“Fica lá” e “Aquieta-te”
Por Pastor Hal Mayer
Prezado amigo,
Obrigado por unir-se aos ouvintes do Ministério Guarde a Fé este mês para ouvir a mensagem que preparamos para você. Obrigado também por suas orações e apoio. Muitas pessoas já nos relataram que oram pelo Ministério Guarde a Fé todos os dias e realmente ficamos muito gratos por isso.
Este mês gostaria de partilhar com você uma mensagem que tenho estudado e preparado por algum tempo. Espero que você seja profundamente beneficiado por ela. A vida de Josué é muito importante para o povo de Deus nos últimos dias, pois se trata de um exemplo profético do que esse povo deve ser se deseja atravessar o rio Jordão em direção à Terra Prometida. Josué é um tipo para o nosso tempo. Ele é um excelente exemplo do caráter que o povo de Deus deve apresentar se quiser cruzar o Jordão para Canaã celestial. Precisamos de Josués espirituais hoje. Atualmente, precisamos de famílias que estejam dispostas a seguir o Senhor em tudo e dizer: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15). Quem sabe você seja encorajado ao estudarmos juntos esse exemplo importante para aqueles que vivem nos últimos momentos da história da Terra.
Gostaria de começar lendo a promessa encontrada no livro Atos dos Apóstolos, à página 53: “Desde o princípio tem Deus operado por Seu Espírito Santo, mediante agentes humanos, para a realização de Seu propósito em benefício da raça caída. Isto se manifestou na vida dos patriarcas. À igreja no deserto, no tempo de Moisés, também deu Deus Seu ‘bom Espírito, para os ensinar’ (Nee 9:20). E nos dias dos apóstolos Ele atuou poderosamente por Sua igreja através do Espírito Santo. O mesmo poder que susteve os patriarcas, que a Calebe e Josué deu fé e coragem, e eficiência à obra da igreja apostólica, tem sustido os fieis filhos de Deus nos séculos sucessivos.”
Você compreende a promessa contida nessa citação? O “bom Espírito” de Deus o susterá se você for semelhante ao fiel Josué e a outros herois da Bíblia nesses últimos dias. Percebe como Josué se encaixa na sequência de testemunhas fieis na sucessão dos séculos? Ele foi um homem que pôde ser usado por Deus. Deus pôde confiar a Josué o Seu Santo Espírito e conceder-lhe coragem e fé para liderar o povo para Canaã. Da mesma forma hoje, Deus precisa de pessoas como Josué, cuja fidelidade à Sua Palavra conquistará a confiança do céu inteiro. Cristo está preparando um povo assim hoje para que possa conceder-lhe o Seu Santo Espírito com o poder da chuva serôdia.
Convido você a imaginar Josué como garoto no Egito. Sem dúvida, ele ouviu as histórias dos grandes patriarcas de Israel, a maneira como Deus falou com Abraão, Isaque e Jacó. Certamente, ficou emocionado com a fidelidade desses homens e com os milagres que Deus operou em seu favor.
Ao se tornar jovem, sem dúvida sentiu o fardo da escravidão na própria pele. Certamente, Deus um dia libertaria o Seu povo da servidão! Mas quando isso aconteceria? Como? Ao sentir Josué a força do chicote do capataz, orou para que Deus livrasse o povo daquela terrível injustiça. Quem sabe, assim como a maioria dos israelitas, tenha ouvido de que um dentre o povo havia sido adotado como filho pela princesa, que era o escolhido para assumir o trono, mas que tinha assassinado um capataz e estava agora sob pena de morte. Assim, o fardo opressivo da escravidão prosseguiu, dia após dia sob o sol escaldante, mês após mês e ano após ano.
Foi, então, que de repente Moisés voltou. Ele falou com os anciãos de Israel e disse-lhes que havia chegado o tempo da sua libertação. Certamente, o jovem Josué vibrou de esperança ao ouvir que Deus havia falado com Moisés através de uma sarça ardente, escolhido Arão para ajudar Moisés e ordenado que os dois fossem falar com faraó para pedir que libertasse o povo de Israel. Josué ouvia com grande interesse as notícias que chegavam aos lares israelitas a respeito da conduta de Moisés perante o faraó. Seu coração deve ter sido inundado de gratidão ao observar a maneira com que Deus miraculosamente abriu caminho para a libertação de Israel.
Ao testemunhar a conduta de Deus para com Moisés, seu respeito pelo líder escolhido do Senhor aumentava cada vez mais. À medida que Israel vagarosamente se distanciava do Egito enquanto os egípcios choravam a morte de seus primogênitos, Josué almejava conhecer o segredo do poder de Moisés. Queria ficar perto de Moisés, observá-lo e, quem sabe, até mesmo conversar com ele. Talvez, sempre que tinha oportunidade, caminhava perto de Moisés e ouvia o que dizia aos anciãos de Israel ao se reunirem para discutir a maneira de conduzir a jornada para Canaã. Sem dúvida, estava perto de Moisés quando, diante do Mar Vermelho, o povo de Israel foi encurralado pelo exército egípcio. Seu olhar deve ter ficado profundamente atento às atitudes de Moisés à medida que o medo tomava conta do povo. Com grande admiração, Josué observou a coluna de fogo separar o povo de Israel do exército egípcio e a escuridão pairar sobre eles enquanto Moisés esticou o cajado sobre o Mar Vermelho e um caminho em terra seca se abriu diante de todo Israel.
Josué almejava saber o segredo do poder de Moisés. Observou vez após outra o povo murmurar contra Moisés. O grande líder procurava Deus em oração e o Senhor lhe dava as instruções, que eram seguidas rigorosamente por ele e resultavam em providências milagrosas de Deus em favor do povo. Finalmente, tornou-se óbvio a Josué que na verdade era Deus quem liderava o Seu povo, a Sua igreja. Moisés era apenas um humilde instrumento humano escolhido para representar a voz de Deus diante do povo. Ao reclamar e murmurar, o povo estava, na verdade, murmurando e reclamando contra Deus. Josué observou a brandura e a humildade de Moisés ao lidar com o povo. Testemunhou também a maneira como Moisés fielmente obedecia cada ordem divina. Tudo isso impressionou profundamente Josué. Ele ficou especialmente admirado com a fé e a coragem de Moisés. Almejava entender Deus assim como Moisés entendia.
Quem sabe um dia, Josué, jovem e ávido, tenha se aproximado o bastante de Moisés para lhe fazer algumas perguntas. Moisés certamente notou seu grande interesse de aprender sobre Deus e Sua maneira de agir e, quem sabe, viu que ali se encontrava um jovem que poderia ser usado por Deus um dia. Não sabemos exatamente como Josué e Moisés se conheceram, mas talvez tenham se tornado amigos em algum momento, durante as várias vezes que Josué o procurava para aprender o segredo de seu sucesso. Moisés mantinha uma vida secreta com Deus, e Josué almejava ter essa vida secreta também. Desejava poder conversar com Deus assim como Moisés, face a face “como qualquer fala com o seu amigo” (Êxodo 33:11). Josué com certeza almejava vivenciar o mesmo relacionamento que Moisés tinha com Deus.
Amigo, se você deseja ser bem-sucedido na vida a fim de que possa atravessar o Jordão para a Terra Prometida, você precisa ter uma vida secreta com Deus também. Ninguém mais precisa saber a largura ou a profundidade de seu relacionamento com Deus, mas é preciso desenvolvê-lo. Você precisa dedicar tempo a cada dia para ter um encontro secreto com o Pai celestial e com Jesus Cristo. Esse tempo secreto é sagrado. Ele é seu e somente seu. Você não pode partilhá-lo com mais ninguém. Deve ser um tempo de fervor. De entusiasmo. De sinceridade que atinge as profundezas do ser. As pessoas podem até saber que você tem uma vida secreta com Deus, mas não podem ter conhecimento desse núcleo central de discussão e paixão. Certifique-se de ter essa vida secreta. Esse foi o segredo do sucesso de Moisés. Esse foi o segredo do sucesso de Josué. E esse foi o segredo do sucesso de todos os herois da fé ao longo dos séculos, incluindo a nossa era.
Josué tentou aproximar-se cada vez mais de Moisés. Moisés começou a notar que Josué era inteligente, dinâmico, forte e poderia ser um bom soldado. Era óbvio que ele possuía o desejo sincero de conhecer mais a Deus. Um dia, quem sabe, ao conversarem, Moisés foi impressionado a perguntar se Josué gostaria de ser seu servidor. Êxodo 24:13 diz: “levantou-se Moisés com Josué, seu servidor.” O que é um servidor? É um servo. É alguém que atende as necessidade dos outros. Todos nós, de certa forma, somos servidores, mas isso foi especialmente significativo para Moisés. Ele precisava de alguém especial para ajudá-lo. A propósito, o pastor deve ser um servo também. O pastor é um ministro, que quer dizer servidor, não é? Assim, Moisés pediu que Josué fosse seu servidor. Não um escravo. Quem sabe Moisés tenha usado esse termo para distinguir a função de Josué do serviço forçado do Egito. Isso também possui uma conotação espiritual. Moisés precisava de alguém que estivesse disposto a crescer espiritualmente. Pareceu-lhe que Deus havia enviado Josué. Assim, decidiu manter Josué por perto.
Josué ficou entusiasmado! Agora tinha a oportunidade de ficar ao lado de Moisés todos os dias. Poderia ajudá-lo, e mais importante ainda, estar perto de toda a ação. Quem sabe também aprendesse a caminhar e a conversar com Deus!
As tarefas de Josué eram humildes. Talvez fosse responsável por trazer água para Moisés lavar os pés ou para satisfazer-lhe a sede. Talvez trouxesse o alimento para Moisés ou o ajudasse a se vestir. Quem sabe fosse responsável pela limpeza. Não sabemos quais eram suas tarefas, mas certamente a princípio eram bem simples. Moisés e Josué logo se tornaram amigos. Com o passar do tempo, Moisés percebeu que Josué era talentoso, possuía um raciocínio claro e rápido e apresentava habilidades de liderança. Era organizado e estratégico. Era dinâmico e cuidadoso. Moisés também notou que Josué possuía fé e confiança em Deus, uma aceitação reverente das instruções divinas. Isso impressionou o líder de Israel. Ele percebeu que Josué tinha potencial para ser líder em Israel, um juiz, quem sabe.
Na ocasião em que o sogro de Moisés, Jetro, sugeriu que Moisés delegasse parte de suas responsabilidades a outros homens sábios de Israel, Josué sem dúvida ficou aliviado de saber que Moisés não ficaria mais tão preocupado com os detalhes da administração e da liderança do povo. Talvez tenha até apoiado e encorajado Moisés ao tomar essa decisão. Com o passar do tempo, Moisés ficou cada vez mais impressionado com Josué. Josué tinha facilidade para aprender, especialmente ideias e tarefas complicadas. Mesmo assim, seu coração e mente eram profundamente impressionados pela maneira de Deus agir. Ele percebia que era diferente da maneira do homem agir e desejava aprender mais com o Senhor. Josué seguia Moisés por onde quer que fosse. Estava sempre pronto a ajudá-lo em suas necessidades e até mesmo dava sua opinião quando apropriado. Josué, porém, tinha uma razão mais elevada para ser o servidor e ministro de Moisés. Ele desejava aproximar-se de Deus. Queria aprender como relacionar-se com o Senhor. Almejava que sua experiência com Deus amadurecesse. Sabia que Moisés poderia ensiná-lo por preceito e exemplo.
Moisés e Josué conversavam bastante. Tinham muito tempo para conversar sobre as alegrias e as dificuldades de liderar o povo. Conversavam sobre os problemas que Israel enfrentava. Josué tornou-se o confidente de Moisés. Moisés podia confiar em Josué e notou que podia confiar em seu julgamento também. Para Josué, no entanto, as questões mais importantes eram aquelas relacionadas a Deus. Ele sempre inundava Moisés de perguntas sobre esse assunto.
Certo dia, Moisés enviou Josué em uma missão de combate contra os amalequitas. Deseja provar as habilidades de liderança de Josué, avaliar a sua capacidade e, acima de tudo, ver se Deus o abençoaria. Foi nessa ocasião que Moisés sentou-se no alto do monte e Arão e Hur sustetaram-lhe as mãos em súplica a Deus até o pôr do sol para que Josué fosse vitorioso. O relato dessa história encontra-se em Êxodo 17. Note a cooperação entre Deus, Moisés e Josué. Enquanto Josué lutava, Moisés estava em oração, assistido por Arão e Hur.
Josué conquistou a lealdade e a confiança de Moisés. Moisés sabia que podia confiar que Josué faria a coisa certa. Decidiu envolvê-lo ainda mais no processo de planejamento e organização.
O coração de Josué encheu-se de reverência ao ouvir a voz de Deus proferir os Dez Mandamentos do monte Sinai. Mas algo estava prestes a acontecer que mudaria a sua vida.
Abra a sua Bíblia, se puder, no capítulo 24 de Êxodo. Aqui se encontra uma passagem muito interessante que nos diz em apenas algumas palavras algo maravilhoso sobre Josué. É impressionante como em apenas algumas palavras a Bíblia pode nos dizer tanto. Essas talvez sejam as lições mais importantes e poderosas para a última geração.
Depois que Deus proferiu os Dez Mandamentos do monte Sinai, instruiu Moisés a subir o monte para comungar com Ele. O verso 12 diz: “Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a Mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares.”
Você ouviu o que esse verso disse? Gostaria que refletisse sobre o que Deus disse a Moisés. Lembre-se de que Josué fazia parte disso e que estava prestes a aprender uma lição muito importante. Deus chamou Moisés para subir o monte Sinai e disse-lhe: “Fica lá.”
Amigo, se você deseja fazer algo muito importante para Deus, você deve “ficar lá”. Você deve preparar-se internamente para “ficar lá” espiritualmente em seu coração e mente. Se você deseja ser capaz de proclamar a última mensagem de Deus ao mundo, que significa exaltar os Dez Mandamentos outra vez, você deve “ficar lá…”, bem ali no monte Sinai, assim como Josué ficou, mas no sentido espiritual. Você não poderá guardar os Dez Mandamentos a menos que os tenha recebido nas tábuas de seu coração. Ouça o que Paulo diz em 2 Coríntios 3:3: “Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.” Você ouviu isso? Deus deseja escrever a Sua Lei nas tábuas de seu coração para que você não viva mais meramente em carne, mas em Espírito e para que a sua vida reflita a santa Lei de Deus. Você precisa viver essa experiência se realmente quiser “ficar lá” e estar pronto para atender à ordem de Deus.
Moisés e Josué tiveram que subir o monte. Eles não foram levados até lá por uma carruagem. Tiveram que se empenhar por alguns dias a fim de estar com Deus. Subiram cada vez mais alto. Quando mais alto subiam, mais fresco o ar ficava. Quanto mais alto subiam, mais claramente conseguiam pensar. Era revigorante. Podiam ver tantas coisas lá de cima, lá no alto do monte. No entanto, toda a sua atenção estava voltada para uma nuvem. Sua meta era aproximar-se da nuvem para que Deus pudesse conversar com eles.
Que lição! Amigo, você deve empenhar-se se deseja que Deus converse com você. Deve subir no alto do monte de Deus pela fé. Isso significa que você deve exercitar-se na Palavra de Deus. O estudo da Bíblia é como subir o monte Sinai. Às vezes é um caminho fácil. Outras, difícil e íngreme. Às vezes você derramará seu suor e terá dificuldade para entender alguns versos. Mas não importa o que aconteça, suba o monte. Deixe suas pegadas no solo. Apoie as mãos nas rochas. À medida que subir, haverá períodos em que olhará para trás e verá o que nunca foi capaz de ver antes. E será revigorante. Amigo, se você deseja que Deus converse com você, você deve seguir as Suas instruções e subir o monte. Deve rogar para que Deus o leve para o alto do monte Sinai. E Ele atenderá a sua oração. Essa é uma experiência especial para a última geração. Você deve viver pelos Dez Mandamentos. Para isso, é preciso subir e recebê-los do monte de Deus. Essa é o motivo de você precisar subir espiritualmente o monte Sinai.
Deus disse a Moisés: “Fica lá.” E foi isso o que eles fizeram. Eles chegaram ao topo do monte apenas para “ficar lá”. Apenas depois disso puderem receber o que Deus tinha para lhes dar. Eles não podiam “ficar lá” enquanto ainda estivessem no acampamento israelita. Tiveram que subir o monte.
Se você deseja “ficar lá”, meu amigo, você precisa subir o monte também. Precisa sair da vida cotidiana. Colocar de lado as coisas seculares e seus desejos carnais. Talvez tenha que mudar o estilo de vestuário e tornar-se modesto, ou mudar os hábitos alimentares e cortar a gordura de sua dieta, ou o chocolate, ou a carne de frango e de peixe, ou qualquer outra coisa. Afinal, seu desejo é ter mente clara para que Deus possa comunicar-Se com você. Provavelmente você terá que rever a maneira que gasta o seu tempo. A maioria das pessoas não quer viver uma vida espiritual simples. Deseja todas as ciladas do Egito. Não quer deixar para trás as coisas que entorpecem os sentidos. Age como os filhos de Israel ao pé do monte, confusos e rebeldes. Mas se você deseja que Deus converse com você, vá onde a maioria não vai espiritualmente. Você deve ir onde Deus está. Certifique-se de dedicar tempo a cada dia para subir o monte de Deus. Certifique-se de ser revigorado pela Palavra de Deus antes de começar o seu dia. Faça o que Moisés e Josué fizeram.
O verso 13 diz: “Levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e, subindo Moisés ao monte de Deus.” Note que Josué acompanhou Moisés ao subir o Sinai. Em outras palavras, Moisés subiu para perto da nuvem que havia descido sobre o monte Sinai. Naquela nuvem estava a glória do Senhor. O verso 17 nos diz que “o aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cimo do monte, aos olhos dos filhos de Israel.” Moisés e Josué subiram para perto da nuvem de fogo consumidor. Deus estava disposto a aproximar-Se de Josué o máximo que a sua condição poderia suportar. Isso fazia parte do aprendizado de Josué para confiar em Deus.
Você crê que Deus deseja trazê-lo para perto da nuvem de fogo? Claro que quer. Para isso, é preciso subir o monte. Não podemos, porém, subir o monte de Deus onde a nuvem de fogo está a menos que abramos a Bíblia e com sinceridade roguemos que Deus nos dê entendimento de Sua Lei e de Sua Palavra. Isso deve ser feito a cada dia, meu amigo. Cada dia é um passo rumo ao alto do monte.
Imagine a reverência, o respeito e até mesmo o temor que a nuvem de fogo deve ter gerado no povo de Israel. À medida que o fogo flamejava no topo da montanha, o povo deve ter se perguntado se Moisés sairia vivo dali. Será que voltaria? Especialmente depois de já estar lá no alto por algumas semanas, o povo começou a ficar preocupado.
Finalmente, tiveram certeza de que Moisés não voltaria e começaram a se perguntar o que fazer. Como de costume, sempre que a igreja enfrenta um dilema, Satanás motiva os não santificados e rebeldes a instigarem a igreja a ir em direção oposta à indicada. Por exemplo, ao enfrentarmos o dilema de como manter os jovens na igreja, alguém teve a “ideia brilhante” de trazer a bateria e a música rock para dentro do templo sagrado onde deveria haver reverência. Introduziram-se ritmos mundanos sensuais para que as pessoas pudessem dançar na igreja, assim como o povo de Israel fez ao pé do monte Sinai em volta do bezerro de ouro. Isso é totalmente oposto às instruções divinas reveladas na Bíblia e no Espírito de Profecia. O que a juventude precisa é de exemplos modernos do verdadeiro cristianismo – não de uma substituição sensual.
Os rebeldes dentre o povo sugeriram que fizessem um deus que pudessem ver e adorar em vez do Deus invisível do céu. Enquanto Moisés e Josué estavam no alto do monte, aproximando-se de Deus, o povo fez um bezerro de ouro e abandonou o verdadeiro Deus.
Mas não podemos pular uma parte importante da história. Moisés aproximou-se da nuvem. Sabia que ali estava Deus. Sabia que ali habitava a glória do Senhor. O verso 16 nos diz algo muito interessante: “E a glória do Senhor pousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; ao sétimo dia, do meio da nuvem chamou o Senhor a Moisés.”
Permita-me fazer-lhe uma pergunta. O que Moisés fez durante os seis dias de espera? Será que ficou ociosamente esperando que Deus falasse com ele? Será que ficou olhando para o nada, observando a paisagem, falando sobre coisas supérfluas e fazendo nada de importante? Você acha que ele ficou impaciente com Deus por deixá-lo esperando seis dias?
Claro que não! Moisés e Josué certamente permaneceram em oração e meditação em Deus e em Sua Lei que havia acabado de ser proferida pela própria boca do Senhor a todo Israel. Sem dúvida, estavam profundamente impressionados pela grandeza e magnificência de Deus e pela glória de Sua presença. Quem sabe também tenham decidido jejuar. E certamente Moisés e Josué conversaram sobre a bondade de Deus. Moisés utilizou aquele período para preparar-se para receber as instruções que Deus estava prestes a dar. Seu coração precisava estar em paz com Deus e, sem dúvida, rogou a Deus por pureza de coração e nobreza de caráter. Quem sabe tenha clamado a Deus para derramar sobre ele o Espírito Santo.
Josué observava tudo com muita atenção. Também jejuou e orou. Talvez tenha ficado confuso com o fato de Deus não Se comunicar com Moisés por seis dias. Talvez tenha perguntado a razão do silêncio e Moisés tenha respondido que o tempo de Deus é diferente do tempo dos seres humanos e que deveriam ser pacientes. Quem sabe tenha aconselhado Josué a preparar o coração para ouvir a voz de Deus também.
Em todo caso, levou seis dias para que Deus Se comunicasse com Moisés. A nuvem de fogo estava lá, mas nenhuma palavra vinha de Deus. Por que seis dias? Por que Deus não entregou simplesmente a Moisés os Dez Mandamentos e algumas instruções rápidas sobre a construção do tabernáculo e acabou logo com a história? Por que a demora?
A razão da demora, meu amigo, é porque Deus queria que o coração de Moisés estivesse preparado para ouvir e compreender profundamente o que Ele lhe mostraria. Deus estava prestes a mostrar-lhe o santuário celestial. Estava prestes a apresentar-lhe o plano da salvação. No momento em que Moisés e Josué chegaram ao alto do monte, não estavam preparados para ouvir o que Deus tinha a lhes dizer. A mente de ambos não estava acostumada ao silêncio. Seus pensamentos ainda não haviam se acalmado. O que Deus estava prestes a dar a Moisés era tão maravilhoso que sabia que o coração de Moisés deveria estar completamente submetido à Sua vontade para que a Sua voz pudesse ser entendida adequadamente. O próprio Moisés precisou de seis dias para acalmar a mente e abrir totalmente o coração a fim de apreciar a santidade daquilo que Deus estava para partilhar com ele.
Você percebe, amigo? A verdade de Deus é tão sagrada que é preciso preparar o nosso coração para recebê-la. Devemos aquietar-nos e ficarmos em reverência. Devemos acalmar a nossa mente e abrir o nosso coração para ouvir a Sua voz mansa e suave. Lembre-se do verso que diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46:10). Você deve dedicar tempo para “aquietar-se”. Você não pode simplesmente fazer a sua devoção às pressas e sair correndo para o dia caótico que o espera. Deve “aquietar-se” e ouvir. “Aquietar-se” e abrir o coração a Deus. Ao chegar ao alto do monte, deve esperar. Esperar Deus. Talvez seja preciso esperar mais tempo do que você imagina.
Seis dias foi um longo período de espera para Moisés e Josué. Havia tantas atividades por fazer no acampamento. Mas Deus sabia que Moisés precisava esperar; esperar até que o seu coração estivesse preparado.
Imagine se você soubesse esperar Deus assim como Moisés. Imagine o que Deus poderia dizer-lhe! Imagine como seria viver a experiência de conversar com Deus face a face. Não seria tremendo? Deus poderia dar-lhe instruções de como conduzir sua vida e ministério. Poderia orientar-lhe sobre o momento de falar e o momento de permanecer em silêncio, indicar-lhe qual pessoa está pronta para receber a mensagem e aquela que ainda não está. Se conhecêssemos a voz de Deus, atuaríamos com muito mais eficiência em nosso ministério. Haveria uma voz mansa e suave a falar-nos: “Este é o caminho, andai por ele.” Mas infelizmente, a maioria das pessoas não sabe ouvir a voz de Deus.
Há muitas vozes em nossa vida fazendo de tudo para atrair a nossa atenção. Geralmente, há muitas vozes disputando entre si para serem notadas. E quando o caos assume o controle de nossa vida, somos dominados pela confusão e temos dificuldade de lidar com a situação, pois não treinamos os nossos ouvidos para reconhecer a voz de Deus. A única maneira de ouvirmos a voz de Deus, meu amigo, é treinando os nossos ouvidos para reconhecê-la. Devemos aquietar-nos para que possamos acostumar-nos com ela. Você nunca será capaz de aquietar-se a menos que suba o monte de Deus. Você deve “ficar lá” para que Deus possa aquietá-lo. O Senhor lhe concederá tempo para que Ele possa abrir os seus olhos a fim de enxergar aquilo que Ele quer que você enxergue e conheça o som de Sua voz. Assim, no momento em que surgir o caos, você ouvirá a Sua voz e será capaz de reconhecê-la em meio às outras.
A maioria de nós, no entanto, tem dificuldade de dedicar até mesmo poucos momentos diários à oração. Temos dificuldade em pensar no que dizer a Deus e acabamos repetindo nossas falas como um CD riscado. Além disso, não queremos ouvir de verdade. Queremos apenas pedir isso e aquilo. Rogamos por misericórdia ou por alguma vantagem ou proteção. Porém, essa é apenas parte da oração. A oração também envolve aquietar-se e esperar em Deus. Isso exige tempo, paciência e disciplina. Pode levar seis dias de busca intensa por Deus até que estejamos prontos para ouvir o que Ele tem a nos dizer; até que o nosso coração seja humilhado o suficiente para estar disposto a ouvir. Precisamos aprender a esperar em Deus. Esse período de espera é necessário para que preparemos o nosso coração para entender o que Deus tem a nos revelar.
Certamente, Josué ficou muito impressionado com a espera. Quem sabe tenha percebido que a maneira de entender a mente e o coração de Deus seja “ficar lá”, “aquietar-se” e meditar nEle. Ao esperar juntamente com Moisés durante os seis dias, Josué aprendeu o segredo do sucesso de Moisés. Ele observou Moisés aquietar-se. Observou-o humilhar-se perante Deus. Observou-o abrir o coração ao Amigo celestial. Ouviu Moisés derramar seu coração perante Deus e rogar por Sua graça, poder e sabedoria. Josué ouviu-o rogar por força e coragem.
Ao sétimo dia, quem sabe um sábado, o coração e mente de Moisés estavam prontos para verdadeiramente ouvir o que Deus tinha a dizer-lhe. Talvez tenha sido essa a razão de Deus nos conceder o Seu santo dia de sábado para que possamos “ficar lá”, “aquietar-nos” e conhecê-Lo.
Deus estava prestes a revelar a Moisés o plano do tabernáculo, que em essência era o sagrado plano da salvação em tipos e exemplos vivos. Êxodo 24:18 diz que, após seis dias, Moisés foi chamado pelo Senhor e “entrando pelo meio da nuvem, subiu ao monte; e lá permaneceu quarenta dias e quarenta noites.”
Durante esse período, Josué esperou novamente. Ele esperou todo esse tempo Moisés sair do encontro secreto com Deus. Josué esperou, esperou e esperou. Dia após dia deve ter se perguntado o que estava acontecendo com Moisés. Será que tinha comida suficiente? Água para beber? Lembre-se de que Josué era o servidor de Moisés, seu servo. Assim, era natural pensar nessas coisas. Além disso, Josué reconheceu o privilégio de estar próximo de Deus no monte. Ele não teve permissão para estar com Moisés na nuvem, mas estava bem perto dela. Podia observá-la bem ali diante de seus olhos. Talvez tenha passado muito de seu tempo em oração e alguns momentos em meditação a respeito das coisas que Deus havia feito por Israel. Quem sabe tenha tentado imaginar o que aconteceria no futuro com a igreja de Deus ao ser abençoada pelo Senhor. Certamente,
meditou na Lei de Deus, os Dez Mandamentos e em seu significado. Ao meditar na santidade de Deus e na santidade dos Dez Mandamentos, percebeu que a Sua Lei era uma transcrição de Seu caráter. Essa é a forma que o governo de amor de Deus é organizado.
Amigo, como pode as pessoas hoje pensarem tão pouco na Lei de Deus? Os ministros dizem às congregações que Jesus perdoa todos os pecados, mas não mencionam nada a respeito da santidade de Sua Lei e da importância de honrá-la e vivê-la. A maioria dos ministros apenas diz ao povo que tudo o que precisam é reconhecer o perdão de Deus e nada mais. Você acha que isso fará com que atravessem o rio Jordão em direção à Terra Prometida?
Amigo, muitas pessoas se perderão porque não aprenderam a amar e a respeitar a santa Lei de Deus. Essa Lei é perpétua. Sempre esteve em vigor, mesmo antes do Sinai ela já era a base do governo de Deus. Ela é o fundamento de toda ordem social. Ela é a peça central do Universo de Deus. Ela será a base de Seu governo por toda a eternidade. A última geração de justos sobre a Terra guardará a santa Lei de Deus, a mesma Lei que Deus deu a Moisés no monte Sinai; a mesma lei que Moisés levou tão a sério que esperou seis dias no monte de Deus, orou e jejuou para conhecê-la e compreendê-la.
Da mesma forma hoje, devemos buscar entender a Lei de Deus. A menos que entendamos que a Lei de Deus ainda deve ser o princípio de nossa vida, nunca realmente amadureceremos em nossa experiência espiritual, ou em nossa compreensão da verdade. A Lei de Deus é santa, justa e boa. É o nosso padrão de justiça. Guardamos a Lei porque amamos Jesus e porque quando Jesus realmente habita em nosso coração, não podemos fazer outra coisa a não ser exaltá-la. Preste atenção nisso. Quando Jesus habita em nosso coração, guardamos a Sua santa Lei, pois o pecado é expulso de nosso coração. Jesus purifica o nosso coração e passamos a cumprir a Sua vontade. Ele nunca nos obrigará a fazer nada contrário à Sua santa Lei.
Ao esperar Moisés, Josué adorou a Deus. O Senhor impressionou-lhe o coração também com fé e coragem. Josué percebeu que Moisés precisava de ajuda ao administrar o povo e sentiu o chamado; o chamado de Deus para auxiliar Moisés em tudo que estivesse ao seu alcance. Quem sabe tenha sentido também que um dia Deus o chamaria para realizar um trabalho especial por Seu povo. Esperar quarenta dias por Moisés sair da nuvem foi sem dúvida um teste para Josué. Ele percebeu que Deus o havia escolhido para suportar o teste de paciência e espera.
Ao fim dos quarenta dias, Moisés saiu da nuvem carregando as duas tábuas de pedra contendo a Lei de Deus. Josué ficou impressionado. Que tesouro maravilhoso Moisés carregava nos braços! Moisés também trouxe consigo todas as instruções para a construção do tabernáculo e para a instituição de suas cerimônias e rituais. Josué estava ansioso para ouvir tudo o que tinha acontecido, mas uma luz irradiava da face de Moisés e Josué mal podia olhar para ele. Josué sentiu-se maravilhado por estar na presença de um homem que havia estado na presença de Deus e conversado com Ele face a face. Que grande privilégio deve ter sido para Josué.
Ao descerem o monte, sem dúvida os dois tinham muito que conversar. Moisés começou a explicar tudo o que Deus havia lhe dito. Ao se aproximarem do final da jornada, ouviram o barulho vindo do acampamento. Josué, sendo um guerreiro, naturalmente pensou que se tratava do som de guerra. Êxodo, capítulo 22, verso 17, diz: “Ouvindo Josué a voz do povo que gritava, disse a Moisés: Há alarido de guerra no arraial.” Percebe? Josué não sabia que Deus havia alertado Moisés que o povo havia se corrompido. Josué ainda era ingênuo, mas Moisés logo o informou do que estava ocorrendo.
Josué testemunhou horrorizado Moisés quebrar as tábuas dos Dez Mandamentos. Observou Moisés lidar com a apostasia. Viu Moisés confrontar Arão e percebeu a maneira que Arão tentou desculpar a sua atitude. Foi testemunha da punição do povo por sua perversidade. E sem dúvida ficou profundamente impressionado com a misericórdia e paciência de Deus. Ficou também impressionado com Moisés e a maneira madura e espiritual de lidar com o problema.
Note algo mais sobre Josué. Êxodo 33:7-9 nos diz que até que o tabernáculo pudesse ser construído ao centro do acampamento, Moisés deveria erigir um tabernáculo temporário fora do arraial. Ali seria o seu lugar de encontro com Deus. Josué recebeu permissão para acompanhá-lo.
O verso 9 nos diz que quando Moisés (e também Josué) entrava no tabernáculo temporário para conversar com Deus, “descia a coluna de nuvem e punha-se à porta da tenda.” Preste atenção agora no verso 11. Assim que Moisés terminava de conversar com Deus face a face, a Bíblia diz que “voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda”.
Impressionante! Josué não se apartava do tabernáculo. Estava tão sedento de Deus que desejava mais! Permanecia ali para receber uma bênção extra. Anelava por Deus. Almejava conversar com Deus face a face também!
Aqui se encontra algo muito especial a respeito de Josué. Esse jovem abriu seu coração a Deus. E Deus notou seu desejo. Moisés também e registrou isso para o nosso benefício. Moisés queria que soubéssemos a profundeza do desejo de Josué de ter a Deus como um Amigo. Josué desejava aprender a confiar em Deus assim como Moisés.
Que lição! Você também tem esse desejo ardente? Ou apenas faz a sua devoção apressadamente e não se demora em Sua presença? Amigo, você deve demorar-se no tabernáculo, se deseja conhecer Deus. O tabernáculo é aquele lugar escolhido por você para estudar e orar. Esse é o seu lugar de encontro com Deus.
Ao aproximar-se o povo de Israel das fronteiras de Canaã, Moisés recebeu permissão de Deus para espiar a terra. Doze líderes foram escolhidos, incluindo Josué e Calebe. Na verdade, foi nessa ocasião que Josué recebeu esse nome. Seu nome original era Oséias (ver Números 13:16). Nas referências anteriores a Josué, filho de Num, vemos que Moisés utilizou seu nome espiritual ao escrever o relato bíblico. Esse novo nome significa Jeová é Salvação. Também é o equivalente hebraico para Jesus.
Na ocasião em que os espias retornaram de sua missão, havia um relatório bom e outro ruim. Número 13:27 registra o que os espias disseram: “Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela.”
A princípio o povo ficou maravilhado com as boas notícias e estava pronto para sair e conquistar Canaã naquele instante. Mas os espias também tinham uma má notícia, e o entusiasmo do povo transformou-se em amargura e tristeza. O povo simplesmente não tinha fé.
Nos versos 28 e 29, lemos: “O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, mui grandes e fortificadas; também vimos ali os filhos de Anaque. Os amalequitas habitam na terra do Neguebe; os heteus, os jebuseus e os amorreus habitam na montanha; os cananeus habitam ao pé do mar e pela ribeira do Jordão.”
Leiamos o verso 30 em diante: “Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés e disse: ‘Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela.’ Porém os homens que com ele tinham subido disseram: ‘Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.’ E, diante dos filhos de Israel, infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: ‘A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra que devora os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Anaque são descendentes de gigantes), e éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos.’”
Como os homens podiam ser de grande estatura, de fato gigantes, se a terra devorava seus moradores? Esse relatório não era apenas contraditório, mas mentiroso.
Assim que o povo começou a murmurar contra Deus e contra Moisés, Josué não aguentou mais. Não conseguiu mais se segurar. O zelo que tinha pela honra de Deus o motivou a agir.
Ouça o que diz Números 14 do verso 1 em diante: “Levantou-se, pois, toda a congregação e gritou em voz alta; e o povo chorou aquela noite. Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: ‘Tomara tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo neste deserto! E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?’”
De fato, eles começaram a se organizar para voltar para o Egito. “E diziam uns aos outros: ‘Levantemos um capitão e voltemos para o Egito.’ Então, Moisés e Arão caíram sobre o seu rosto perante a congregação dos filhos de Israel.”
Josué, porém, não conseguiu aguentar mais. O zelo que tinha pela honra de Deus motivou Calebe e ele a tentarem intervir, mas a rebelião já tinha ido longe demais.
Ouça o que diz o verso 6 em diante: “E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: ‘A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o Senhor é conosco; não os temais.’ Apesar disso, toda a congregação disse que os apedrejassem; porém a glória do Senhor apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel.”
Por que será que quando Deus precisa de homens de coragem a maioria mostra-se covarde? Por que será que quando nossa fé é desafiada, murmuramos e reclamamos como se Deus tivesse nos causado prejuízo? Tenho notado em minha experiência de vida que isso geralmente acontece dessa forma. E a transigência resultante nunca leva à vitória. Já ouvi todos os tipos de desculpas como: “Essa cidade é secular demais, não podemos evangelizar aqui.” “Não podemos sair da cidade. É muito difícil. Há muitos obstáculos.” “O que Deus diz a respeito de os esportes serem uma espécie de idolatria não é compatível com a nossa época. É preciso promover as competições esportivas para ficarmos à altura das outras instituições.” “Não podemos cortar as músicas rock de nossas igrejas porque temos que manter a juventude envolvida.” “Não podemos fazer nada, pois não temos a companhia do pastor.” E, assim, há muitas e muitas outras desculpas. De alguma forma, pensamos que Deus não é capaz de operar milagres em prol de Sua igreja hoje. Ignoramos as Suas instruções. Seguimos o nosso próprio caminho em tantas áreas da vida que Deus não pode operar mais da maneira como gostaria.
É preciso coragem e fé, meu amigo, para viver por toda palavra que procede da boda de Deus. É preciso coragem e fé, meu amigo, para permanecer ao lado da verdade, mesmo que caia o céu. É preciso coragem e fé, meu amigo, para abandonar os programas de televisão e abrir a Bíblia.
Josué teve coragem de seguir o Senhor em tudo. Ouça o que diz Números 32:11 e 12: “Certamente, os varões que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, porquanto não perseveraram em seguir-Me, exceto Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, e Josué, filho de Num, porque perseveraram em seguir ao Senhor.”
Note que o registro celeste nos diz que Calebe e Josué entrariam em Canaã com vida porque perseveraram em seguir ao Senhor.
Se você deseja fazer parte dos 144 mil e entrar com vida na Canaã celestial, você precisa perseverar em seguir ao Senhor. Você não pode apenas seguir parcialmente ao Senhor. Deve seguir inteira e completamente ao Senhor em tudo. Talvez você seja acusado de fanatismo ou legalismo. Mas isso não é problema seu. Talvez você seja o único, mas mesmo assim deve continuar seguindo ao Senhor. Note que Josué e Calebe eram apenas dois de um grupo de doze. Na verdade, eles eram apenas dois em meio à nação inteira de Israel (além de Moisés). Nem mesmo Arão se pronunciou.
Chegamos agora ao capítulo 34 de Deuteronômio. Moisés recebeu instruções para subir o monte novamente. Desta vez, o monte Nebo, próximo ao Pisga, diz a Bíblia. Moisés estava prestes a morrer. Josué não teve permissão de acompanhá-lo. Sem dúvida, Josué sentiu que aquela seria a última vez que veria Moisés. Talvez até tenha o acompanhado até os limites do acampamento. Eles devem ter conversado por um bom tempo a respeito da bondade de Deus. Ali Josué despediu-se de Moisés com lágrimas escorrendo pela face. Que experiência de vida tiveram juntos! Josué sabia que era o escolhido de Moisés para ser o seu sucessor, mas dizer adeus talvez tenha sido a coisa mais difícil para Josué. Ele nunca mais veria o seu mentor e confidente. Seria deixado a lidar com a nação inteira de Israel sozinho. Certamente, Moisés lembrou-o de que teria Deus ao seu lado. Tudo o que precisava era de coragem e de fé para confiar na sabedoria de Deus.
Josué havia aprendido a confiar em Deus, mas nunca havia sido deixado sozinho na liderança com Deus. Sempre teve Moisés para aconselhá-lo. Sempre teve Moisés para fortalecê-lo. Moisés certamente o lembrou de que Deus estaria ao seu lado também.
O último adeus foi dito e Moisés afastou-se em direção ao monte. Moisés ainda tinha um último encontro secreto com Deus e para isso deveria “ficar lá” e “aquietar-se” para que o Senhor pudesse conversar com ele pela última vez. Josué ficou observando até que Moisés desaparecesse de vista e, então, voltou vagarosamente acampamento adentro.
Ao esforçar-se para subir o monte, Moisés certamente estava cheio de remorso por seu pecado. Talvez tenha derramado lágrimas ao suplicar o perdão de Deus. Deus ouviu a sua oração. Moisés foi perdoado. Mas ele não teria permissão para entrar na Canaã terrestre. Em vez disso, em breve entraria na Canaã celestial. Seria ressuscitado dos mortos pelo próprio Deus, em particular, em uma ressurreição secreta.
Ali, no alto do monte Nebo, Deus honrou o Seu humilde servo mais uma vez. Ouça as palavras de Deuteronômio 34:1 em diante: “E o Senhor lhe mostrou toda a terra de Gileade até Dã; e todo o Naftali, e a terra de Efraim, e Manassés; e toda a terra de Judá até ao mar ocidental; e o Neguebe e a campina do vale de Jericó, a cidade das Palmeiras, até Zoar. Disse-lhe o Senhor: ‘Esta é a terra que, sob juramento, prometi a Abraão, a Isaque e a Jacó, dizendo: à tua descendência a darei; Eu te faço vê-la com os próprios olhos; porém não irás para lá.’”
Preste atenção aos locais que Moisés viu. Israel ainda não tinha atravessado o rio Jordão. Ainda não tinha se espalhado pela terra de Canaã. Mas Moisés os viu espalhados. Você percebeu que a Bíblia utilizou os nomes hebraicos para denominar os lugares que eles nem tinham conquistado ainda? O que foi que Moisés viu, afinal? Moisés contemplou como seria a terra de Canaã sob a bênção de Deus. Ele contemplou a plenitude da beleza e a totalidade da promessa de Deus em uma visão gloriosa que deve ter inundado o seu coração de profunda alegria.
Em seguida, Deus tomou para si o fôlego de vida de Moisés e ele morreu ali no alto do monte. O verso 5 em diante diz: “Assim, morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, segundo a palavra do Senhor. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura. Tinha Moisés a idade de cento e vinte anos quando morreu; não se lhe escureceram os olhos, nem se lhe abateu o vigor. Os filhos de Israel prantearam Moisés por trinta dias, nas campinas de Moabe; então, se cumpriram os dias do pranto no luto por Moisés.”
Agora gostaria que você prestasse atenção no verso seguinte: “Josué, filho de Num, estava cheio do espírito de sabedoria, porquanto Moisés impôs sobre ele as mãos; assim, os filhos de Israel lhe deram ouvidos e fizeram como o Senhor ordenara a Moisés.”
Você percebeu? Moisés ordenou Josué para que ele assumisse o seu lugar e Deus o abençoou com o espírito de sabedoria. O Espírito de Deus repousou sobre Josué por ser ele temente a Deus, pois “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência” (Provérbios 9:10). Josué havia buscado esse conhecimento por toda a sua vida e agora havia finalmente recebido! Josué teve seu desejo atendido. Aprendeu a conhecer a voz de Deus. Desenvolveu o seu próprio segredo da vida com Deus. Conhecia a santidade de Deus. Conhecia Deus e Deus estava disposto a falar com ele face a face, assim como tinha falado com Moisés.
Ouça o que o Senhor disse a ele em Josué, capítulo 1, versos 1 a 5: “Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo: ‘Moisés, Meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que Eu dou aos filhos de Israel. Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como Eu prometi a Moisés. Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso limite. Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei.”
Que promessa! Josué aprendeu o segredo. Sabia que no momento em que Deus precisasse dele, deveria “ficar lá” e “aquietar-se” para que o Senhor pudesse falar-lhe. E foi isso o que fez. Deus claramente disse a Josué que seria com ele assim como havia sido com Moisés. E lembrou-o: “Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais. Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que Meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares.”
Josué conhecia a santidade da Lei, por isso as palavras de Deus foram especialmente significativas. “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.”
Amigo, se quisermos ser bem-sucedidos e atravessarmos o rio Jordão para a Terra Prometida, esse conselho serve para nós. Devemos meditar na Lei de Deus dia e noite. Devemos torná-la a nossa canção de júbilo. Devemos observá-la e fazer tudo o que está escrito nos Dez Mandamentos. Se almejamos a prosperidade espiritual, devemos buscá-la de todo o nosso coração. Esse deve ser o nosso estudo e prática.
Se assim o fizermos, a promessa dada a Josué se cumprirá em nós. “Não to mandei Eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.”
Amigo, Josué representa o povo de Deus nos últimos dias que serão fieis à Sua lei e à Sua voz em tudo. Sua meditação dia e noite será a Lei de Deus. Eles não colocarão nenhuma coisa injusta diante dos olhos (Salmo 101:3). Alcançarão uma experiência madura com Jesus Cristo e Ele garantirá que cada inimigo seja derrotado, cada tentação vencida, cada desafio superado através de Seu poder ilimitado.
Josué teve seu desejo realizado. Você quer ter a experiência de Josué? Então, faça o que Josué fez. Suba o monte e “fique lá” e “aquiete-se”. As palavras de despedida de Josué depois de a terra de Canaã ter sido conquista foram estas: “Escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” É essa a sua convicção hoje, meu amigo? Espero que sim. Trata-se do testemunho ressoante de um homem que almejou conhecer Deus face a face. E será o testemunho ressoante de todos que tiverem o privilégio de passar pelo tempo de angústia e ver Jesus voltar nas nuvens do céu.
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