que amam a Deus ou aqueles que estão em inimizade com Deus, que são Seus inimigos? Sim, é isso mesmo; os inimigos de Deus são maioria. Mas tenho uma pergunta mais específica: Dentro da igreja, que lado é o maior? Enquanto você pode achar que a maior parte dos cristãos está do lado de Deus, e enquanto eles professam estar do lado de Deus como membros da igreja, a qual classe a maioria deles pertence? Àqueles que amam verdadeiramente a Deus, ou àqueles que estão em inimizade com Deus? Eu me atrevo a dizer que a maior parte dos membros da igreja está em inimizade com Deus, pois ainda amam o mundo. Eles vêm à igreja porque é socialmente correto, mas em seus corações fazem o que querem.
Mas Pastor Mayer, como você pode dizer uma coisa destas? Bem, o fato é que a maioria dos cristãos ainda ama fazer todas aquelas coisas que sabem não estar de acordo com a vontade de Deus. Eles ainda comem o que querem, bebem o que querem, assistem o que querem, leem o que querem, mesmo enquanto a Bíblia diz: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”
Mas não são somente grandes pecados que estão envolvidos na igreja nesta inimizade com Deus. Há também pequenas coisas que as Escrituras revelam não estar em harmonia com a vontade de Deus, pelas quais os cristãos cedem ao desejo e permanecem em inimizade com Deus. Eles gostam de pensar que são amigos de Deus pelo fato de irem à igreja ou por fazerem belas orações, mas são, na verdade, Seus inimigos. Talvez podemos chamá-los de “animigos” …
Judas foi um “animigo”, não foi? Ele professava amar a Cristo, mas O traiu. Ele até mesmo O beijou no momento da traição. Não há inimigo maior do que aquele que prejudica justamente quem ele declara amar. Jesus percebeu isso e explicou aos Seus discípulos quando disse a Judas: “… com um beijo trais o Filho do homem?” Lucas 22:48.
É claro que Deus não leva em consideração a genuína ignorância de Sua vontade, mesmo quando pessoas cometem grandes pecados genuinamente, não percebendo que estão agindo como inimigos de Deus. Vejam o que está escrito em Atos 17:30: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.”
A Bíblia na verdade fala muito sobre pecar por ignorância. Deus não leva isso em conta, mas continua sendo um pecado pelo qual é necessária expiação. Ouçam Levítico 5:17-19: “E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será ela culpada, e levará a sua iniquidade; e trará ao sacerdote um carneiro sem defeito do rebanho, conforme a tua estimação, para expiação da culpa, e o sacerdote por ela fará expiação do erro que cometeu sem saber; e ser-lhe-á perdoado. Expiação de culpa é; certamente se fez culpado diante do SENHOR.”
Notem que as Escrituras dizem que pecado continua sendo pecado, mesmo quando cometido por ignorância. Ignorância não muda o fato de aquilo ser pecado. Mas a cruz provê perdão até mesmo para aqueles que cometem pecado e que genuinamente não estão cientes disso. Graças a Deus pelo sacrifício de Cristo.
É por isso que Ele envia mensageiros na sua vida para abrir seus olhos para a verdade. É por isso que Ele às vezes orquestra circunstâncias que o conectam com a verdade. Ele quer que você entenda a plena verdade de Deus para estes últimos dias. Ele envia vários tipos de pessoas para nos iluminar e ajudar a entender Sua vontade e a forma que devemos viver. Mas frequentemente rejeitamos a Sua vontade porque ela não é conveniente, ou por não ser o que aprendemos desde a infância ou simplesmente por não fazer sentido para nós. E há muitas coisas que não fazem sentido para nossas mentes confusas, correto?
Porém, obviamente, nenhum de nós aqui hoje quer ser inimigo de Deus. E certamente não queremos ser um “animigo” de Deus. Queremos ser amigos de Deus. Queremos ser pessoas a quem Deus pode confiar o poder do Seu Santo Espírito.
Então, a questão é o que significa ser um amigo de Deus? Se você não é Seu amigo, é Seu inimigo. Não há outra opção. Você não quer ser um inimigo de Deus, quer? Então temos que entender melhor o que realmente significa ser um amigo de Deus.
A Bíblia nos dá uma história muito interessante de um homem conhecido como o amigo de Deus. E por meio de sua vida, podemos entender o tipo de pessoa que você tem que ser para ser um amigo de Deus. Este homem foi Abraão. Mas só por que este foi um homem que Deus usou para fazer uma grande nação, não quer dizer que você não possa aplicar os mesmos princípios à sua vida. Deus pode fazer uma grande nação de almas salvas através do seu testemunho se você for um amigo de Deus.
Ouçam o que Deus diz acerca de Abraão. Está em Gênesis 18:19. Cristo estava conversando com os outros anjos que estavam com Ele quando visitaram Abraão para falar sobre a iminente destruição de Sodoma por seu grande pecado: “Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agir com justiça e juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.”
Notem que Deus tinha confiança em Abraão, de que ele e sua família guardariam “o caminho do Senhor”, e que o resultado seria o Senhor fazer com Abraão o que prometera… torná-lo uma grande nação. Há uma ligação entre guardar o caminho do Senhor e as bênçãos que Deus quer dar a Seus seguidores. É vital entender esta ligação.
Qual é o “caminho do Senhor”? Isto se refere à direção que você está seguindo na vida, o caminho percorrido por seus pés. Há dois caminhos. Há o caminho do Senhor e o “caminho de Caim”. Você já ouviu falar do “caminho de Caim”? Encontra-se em Judas 11. Ouçam atentamente: “Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.”
A Bíblia, em apenas poucas palavras impressionantes, faz grandiosas declarações sobre aqueles que não são amigos de Deus. Há dois homens mencionados aqui além de Caim: Balaão e Coré. Olhemos rapidamente para estes três homens.
Repare que o caminho de Caim envolve motivações que estão em conflito com o céu. Inclui ganância, idolatria, sensualidade e decidida presunção. Vejam que Caim foi o pai da rebelião e da rejeição à lei de Deus. A Bíblia diz que ele não seguiu o “caminho do Senhor”, mas seguiu o próprio caminho. Se você olhar a vida de Caim verá a raiz do mal no “caminho de Caim”.
O caminho de Caim foi trazer uma oferta ao Senhor diferente daquilo que Deus mandara. Ele achou que sabia mais que Deus. Em vez de um cordeiro como oferta queimada, Caim trouxe o fruto da terra. Deus não aceitou sua oferta e ele ficou com ciúmes de seu irmão Abel, cuja oferta foi aceita, e o matou. Tudo isto está em Gênesis 4.
Caim fora ensinado desde a infância por seus pais, Adão e Eva, que tipo de oferta trazer ao Senhor. Mas Caim estava em rebelião, ele não queria obedecer às instruções de Deus. Afinal de contas, por ser um agricultor de sucesso, pensou que Deus aceitaria os frutos do seu trabalho em vez de um cordeiro. Mas Deus tinha um propósito importante no cordeiro sacrifical, o qual prefigurava o sacrifício de Cristo na cruz. Caim estava motivado por um desejo egoísta de fazer sua própria vontade ao invés de obedecer a Deus, e ele presunçosamente sentia que Deus devia honrá-lo e dar-lhe a bênção de qualquer forma, mesmo sem querer o caminho de Deus.
Vocês acham que há membros na igreja hoje que querem a bênção de Deus, mesmo desobedecendo às Suas instruções e à Sua lei? Certamente! O “caminho de Caim”, de acordo com a Bíblia, é desobediência aos mandamentos de Deus. Muitas pessoas, bilhões delas, na realidade, querem fazer sua própria vontade no que diz respeito à adoração. Pensam que para Deus não importa se adoram imagens, se tomam o nome de Deus em vão ou se transgridem o sétimo dia do quarto mandamento. Pensam que não é importante viver em obediência à palavra de Deus. O caminho de Caim tem a ver com falsos sistemas de adoração.
Os Dez Mandamentos dizem, por exemplo: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás…” Mesmo assim bilhões de pessoas fazem exatamente isso no mundo inteiro. Oram diante de Budas, deuses hindus e imagens de santos. Este é o caminho de Caim, meus amigos.
Balaão queria a recompensa terrena que Balaque oferecera-lhe por sua cooperação em amaldiçoar Israel. Ele sabia que esta não era a vontade de Deus pois sabia que enquanto Israel obedecesse a Deus, seria abençoado. Ele também desobedeceu à expressa vontade de Deus porque estava motivado pela ganância da recompensa. Esta história interessante, que inclui sua argumentação com um animal mudo, é encontrada em Números 22-24.
Há hoje aqueles que como Balaão amam a Mamom mais do que a verdade de Deus? O que é mais importante, uma pequena concessão por uma vantagem momentânea ou fidelidade à eterna e perpétua lei celestial?
E Coré, juntamente com Datã e Abirão, audaciosamente opuseram-se contra Moisés, líder escolhido por Deus para Israel. Estes homens presunçosamente exigiram que a eles fosse dada a mesma autoridade de Moisés. Eles queriam poder, influência e reconhecimento. Queriam aquilo que Deus não lhes designara. Eram levitas, e os levitas tinham um papel muito especial nos serviços do tabernáculo. Mas eles eram motivados pelo desejo por poder e posição. Morreram em ousado desacato à autoridade de Deus. Sua história encontra-se em Números 16.
Estão vendo? O caminho de Caim traz consigo todo tipo de problema. A Bíblia diz que “saiu Caim de diante da face do Senhor”, Gênesis 4:16. Isso significa que ele deu as costas para Deus e Sua lei. Ele corrompeu a si mesmo e a seus filhos. Seus descendentes tornaram-se tão ímpios que Deus finalmente teve que destruir toda a Terra por meio de um dilúvio. Caim, Balaão e Coré foram todos “animigos” de Deus. Todos professavam ser seguidores de Deus. Todos eram membros da igreja, mas estavam em rebelião e seguiram o próprio caminho.
Se você é amigo de Deus, você vai andar no caminho da obediência às instruções que o Senhor colocar diante de você. Se você é inimigo de Deus, andará no “caminho de Caim”.
Então, como aprender o “caminho do Senhor”? Abraão sabia que o caminho do Senhor era viver uma vida justa. Isso significa que ele vivia corretamente e em harmonia com o céu, não estava em rebelião contra Deus ou Sua lei. Ele fazia todo o possível para conduzir sua família e todos quantos habitavam em sua casa, cujo número era superior a 1000 pessoas, à norma divina. Esta era a igreja em seus dias.
“A vida de Abraão, o amigo de Deus, era marcada por uma estrita consideração à palavra do Senhor.” Cuidado de Deus, pág. 200. É isso que significa “guardar o caminho do Senhor”.
Para “guardar o caminho do Senhor”, você primeiro tem que possuir a lei de Deus na mente e no coração.
O Salmo 119:11 diz: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.” Se você esconder a palavra de Deus no coração, isso significa que você vive por ela, e obedece qualquer coisa que a palavra de Deus disser. Se você quiser andar no caminho do Senhor, precisa conhecer a palavra de Deus. É simples assim. A maioria dos cristãos de hoje não fazem ideia do que a palavra de Deus diz. Eles ouvem o pastor ou o padre na igreja, mas fica por aí. Não estudam a palavra de Deus por si mesmos, e portanto não fazem ideia se aquilo que ouviram na igreja está certo ou errado, e muitas vezes está errado ou incompleto. Eles frequentemente seguem uma tradição que não está em conformidade com a palavra de Deus.
Esconder a palavra de Deus no coração significa acariciar o que Ele diz, e consequentemente ela torna-se a sua prática porque você O ama e quer mais de Sua palavra na sua vida.
A propósito, o que é a palavra de Deus? É somente os evangelhos ou o Novo Testamento? Não. Os próprios apóstolos frequentemente referiam-se ao Antigo Testamento com autoridade. Este era o fundamento do seu sistema de crenças. Eles não acreditavam que o Antigo Testamento já não era mais válido. Em vez disso, viam o Antigo Testamento com uma nova luz. Por causa de Cristo, era agora compreendido da forma correta.
Ouçam o que o apóstolo Paulo diz sobre a impiedade do mundo atual. Estarei lendo Gálatas 5:19-26.
Notem que Paulo lista as obras da carne. Se você pensar em cada uma delas, verá claramente que há um dos dez mandamentos quebrado para cada uma da lista: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia…” Todas estas estão lidando com o sétimo mandamento. Então lemos: “Idolatria, feitiçaria…” Estas, referem-se aos primeiros dois mandamentos de não ter outros deuses e não se prostrar diante de imagens. Então lemos sobre “inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas…”. Todas estas estão lidando com o sexto ao nono mandamentos.
Então o apóstolo diz: “acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.”
Portanto, em outras palavras, Paulo não somente está sustentando a lei dos Dez Mandamentos do Antigo Testamento em sua carta aos Gálatas, mas está aplicando-a diferentemente dos judeus. Os judeus trataram a lei como uma expressão exterior, mas eram cada vez mais corruptos por dentro. Paulo aplicou a lei de Deus diretamente às motivações e operações do coração. Ele estava dizendo que uma aparência exterior de obediência à lei de Deus não é o que é agradável aos olhos de Deus quando toda forma de mal está no coração. Paulo está dizendo que, longe de desfazer a perpétua lei do céu, Deus quer uma obediência aos Dez Mandamentos que parta do coração.
Obediência é uma expressão de amor e regozijo pela salvação que Deus nos deu em Jesus Cristo. Ouçam o que Paulo segue dizendo no versículo 22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.”
Espere um minuto. Isso é poderoso, não é? A lei, em vez de um conjunto de formas externas, torna-se uma lei de amor, gozo e paz, que se manifesta em “longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” Todas estas são qualidades de caráter, não são? Paulo está dizendo que o Espírito Santo muda o coração de tal forma que já não há mais as obras da carne, ou desobediência à lei de Deus. Em vez disso há amor, gozo e paz com todos os demais frutos do Espírito. Estas qualidades de caráter são também questões do coração. E Paulo está enfatizando que a lei de Deus deve estar escrita no coração.
Eis o que ele diz acerca do Novo Testamento. Abra em Hebreus 8:10. Paulo está citando o profeta Jeremias do Antigo Testamento quando diz: “Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.”
Você faz parte do povo de Deus hoje? Você anda no caminho do Senhor como Abraão? Oh! Amigos, Paulo finalmente entendeu. Ele viu que a lei não foi abolida na cruz, mas que havia um caminho vivo e novo para entendê-la. Ele viu que uma vez que a lei é escondida dentro do coração como disse o salmista no Antigo Testamento, nós a guardamos motivados por amor ao nosso Deus que nos concede amor, gozo, paz e todas as outras bênçãos quando assim fazemos. Não alcançamos a salvação por guardar a lei pois isso é totalmente impossível. Em Romanos 1:17 ele cita Habacuque, outro profeta do Antigo Testamento, e diz: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.”
Você não pode andar no caminho do Senhor, guardar os Dez Mandamentos ou seguir a Bíblia em qualquer aspecto a menos que o faça pela fé. É impossível viver de forma justa quando Cristo não está no coração mesmo que você guarde a lei exteriormente. Somente com Cristo no coração você pode guardar verdadeiramente a santa lei de Deus.
Abra em Gálatas 2:20 que deixa isso muito claro: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”
Portanto, se Cristo vive em você, o amor que você tem por Ele o leva a seguir tudo o que Ele diz. Mas na verdade é Cristo em você que está operando a justiça. Não é você quem faz. É Cristo. Cristo nunca o levará a desobedecer à santa e perpétua lei de Deus. O Espírito Santo, que habita no verdadeiro crente, nunca o levará a obedecer às sugestões e tentações de Satanás.
O versículo diz: “A vida que agora vivo na carne…” Você reparou na palavra carne? Está se referindo a que período? Está falando da nossa experiência terrena, que estamos vivendo agora na Terra com carne e ossos. Não está falando sobre algum tempo futuro quando a carne for renovada. Não está falando de quando chegarmos ao céu ou na nova terra. Está falando de agora. “A vida que agora vivo…” é cheia de regozijo porque o Espírito Santo coloca em mim Seu poder celestial para ver, entender e resistir tentações de Satanás. Tenho vitória porque Cristo vive em mim. Tenho amor porque Cristo vive em mim. Tenho gozo porque Cristo vive em mim. E tenho paz, porque Cristo vive em mim. Eu não mais desobedeço a lei de Deus porque não estou mais sujeito a Satanás. Agora vivo para Cristo. É Satanás quem nos afasta de guardar a lei de Deus. Ele quer arruiná-lo, para que você não tenha vida eterna. Ele quer arruinar sua amizade com Deus. Você não precisa disso, precisa?
Voltemos para Gálatas 5 e vejamos o que mais Paulo diz. Repare no versículo 24: “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.” Em outras palavras, aqueles que têm Cristo escrevendo Sua lei em suas mentes e corações crucificaram a carne. Eles não mais vivem para si mesmos. Vivem para Deus. Possuem agora o entendimento de Paulo sobre a lei de Deus.
Vejam o versículo 25: “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” Em outras palavras, se tivermos o Espírito de Deus em nós, faremos também as obras do Espírito, que nos levam à plenitude de gozo em Cristo através da obediência à Sua vontade revelada.
Agora, voltemos à vida de Abraão por mais alguns minutos. O pai de Abraão vivia com a família em Ur dos Caldeus, próximo a Babilônia (ou onde fora construída a torre de Babel), próximo ao extremo sul do rio Eufrates, antes de unir-se ao Tigre e fluir ao Golfo Pérsico.
Após Deus ter confundido as línguas na torre de Babel e o povo ter se espalhado, novamente a idolatria se tornou praticamente universal. Deus viu que, em meio à prevalecente apostasia, Abraão era um homem cujo coração era terno para com o Senhor. Deus escolheu Abraão para ser o guardador de Sua lei, os oráculos sagrados daquele tempo, para gerações futuras. Satanás sempre tentou obscurecer a fé verdadeira, mas Deus sempre teve alguém que O representasse, mesmo que fosse uma só pessoa. Lembre-se que o verdadeiro povo de Deus é sempre minoria. Abraão foi fiel entre os infiéis, incorrupto entre a prevalecente apostasia, e permaneceu firme na adoração do único e verdadeiro Deus.
Abraão sabia que Ur dos Caldeus não era um bom lugar para sua família. Ele sabia que Deus não o queria entre todos aqueles povos idólatras. Ele conseguia ver que a idolatria das famílias ao redor deles estava-lhes enfraquecendo a fé. Então Abraão tomou seu pai Terá e saiu de Ur dos Caldeus com alguns dos membros de sua família e foi para o Norte, seguindo o curso do Eufrates para um lugar chamado Harã. Ali viveram e adquiriram bens. Era um lugar fértil e prazeroso de se viver. Mas seu irmão Naor e outros membros da família já tinham sido tão afetados pela idolatria que não podiam se libertar. Então, quando Terá faleceu, Deus veio a Abraão e deu-lhe instruções mais definidas.
Em Gênesis 12:1 lemos: “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” Então Deus prometeu que faria de Abraão uma grande nação e uma grande bênção.
Deus sabia que Abraão não podia amadurecer em fé e obediência e andar no caminho do Senhor a menos que estivesse livre da influência de seus familiares de infância. Ele tinha que estar separado deles para que Deus pudesse ensiná-lo preciosas lições e fortalecer sua fé nos caminhos e meios de Deus fazer as coisas. Sua influência impediria e interferiria no treino que Deus queria para Abraão. Sem dúvida, quando Abraão esteve com eles, os demais membros de sua família ficavam calados e não discutiam com ele.
Mas era muito difícil para Abraão explicar para seus amigos e outros membros da família sua decisão de seguir a instrução de Deus. Eles não entenderiam. As coisas espirituais são espiritualmente discernidas. Sua parentela e amigos idólatras não conseguiam compreender suas motivações e ações.
Assim é hoje, quando alguém decide seguir a Jesus e todas as suas instruções, é muito difícil para membros da família e amigos entenderem as razões de suas decisões e ações.
Então, quando Abraão disse-lhes que Deus o instruíra a deixá-los e partir sem saber o destino, ficaram provavelmente alarmados. Imaginem só as conversas.
“Abraão, o que você está fazendo?”, perguntou o irmão Naor. “Porque você quer sair da casa do seu pai? Você tem fortes laços familiares. É seguro aqui. É agradável aqui. Você tem uma vida boa. Por que partir sozinho, para longe da família e dos amigos? Além do mais você não sabe se o solo onde você está indo é fértil. Você não sabe se o clima é saudável. Você não sabe se os arredores o agradarão. Você não sabe se terá a oportunidade de aumentar seus bens. Onde você vai viver, em uma tenda?”
Abraão deve ter respondido: “Mas Deus diz que eu tenho que fazer isso, e mesmo não entendendo tudo eu seguirei a Deus. Tenho certeza que Ele cuidará de mim.”
“Mas Abraão, Deus não fala conosco. Por que Ele falaria com você? Acha que não somos bons o bastante para que você viva conosco? Você é de alguma forma tão superior a nós a ponto de Deus falar com você? Por favor, Abraão, isso é uma grande ilusão. É fanatismo.”
Abraão sem dúvida responderia: “Eu verdadeiramente amo todos vocês, mas não posso fazer o que me é conveniente. Tenho que seguir as instruções de Deus. Eu já sigo a Sua lei, e vocês não têm me ajudado com isso. Como posso continuar aqui e viver como deveria diante de Deus?”
“Mas Abraão, você pode viver sua fé aqui. Você não precisa sair por aí sozinho para fazer isso. Você pode ajudar-nos a restaurar nossa fé. Você vai criar a sua própria religião?”
“Não, não vou criar minha própria religião. Seguirei a verdadeira religião de Deus.”
“Bem, como você sabe que Deus o está chamando para sair daqui, especialmente se você não sabe para onde está indo? Não acha isso um pouco estranho? O que deu em você? Sua religião está tornando-o um lunático. Você está confuso. Deus não exige que você faça coisas tão extremas. Não vá tão longe, Abraão.”
Amigos, o lugar mais feliz da Terra é o lugar onde Deus quer que você esteja, mesmo que os que estejam ao seu redor não entendam. Do livro Patriarcas e Profetas, na página 126, lemos o seguinte: “Muitos ainda são provados como o foi Abraão. Não ouvem a voz de Deus falando diretamente do Céu, mas Ele os chama pelos ensinos de Sua Palavra e acontecimentos de Sua providência. Pode ser-lhes exigido abandonarem uma carreira que promete riqueza e honras, deixarem associações agradáveis e proveitosas, e separarem-se dos parentes, para entrarem naquilo que parece ser apenas uma senda de abnegação, dificuldades e sacrifícios. Deus tem uma obra para eles fazerem; mas uma vida de comodidade, e a influência de amigos e parentes, embaraçariam o desenvolvimento dos traços essenciais para a sua realização.”
Por que Deus faz isso? A razão, meus amigos, é para que você aprenda a depender de Deus e a confiar nEle em todas as coisas. Ele quer se revelar a você de um jeito que de outra forma seria impossível. Ele prepara o seu campo de lavoura e altera as suas circunstâncias, e esta é a Sua providência para elevá-lo a um novo patamar em sua caminhada com Deus.
Ouçam esta declaração do mesmo livro, na página 127: “Quem aceitará novos deveres e entrará em campos não experimentados, fazendo a obra de Deus com um coração firme e voluntário, considerando por amor a Cristo suas perdas como ganho? Aquele que deseja fazer isto tem a fé de Abraão, e com ele partilhará daquele ‘peso eterno de glória mui excelente’ (2 Coríntios 4:17), com o qual ‘as aflições deste tempo presente não são para comparar’. Romanos 8:18.”
O chamado para Abraão de se afastar de sua família não foi uma prova pequena, nem um sacrifício pequeno. Mas Abraão não questionou a Deus. Ele não hesitou em obedecer ao chamado. Deus imputou-lhe isso como justiça. Ele planejava fazer algo muito especial com Abraão, ensinaria a ele o que é realmente a fé. Ele também faria com que Abraão passasse por algumas sérias situações para poder entender verdadeiramente a mente de Deus, particularmente as motivações e razões do sacrifício do Messias vindouro. Ainda que sair de Harã não fosse a coisa mais lógica a ser feita, Abraão estava disposto a confiar em Deus. Ele era singular. Ló, filho de Naor, foi com ele, mas não possuía um relacionamento mais aprofundado com Deus.
O que diz o versículo em Gênesis 18:19? Leiamos novamente. Deus disse: “Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agir com justiça e juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.”
Abraão “cultivava a religião doméstica. O temor do Senhor permeava seu círculo doméstico. Ele era o sacerdote de seu lar. Considerava sua família como um legado sagrado. Sua casa contava mais de mil pessoas, e guiava a todos, pais e filhos, para o divino Soberano.” Cuidado de Deus, pág. 200.
Pense nisto. Abraão fez muito mais do que a maioria dos pais fazem hoje com seus filhos. Seus pensamentos eram direcionados a Deus e a fazer a vontade de Deus em tudo. Ele andava em comunhão com o próprio Deus. E Deus o considerava um amigo.
Deus disse: “Eu o conheço.” O que significa Deus o conhecer? A Bíblia diz em Amós 3:3: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Conhecer Abraão significa que Abraão e Deus pensavam de forma muito parecida. Isso significa que Abraão moldou sua mente na mente de Deus. Sim, ele cometeu erros, mas sempre se arrependeu e tentou entender melhor a Deus.
Abraão e Deus estavam de acordo, e estar de acordo significa ter o mesmo pensamento acerca das coisas com as quais vocês concordam. Abraão aprendeu a confiar em Deus a ponto de fazer tudo quanto estava ao seu alcance para aprender como Deus pensa, a fim de poder concordar com Deus. Ele sempre esteve disposto a mudar de opinião ou ajustar seu pensamento se descobrisse que não estava de acordo com Deus. E percebeu que era sempre um homem mais feliz se fizesse isso.
Você quer aprender a ser um amigo de Deus? Se quiser, precisa então aprender como Deus pensa, para que possa ajustar a mente e o coração para pensar como Ele. É fácil fazer isso? Não. Você não pode fazer isso a menos que entregue o coração e a mente às Suas instruções.
Como você sabe quais são as instruções de Deus? Ao estudar a Bíblia, você terá um profundo discernimento do pensamento de Deus. Ao estudar a Bíblia, ela também mudará o seu pensamento. A Bíblia tem o propósito de fazer isso. Se você ler as histórias do Antigo Testamento, aprenderá lições que se aplicam à sua vida baseadas naqueles que andaram com Deus.
O versículo também diz que Abraão fez justiça e juízo. A Bíblia está cheia de informações sobre justiça e juízo. Basta ler Salmos e Provérbios. Encontramos muito da mente de Deus nestes livros da Bíblia. Se você quiser pensar como Deus, precisa conhecer bem estes livros.
Fazer justiça e juízo significa que Abraão era justo. Ele não permitia a opressão de crianças, mas exigia obediência. Ele combinava amor e justiça e governava seu lar no temor do Senhor. Não havia negligências pecaminosas em restringir as más propensões de seus filhos, nenhum favoritismo ou imprudente indulgência. Ele não permitia que sua afeição pela família fizesse com que ele passasse por alto suas convicções para com o dever – como é muitas vezes o caso hoje. Ele instruía a família no temor e adoração a Deus e mantinha a autoridade da lei de Deus entre todos em sua casa. Você faz o mesmo em sua casa? Espero que sim. Se não, esta seria uma hora muito boa para começar.
Abraão temia a Deus. O que isso significa? Não quer dizer que Abraão tinha medo de Deus. Quer dizer que Abraão amava, reverenciava e adorava a Deus. Você sabia que podemos fazer o mesmo hoje? É verdade. Em Apocalipse 14:6 e 7, João o Revelador viu “outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra”. Notem o que o anjo diz com grande voz (o que quer dizer uma apresentação clara e forte) no versículo sete: “Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
Este versículo, que se encontra no livro Apocalipse e fala sobre o fim dos tempos, diz também para temermos a Deus, assim como Abraão. Isto significa que temos que adorar a Deus com todo o coração, alma e mente. Significa que seguiremos as instruções de Deus acerca da adoração, pois isto é parte do evangelho eterno. Tenha em mente que Satanás sempre se opôs à adoração a Deus. Ele quer que adoremos, em vez disso, a ele ou suas próprias ideias de adoração. Portanto ele faz todo o possível para distrair-nos dos verdadeiros princípios de adoração e levar-nos a desobedecer às instruções de Deus sobre adoração.
Quero que você repare que no contexto de temer a Deus, Ele nos diz que devemos adorar o Criador que fez a Terra e tudo o que nela há. Ao nos lembrar da criação, Deus também está nos lembrando do sétimo dia, o sábado, sobre o qual está escrito em Gênesis 2:2-3 que Deus abençoou e santificou.
Isto significa que os amigos de Deus honrarão Seu santo dia de sábado até o fim dos tempos, de acordo com Apocalipse. A lei nunca foi mudada. Não há evidência disto em nenhum lugar das Escrituras. Se você não seguir as instruções de Deus não pode ter a Sua bênção e não aprenderá a pensar como Deus.
Então por que tantos cristãos guardam o domingo, um dia que Deus não santificou e não abençoou? É porque não entendem a mente de Deus. Embora muitos não queiram seguir Suas instruções, também há alguns que nunca ouviram a verdade sobre isso. Aqueles que buscam nas Escrituras luz e verdade logo verão que a forma de Deus pensar não está em harmonia com a maioria. E não é só isso, você logo aprenderá que a forma de Deus pensar nem sempre é lógica. A lógica humana é incompatível com a de Deus.
À medida que Abraão aprendia a pensar como Deus, começava a agir como Deus. E isso quer dizer que ele seria bem diferente dos povos das nações e tribos ao seu redor. Isso é o que quer dizer guardar o “caminho do Senhor”. Ele andava no caminho de Deus. Ele seguia as instruções de Deus e não aquelas do mundo ao seu redor.
Agora quero que você note mais uma coisa sobre Abraão. Isto é muito interessante. Abram comigo em Gênesis 12:7. Quando Abraão chegou a Canaã, a idolatria também estava por toda a parte, e isto o perturbou. Havia bosques com altares pagãos. A falsa adoração estava em todo lugar. Mas Abraão não perdeu sua fé na liderança de Deus. Ouçam o que diz: “E apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei esta terra. E ele edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera.”
Por que Abraão construiu um altar? É porque ele queria um lugar para orar e comemorar sua experiência com Deus. Ele também queria um lugar aonde pudesse trazer sua família para adorar a Deus.
Então o versículo oito diz: “E moveu-se dali para a montanha do lado oriental de Betel, e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR, e invocou o nome do SENHOR.”
Conseguem ver? Ele novamente construiu um altar. Na verdade, onde quer que Abraão armasse sua tenda, construía próximo a ela um altar ao Senhor. Ali, oferecia ao Senhor o sacrifício da manhã e da tarde juntamente com os de sua casa ao redor. Isto também nos diz que ele foi um homem de oração. Abraão não podia passar um dia sem orar. E ensinou sua família pelo exemplo quão importante a oração realmente é. Ele tinha que ter um local para onde pudesse ir, levar a família e estar com Deus cada dia de sua vida. Ele era um amigo de Deus.
Você tem um altar familiar na sua casa? Você ora de manhã e à tardinha? Pois deveria. Isso o ajudará a se tornar um amigo de Deus. Isso o ajudará a começar a pensar como Deus. Falar com Deus é importante. Ele ama ouvir as suas orações.
Quando Abraão desarmava sua tenda e ia para outro lugar, o altar permanecia como uma testemunha da caminhada de Abraão com Deus.
Eis outra coisa a se considerar: ao aproximar-se de Deus, Ele prova a sua fé e constância. Ele faz isso para fortalecer sua fé e seu compromisso. Ele não está tentando passar uma rasteira. Não é assim que Deus age. Ele está trabalhando para purificá-lo e amadurecê-lo na fé. E é isso o que Ele fez com Abraão. Se você ler os versículos 9 e 10 de Gênesis 12, verá o que aconteceu.
“Depois caminhou Abrão dali, seguindo ainda para o lado do sul. E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra.”
Deus às vezes faz isso… Ele toma medidas incríveis para guiar Seus filhos. Neste caso Ele trouxe, ou permitiu uma fome em toda Canaã apenas para provar a fé de Abraão em Sua direção. Você acha que Deus faria isso em sua vida? Aposto que sim. Ele está mais interessado em sua maturidade espiritual do que você imagina. Ele fará um caro investimento na sua salvação. Às vezes Ele vira o mundo inteiro de cabeça para baixo, só para que você possa entendê-Lo e aprender a confiar nEle.
Ouçam esta declaração confortante de Patriarcas e Profetas, página 129: “O Senhor em Sua providência trouxera esta prova a Abraão a fim de lhe ensinar lições de submissão, paciência e fé, lições que deveriam ser registradas para benefício de todos os que mais tarde fossem chamados a suportar a aflição. Deus dirige Seus filhos por um caminho que eles não conhecem; mas não Se esquece dos que nEle põem a confiança, nem os rejeita. Permitiu que a aflição sobreviesse a Jó, mas não o abandonou. Consentiu que o amado João fosse exilado para a solitária ilha de Patmos, mas o Filho de Deus o encontrou ali, e sua visão esteve repleta de cenas de glória imortal. Deus permite que as provações assaltem Seu povo, a fim de que pela sua constância e obediência possam eles mesmos enriquecer espiritualmente, e possa o seu exemplo ser uma fonte de força aos outros. “Eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal.” Jeremias 29:11. As mesmas provações que da maneira mais severa provam a nossa fé, e fazem parecer que Deus nos abandonou, devem levar-nos para mais perto de Cristo, para que possamos depor todos os nossos fardos a Seus pés, e experimentar a paz que Ele, em troca, nos dará.”
Você experimenta paz quando está sendo provado? Ou se aborrece e se preocupa? Quando alguma inconveniência sobrevém, você se irrita e perde a paz, ou ora e pede a Deus para que Sua paz preencha o seu coração?
Que maravilhosa lição. Deus quer que você aprenda paciência, submissão e fé. Isso é mais necessário que qualquer coisa na minha vida, e é mais necessário que qualquer coisa na sua vida.
Ser um amigo de Deus significa aprender lições muito profundas e poderosas de fé quando Ele o coloca em provação. Quando Judá estava sendo ameaçada por Moabe, e o povo estava com medo, o rei Jeosafá, que também estava com medo, fez algo muito importante. A Bíblia diz em 2 Crônicas 20:3: “Então Jeosafá temeu, e pôs-se a buscar o SENHOR, e apregoou jejum em todo o Judá.”
Então diz que toda Judá se ajuntou e Jeosafá se pôs no meio da congregação para orar por livramento. Ouçam o que ele diz nos versículos 6 e 7:
“Ah! SENHOR Deus de nossos pais, porventura não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos das nações? Na tua mão há força e potência, e não há quem te possa resistir. Porventura, ó nosso Deus, não lançaste fora os moradores desta terra de diante do teu povo Israel, e não a deste para sempre à descendência de Abraão, teu amigo?”
Confiar em Deus é a coisa mais importante a se aprender. Quando dificuldades surgem, deve-se primeiro dirigir-se a Deus em oração. Ouçam esta fantástica e pequena declaração do livro Ciência do Bom Viver, página 48, “Quando somos levados a situações críticas, devemos confiar em Deus. Em toda emergência devemos buscar auxílio dAquele que tem à Sua disposição ilimitados recursos.”
Não é maravilhoso? O que são recursos ilimitados? Significa que Deus possui todo poder e que Ele ama ajudar-nos nas dificuldades. Ele pode resolver qualquer problema. Ele pode lidar com todo conflito ou perplexidade.
Ouçam esta fantástica declaração do livro Caminho a Cristo, página 100. Que estas palavras penetrem profundamente na sua mente e no seu coração: “Exponde continuamente ao Senhor vossas necessidades, alegrias, pesares, cuidados e temores. Não O podeis sobrecarregar; não O podeis fatigar. Aquele que conta os cabelos de vossa cabeça, não é indiferente as necessidades de Seus filhos. ‘Porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.’ Tiago 5:11. Seu coração amorável se comove ante as nossas tristezas, ante a nossa expressão delas. Levai-Lhe tudo quanto vos causa perplexidade. Coisa alguma é demasiado grande para Ele, pois sustém os mundos e rege o Universo. Nada do que de algum modo se relacione com a nossa paz é tão insignificante que o não observe. Não há em nossa vida nenhum capítulo demasiado obscuro para que o possa ler; perplexidade alguma por demais intrincada para que a possa resolver. Nenhuma calamidade poderá sobrevir ao mais humilde de Seus filhos, ansiedade alguma lhe atormentar a alma, nenhuma alegria possuí-lo, nenhuma prece sincera escapar-lhe dos lábios, sem que seja observada por nosso Pai celeste, ou sem que Lhe atraia o imediato interesse. Ele “sara os quebrantados de coração e liga-lhes as feridas”. Salmos 147:3. As relações entre Deus e cada pessoa são tão particulares e íntimas, como se não existisse nenhuma outra por quem Ele houvesse dado Seu bem-amado Filho.”
Amigo, você pode ser um amigo de Deus. Você pode ter um tipo de relacionamento com Deus tão íntimo, tão conectado, tão cheio e completo, que nada jamais tirará a sua paz, não importa o caos que esteja acontecendo ao seu redor. Não é uma promessa maravilhosa?
Ele o ama. Aquele que sustenta os mundos e planetas pela força do Seu poder o ama pessoalmente, individualmente. Você não está tão degradado a ponto de não poder ser perdoado por seus pecados. Você não é tão insignificante para que Ele não ouça e responda a oração sincera.
Você já viu Deus operar na sua vida? Você já viu o Seu poder para responder orações? Já sentiu Seu toque curador? Se não, por que não se entrega a Cristo hoje? Não é um ritual ou cerimônia o que importa para Deus. É o coração que volve a Ele em oração e que está aberto à Sua direção pelo Espírito Santo.
Os amigos mais íntimos são aqueles que têm experiências parecidas. Mas os amigos mais íntimos também são aqueles que passam juntos por extrema prova e dor. Talvez o evento na vida de Abraão que solidificou sua amizade com Deus foi o momento em que experimentou a mesma angústia que Deus o Pai sentiria ao deixar Seu amado Filho ser crucificado naquela cruz cruel. Deus queria que Abraão fosse um amigo tão íntimo que o fez passar por uma prova que daria a ele a mesma angústia e dor que o próprio Deus sentiria. O extremo ato de fé de Abraão no monte Moriá abriu em seu coração um profundo entendimento de Deus.
Que prova esta deve ter sido para um velho homem que amava seu filho, o filho da promessa, tanto que daria a própria vida por ele. Mas agora foi exigido dele tirar a vida daquele filho com as próprias mãos.
“A ordem foi expressa em palavras que deveriam ter contorcido angustiosamente aquele coração de pai: “Toma agora o teu filho, o teu único filho Isaque, a quem amas, … e oferece-o ali em holocausto.” Gênesis 22:2. Isaque era-lhe a luz do lar, a consolação da velhice, e acima de tudo o herdeiro da bênção prometida. A perda de tal filho por desastre, ou moléstia, teria despedaçado o coração do pai extremoso; teria curvado sua encanecida cabeça pela dor; entretanto, foi-lhe ordenado derramar o sangue daquele filho, com sua própria mão.” Patriarcas e Profetas, pág. 148.
“O coração do ancião paralisou-se de terror. … Parecia-lhe terrível impossibilidade. Entretanto, Deus falara, e Sua palavra tinha de ser obedecida. Abraão era avançado em anos, mas isto não o escusou de cumprir o dever. Agarrou o bordão da fé, e em muda agonia tomou pela mão o filho, belo na rosada saúde da juventude, e saiu a obedecer à palavra de Deus.” Testemunhos Seletos, Vol. 1, pág. 484.
“Mas Abraão não se deteve a duvidar de como as promessas de Deus poderiam cumprir-se, uma vez morto Isaque. Não parou a arrazoar com o sofrido coração, mas executou a ordem divina ao pé da letra, até que, exatamente quando o cutelo estava para ser mergulhado nas trêmulas carnes do filho, veio a ordem: ‘Não estendas a tua mão sobre o moço’, ‘porquanto agora sei que temes a Deus e não Me negaste o teu filho, o teu único.’ Gênesis 22:12.” Testemunhos Seletos, Vol. 1, pág. 485.
“Este ato de fé da parte de Abraão é registrado para nosso benefício. Ensina-nos a grande lição de confiança nas reivindicações de Deus, por mais rigorosas e pungentes que sejam; … Pela obediência de Abraão é-nos ensinado que coisa alguma é demasiado preciosa para darmos ao Senhor.” Testemunhos Seletos, Vol. 1, pág. 353.
Tiago 2:23 diz: “E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.”
Amigos, estamos vivendo nos últimos dias. Seu destino eterno depende de escolhermos ou não sermos amigos de Deus. Por favor, decida agora deixar Deus ensiná-lo Seus caminhos, mesmo que isso signifique fazer coisas que você nunca imaginou. Siga a Palavra de Deus. Busque ardentemente entender a mente de Deus. Quanto mais se aproximar de Deus, mais será Seu amigo.
Oremos. Nosso amado Pai celestial, queremos ser Teus amigos assim como Abraão. Seria tão maravilhoso se nos relatos dos livros dos céus o nosso nome fosse seguido da palavra “amigo”. Por favor, ensina-nos a entender a Tua mente. Por favor, mostra-nos como ter amor, gozo e paz em Cristo ao guardar Ele Sua lei em nós. Que o Teu Santo Espírito esteja sempre presente no nosso coração para que amemos todos os Teus filhos, não importa quem sejam. E até Jesus voltar, que possamos nos aproximar mais e mais em amizade de Cristo e de Nosso Pai celestial. Em nome de Jesus, amém.
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