Caminho de Emaús
Por Pastor Hal Mayer
Bem vindos ao Ministério Guarde a Fé. Obrigado por se unirem a mim na mensagem deste mês. Trago-lhes calorosas saudações do nosso escritório na Virgínia e do nosso ministério Highwood Health Retreat [Retiro de Saúde Highwood] na Austrália. Suas orações pelo nosso trabalho mundial são muito importantes para nós.
Estamos também gratos pelas suas doações de apoio à obra de Deus ao Ministério Guarde a Fé. Sua confiança no Guarde a Fé é muito encorajadora, e nos motiva a continuar apresentando a verdade direta, dando a mensagem clara que Deus tem para nós nestes últimos dias.
O Retiro de Saúde Highwood continua fazendo bem o trabalho de alcançar corações com o amor de Deus através dos métodos naturais de cura instruídos por Deus. Continuamos a ter experiências maravilhosas com nossos hóspedes. Estou esperançoso de que no próximo ano possamos providenciar um e-mail informativo para mantê-los atualizados dos pequenos milagres e histórias de como Deus muda a vida de nossos hóspedes através do Highwood. Então, se desejarem receber nossos e-mails, por favor nos informe.
Além disso, mandaremos uma carta mensal, com histórias sobre como Deus tem mudado a vida de nossos ouvintes através dos CDs pregadores do Guarde a Fé, a todos aqueles que enviarem uma doação. Gostaríamos de encorajá-los com o relato de alguém que pertence ao Ministério Guarde a Fé acerca do que tem acontecido por trás dos bastidores.
O impacto é tremendo. Para todo lugar que vou, encontro nossos ouvintes, os quais me contam o que Deus tem feito por eles à medida que aplicam as mensagens mensais dos CDs às suas vidas. “Não há nada como os sermões em CD do Guarde a Fé”, é o que me dizem. Então, obrigado pelos testemunhos encorajadores. Sintam-se à vontade para escrever-nos contando seu próprio testemunho do que Deus tem feito por vocês através do Guarde a Fé.
Talvez uma das histórias mais comoventes do Novo Testamento é a história de dois homens que não reconheceram a Cristo, embora tenham estado perto dEle com frequência, e tenham crido nEle de todo o coração. As lições desta história fascinante também apelam a nós, nos tempos do fim, para fazermos de Cristo nosso constante companheiro. Ao chegarmos ao final de 2012, olhe para trás, para os últimos doze meses, e tente ver se você manteve Cristo ao seu lado. Fazer de Cristo seu companheiro constante é talvez a coisa mais importante a ser feita nestes últimos dias.
Antes de começarmos, oremos. Nosso Pai celestial, hoje pedimos que o Teu Santo Espírito entre em nossos corações e nos ensine acerca de nossa necessidade de Cristo. Quantas vezes nos desviamos dEle para seguir nosso próprio caminho. Percorremos o caminho da vida, por vezes, em dor, às vezes com desânimo, e frequentemente sem Cristo. Hoje, entretanto, queremos saber como podemos conhecê-Lo como nosso companheiro dia após dia. Temos fome do Seu amor. Temos fome do Seu poder e temos fome dos Seus ensinamentos. De forma especial, mostra-nos na palavra de Deus como podemos ter a Sua presença, e como nossos corações podem queimar por dentro ao aprendermos mais e mais dEle. No nome precioso e santo de Jesus, amém.
Coloque-se no lugar dos discípulos de Jesus. Estavam absolutamente devastados pela crucifixão. Tinham nutrido as mais altas expectativas, particularmente após a entrada triunfal de Jesus uma semana antes. Imagine o entusiasmo e o poder daquele momento. Ali estava Cristo, pronto a proclamar-Se Rei, pensavam eles. Eis ali um homem com poderes sobrenaturais. Capaz de alimentar as multidões, capaz de transformar água em vinho, capaz de curar o enfermo, e até mesmo de ressuscitar o morto. Havia esperança por todos os lados. Eis ali Aquele que podia dar a Israel sucesso terreno. Ele disse até que o Reino do céu estava próximo. Se alguma vez houve um céu, era em Israel, assim pensavam.
Porém, todas as suas esperanças foram esmagadas. Enorme foi a decepção. Estavam inconsolados. Ao invés de proclamar-Se Rei, Jesus na verdade permitira ser levado como prisioneiro, amarrado e açoitado. Lançado de um malévolo juiz a outro, foi ferido, esmurrado, zombado, judiado e, finalmente, punido pelo que não fez em uma daquelas cruzes cruéis pelas quais os Romanos eram famosos.
Os discípulos não haviam percebido que o propósito do plano da salvação consistia em Jesus, o Filho de Deus, levar a culpa daquilo que não cometeu. Nossos pecados, para os quais houve arrependimento, também foram pendurados naquela cruz. Os discípulos não entenderam. Ainda pensavam de forma terrena, enquanto Jesus estava falando sobre coisas celestiais.
Agora, depois do sábado, a esmagadora derrota da sexta-feira ocupava suas mentes de forma especial. Passara a Páscoa, a pior Páscoa que já tinham experimentado. Dois dos discípulos de Jesus determinaram-se a ir para casa, em Emaús, que ficava a cerca de doze quilômetros de Jerusalém pela estrada. Esta jornada normalmente levava de duas a três horas.
Cleopas e seu companheiro não faziam parte do grupo dos doze discípulos mais próximos, mas eram certamente seguidores ardentes de Jesus e O amavam muito. Talvez até mesmo testemunharam a crucifixão chocante de Jesus e demoraram-se em Jerusalém no sábado, chorando a perda do amado Senhor. No domingo à noite, estavam finalmente indo para casa, tristes, decepcionados e desencorajados. Talvez tivessem compromissos na segunda-feira de manhã e não podiam ficar mais tempo em Jerusalém. Tinham que ir para casa, retomar a vida e seguir em frente.
Os dois tinham uma boa e longa caminhada para Emaús, o que seria uma boa oportunidade para relembrar as grandes bênçãos que Cristo trouxera a eles e a promessa de que ressuscitaria. Mas não foi o caso. Estavam desanimados. Estavam terrivelmente decepcionados, com um peso no coração, e começaram a dolorosa jornada a Emaús. O ocorrido de sexta-feira em Jerusalém os confundira e perturbara grandemente. Seu Senhor fora deles tirado e a dor era profunda. Não haviam compreendido Suas palavras de garantia de que a crucifixão era parte do plano da salvação da raça humana.
Eles ouviram que alguém tinha levado o corpo de Cristo do túmulo de José de Arimateia, e ouviram também acerca das mulheres que disseram ter visto anjos e encontraram-se com Jesus. Porém, estavam completamente desalentados, pois esperavam por algo completamente diferente. Estavam também envergonhados. Afinal de contas, haviam orgulhosamente anunciado a outros que Jesus era o Cristo e que Este restauraria a prosperidade temporal de Israel. Agora, todos iriam ridicularizá-los por acreditarem em uma mentira e por serem enganados por mais um impostor. E agora? “O que faremos?”, certamente perguntaram-se: “Esperávamos que fosse Ele quem havia de remir Israel. Como pôde Ele haver falhado conosco?”.
Você se sente assim às vezes? Você às vezes pensa que Deus falhou com você, que o abandonou? Você às vezes pensa que não há ninguém a quem recorrer? Talvez esta mensagem seja especialmente para você, pois foi assim que se sentiram.
Geralmente ficamos decepcionados por termos falsas expectativas acerca dos outros, e quando estas não se cumprem, achamos que falharam conosco. Isso acontece com frequência entre nós, seres humanos, mas também pode ocorrer em nossa experiência com Deus. Quem sabe, como estes discípulos, esperamos que Deus faça algo por nós, e Ele não faz, ou faz exatamente o oposto. Nossas esperanças esmorecem, nossas ambições se frustram, e culpamos a Deus. Nem mesmo suspeitamos que, ao nos decepcionar, Deus faz exatamente aquilo que é mais importante para nós.
Mal compreendiam estes discípulos que Cristo abrira uma fonte eterna de perdão, amor e salvação que não podia mais ser fechada. Pensavam que Seu ministério havia terminado.
Cleopas e seu amigo estavam voltando para casa para pensarem e orarem, a fim de encontrar solução para aquela dor e decepção. Quem sabe queriam se esconder de todos os olhares de zombaria. Provavelmente queriam evitar os olhares condescendentes daqueles que recentemente souberam que os dois eram discípulos de Jesus. Estavam desanimados, e agora tinham que caminhar sobre o duro e pedregoso caminho de Emaús.
Não é assim que acontece muitas vezes na nossa vida? Quando estamos decepcionados ou desanimados, o caminho parece duro e difícil. É muito mais fácil quando estamos felizes e contentes. Dor e desânimo tornam a vida difícil e cansativa.
Ao andarem pela difícil trilha rochosa, falavam sobre os difíceis momentos que tinham acabado de passar em Jerusalém. Falavam sobre o julgamento e a crucifixão de Cristo, e sobre como suas expectativas foram destruídas. Ao assim fazerem, o desânimo aumentava. “Destituídos de esperança e de fé, caminhavam à sombra da cruz.” O Desejado de Todas as Nações, p. 795.
Logo, um estranho uniu-se a eles. Não prestaram muita atenção nEle. Presumiam que era apenas outro peregrino voltando da Páscoa. Melancolia e desânimo eram as únicas coisas em suas mentes. A virada chocante dos acontecimentos era tão esmagadora que eles expressaram abertamente a dor e o desânimo destituído de fé na frente deste estranho. Lutavam para entender como um homem com tais poderes, tal amor, podia permitir-se tamanha humilhação? Como Esse poderia ser o Cristo? Cristo ensinara-lhes muitas lições maravilhosas, mas para quê serviam agora?
As Escrituras dizem: “Mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram.” Lucas 24:16. O desânimo diminui a capacidade de pensar de forma clara, escurece os sentidos e faz com que você deixe passar pistas importantes por não conseguir ser objetivo. Se você ficar se enlameando no desânimo, este o impedirá de vencer as menores dificuldades, e ficará preso na rotina de sempre. Sua autopreocupação bloqueia pensamentos positivos, e não é possível encontrar uma saída. Olhando para Cristo, pensaram que era apenas mais um dentre centenas de estrangeiros que viajavam por aquela estrada naquele dia.
Amavam tanto a Cristo, mas Cristo não estava mais com eles. Lágrimas corriam pelo rosto, dificultando que vissem para onde estavam indo. Andavam e tropeçavam, andavam e tropeçavam, levando a pesada carga de dor.
Cristo deles teve compaixão. Queria encorajá-los. Conhecia-lhes o pesar. Era como se a luz tivesse se apagado e os deixado completamente desencorajados. Porém, Ele sabia que, revelando a Si mesmo naquele instante, ficariam tão cheios de alegria que perderiam as lições mais importantes que precisavam aprender – como entender as profecias da Bíblia e a missão de Cristo.
Lucas 24:17 nos mostra as palavras de Jesus a eles: “E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós”, perguntou, “e por que estais tristes?”.
Então Cleopas disse-lhe: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não soube das coisas que nela têm sucedido nestes dias?”. Achavam incrível que este homem, que aparentemente vinha de Jerusalém, fosse ignorante acerca dos eventos drásticos e culminantes que consumiram as atenções e tinham sacudido toda Jerusalém nos últimos dias. Estes eventos eram conhecidos de qualquer um que tivesse estado lá durante o fim de semana. Como poderia ele estar tão desinformado? Afinal de contas, o que os líderes fizeram a Jesus ficou bastante conhecido.
“Este Homem”, responderam, “que foi profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo”; mas “os principais sacerdotes e as nossas autoridades O entregaram para ser condenado à morte, e O crucificaram”. Eles viam claramente que foram os líderes da igreja quem O condenaram e O crucificaram, não os romanos. Podiam ver que foi uma questão política interna que havia motivado as acusações contra Cristo. Os líderes não podiam tolerar alguém que não apoiava a eles nem seus ensinamentos, e que não trabalhasse de acordo com seus planos e sob a sua aprovação.
Então, expressaram o verdadeiro fardo sobre seus corações: “Esperávamos que fosse Ele quem havia de remir Israel.” Exatamente quem pensavam que iria quebrar o jugo do governo romano sobre Israel; exatamente quem esperavam estabelecer um reino eterno na Terra, tinha sido tirado deles. Ele tinha poder para impedi-los, mas permitiu que O maltratassem e destruíssem. “Esperávamos,” disseram, “pois críamos nEle”. Ele era nosso profeta.” “Esperávamos,” disseram, “porque agora, todas as nossas esperanças foram frustradas.” “Esperávamos,” disseram, “e nossa decepção é, de fato, muito grande”. “Poderíamos ter nos enganado? Poderíamos ter depositado nossa confiança no lugar errado?”. “Estávamos convencidos de que Ele era mais que um profeta, mas por causa do que aconteceu, não temos mais certeza.”
“Porém, esperávamos que fosse Ele quem havia de remir Israel…”. Obviamente, eles achavam que isso significava livramento dos romanos.
Todavia, não tinham perdido toda a esperança. Havia rumores de que Cristo ressuscitara do sepulcro. Eis o que disseram em Lucas 24:22-24. “Verdade é, também, que algumas mulheres do nosso meio nos encheram de espanto; pois foram de madrugada ao sepulcro e, não achando o corpo dele voltaram, declarando que tinham tido uma visão de anjos que diziam estar ele vivo.”
Portanto, algumas das mulheres dentre os discípulos disseram tê-Lo visto, e que também tiveram uma visão com anjos. Porém, sabe como é. Às vezes as pessoas, quando em dor, veem coisas que normalmente não veriam por estarem com a mente exausta. Além disso, outros, provavelmente Pedro e João, os quais também foram rapidamente ao sepulcro, confirmaram apenas parte da história. Assim, estavam incertos quanto aos rumores serem verdadeiros ou não. Obviamente não foram convencidos pelos relatos.
Estes discípulos, como todos os outros, não se lembravam das próprias palavras de Cristo. Jesus predissera a própria morte e ressurreição, mas eles tinham focado somente nas próprias concepções erradas acerca do Messias. Era para Ele ter vindo em poder e grande glória para destruir os inimigos de Israel e estabelecer um reino eterno. “O Filho do homem,” disse Ele, “será entregue nas mãos dos homens, que o matarão; e morto Ele, depois de três dias ressurgirá.”
Conheciam as profecias de Daniel, quando decifrou a Nabucodonosor a imagem que vira em sonho. Mas a compreenderam mal. Sabiam que o reino representado pelas pernas de ferro era o Império Romano. Para eles, os pés de ferro e barro podiam representar facilmente o estado atual das atividades dentro do império. Apesar de tudo, houve várias revoltas, discórdias e conflitos que podiam facilmente representar aqueles pés de ferro e barro. Achavam que o Messias estava para vir em poder e grande glória como uma rocha esmagadora que pulverizaria a grande imagem e tudo que esta representava. Jesus era Aquele que podia fazer isso aos Romanos. Ninguém poderia resisti-lo. Não esperavam que as coisas iriam se arrastar durante mais dois milênios.
Não podiam compreender que Cristo estava esperando para ser crucificado. Sim, eles ouviram as Suas palavras, mas não as assimilaram. Na verdade, as palavras de Cristo eram tão inaceitáveis para eles, que simplesmente as puseram de lado como se não fossem verdadeiras e não pudessem ser precisas.
Eles também se esqueceram da parte em que Cristo disse que ressuscitaria ao terceiro dia. Só conseguiam pensar na derrota de seus planos, ambições e esperanças.
Os sacerdotes e líderes não tinham se esquecido das palavras de Jesus acerca de Sua ressurreição. Mateus 27:62 e 63 nos diz que mesmo sendo sábado, foram até Pilatos e pediram-lhe para selar o sepulcro e colocar guardas armados ao redor. Indicaram que os discípulos poderiam roubar o corpo e enganar o povo, dizendo que Cristo ressuscitara. Os líderes do povo e da igreja, de fato, acreditaram em Suas palavras e ficaram com medo de que Ele realmente ressuscitasse dos mortos. Não creram para a salvação, mas creram.
Ouçam o que disseram a Pilatos: “No dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e, dirigindo-se a Pilatos, disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubem e depois digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e será o último embuste pior que o primeiro.”
O ódio dos líderes da igreja por Cristo era tão forte que estavam dispostos a até mesmo transgredirem o sábado e irem a Pilatos, para garantir que Cristo fosse impedido de sair do sepulcro.
Vejam, meus amigos, é fácil para nós compreendermos mal as coisas e moldarmos tudo de acordo com nossas ideias pré-concebidas. E os discípulos, de certa forma, acreditavam que os falsos princípios proféticos apresentados pelos fariseus e por outros teólogos estavam corretos. Afinal de contas, haviam estudado teologia e possuíam todos os diplomas. Quem poderia argumentar contra eles?
Ao longo de Seu ministério, Cristo apresentou claramente a eles os sofismas dos ensinamentos dos líderes. Ele foi bem franco no tocante à Sua missão de minar seus falsos ensinamentos, e tudo quanto fazia era planejado para derrubar a lealdade do povo a estes ensinos e trazê-los novamente à Bíblia.
Não é isso que Cristo planeja fazer hoje? Muitas pessoas estão mergulhadas nas interpretações e ensinamentos tradicionais que não são capazes de ver ou de entender a Bíblia. Pensam que os teólogos e os ministros por profissão têm as respostas corretas, de forma que simplesmente aceitam o que dizem sem questionar. Entretanto, seus líderes religiosos frequentemente os desencaminham, levando-os a pensar que a Bíblia não é fidedigna, e que é apenas um livro de histórias com boas morais. Ou sugerem que se pode escolher em que querem crer, e que nem toda a escritura é confiável.
Portanto, Cristo permite que decepções venham a nós, assim como permitiu a Seus discípulos, para que sejamos sacudidos pela realidade e para aprendermos a ter conceitos claros acerca de Seus planos. Suspeito que haverá outro grande desapontamento entre o povo de Deus nestes últimos dias. Quem sabe o povo, sistemas e estruturas que são autoconfiantes entrarão um dia em colapso, ficando chocados e desapontados. Muitos pensam que eventos vão se desenrolar de uma certa forma, e que organizações e entidades serão impedidas de serem manipuladas por Satanás. Mas não é assim. É evidentemente óbvio para aqueles que querem enxergar, que as coisas não estão indo como deveriam. Deus não se agrada quando homens usam sua influência para apoiar e defender o status quo, deixando reformas espirituais necessárias para a próxima geração.
Frequentemente quando falamos sobre reforma hoje, pensamos em mudanças em geral. Mas muitas vezes as reformas tendem a ir na direção oposta do plano de Deus. Deixamos a regeneração espiritual para outros fazerem em outra hora. Ficamos satisfeitos e felizes com nossas ideias falsas e vivemos para agradarmos a nós mesmos.
Mas Cristo encontrou uma forma de inspirar coragem e fé nas profecias enquanto caminhava para Emaús com os dois discípulos. Tentou mostrá-los que o que consideravam derrota era, na realidade, uma poderosa vitória. Muitas vezes é assim na vida, meus amigos. Experimentamos aquilo que achamos ser uma derrota, mas é a forma de Deus nos trazer à vitória. Frequentemente Ele usa circunstâncias negativas para nos fazer avançar espiritualmente. Ele até usa nossas falhas e tropeços para guiar-nos à vitória.
Cristo falou sobre Si mesmo na terceira pessoa: “Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram! Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?” Isso se encontra em Lucas 24:25, 26.
“Quem é este?”, pensaram. “Como pode entender nossa dor? Como pode falar a nós de forma tão ardente e esperançosa?” Começaram então a sentir esperança, como se houvesse um propósito oculto para todos os eventos que ocorreram na sexta-feira. Eles olhavam para o estranho e perguntavam-se a razão deste homem falar o mesmo tipo de palavras que Jesus teria falado. Mas eles não O reconheceram, pois pensavam que estivesse morto.
Quantos de nós hoje não reconhecemos a providência de nosso amável Salvador, pelo fato de estarmos decepcionados e faltar-nos a fé em Seu amor e Suas promessas. Atribuímos pouquíssimo poder a Ele. Nós O tratamos como se estivesse morto para nós, ou pelo menos, não interessado em nós. Não vivemos em Seu amor e, portanto, não possuímos Seu poder em nossas vidas.
Os discípulos estavam impressionados, e seus corações foram confortados pelas Suas palavras. “Começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que dEle se achava em todas as Escrituras.”
Imagine só ter um estudo bíblico destes com o próprio Cristo! Que emocionante seria! Você terá o mesmo tipo de experiência, sabe, se entregar a vida a Cristo agora. Se você começar a estudar a Bíblia seriamente, Cristo entrará em seu quarto, assim como apareceu àqueles dois discípulos no caminho de Emaús, e expôs “o que dEle se achava em todas as Escrituras.” Não é Cristo o tema de toda a Bíblia? Se você estudar a Bíblia, estará estudando sobre Cristo. Ao ler e estudar a Bíblia, tente encontrar a forma pela qual cada versículo se liga a Cristo; Sua vontade, Sua lei, Sua vida ou Sua salvação. Então encontre meios de aplicar os princípios à sua vida. Todo versículo das Escrituras, de alguma forma, revela para nós algo acerca de Cristo. Há poder na palavra de Deus; ela irá mudar e moldar você.
Cristo promete enviar o Espírito Santo para nos ensinar. Se você tiver o Espírito Santo, terá um estudo bíblico como nenhum outro. Este estudo irá inspirá-lo, movê-lo e motivá-lo. A vida toda de Cristo foi dedicada a levar o povo a ler e entender as escrituras. Ele teve que minar os ensinamentos dos rabis para que o povo pudesse entender as escrituras. Imagine! Embora tenha sido difícil, Ele o fez fielmente.
Que textos você acha que Cristo utilizou para explicar o real plano da salvação a estas duas almas desoladas?
E aquele de Gênesis 3:15? “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Cristo foi ferido por nossas transgressões, mas foi vitorioso contra Satanás, cujo fim é agora garantido devido a isso.
Quem sabe tenha mostrado a eles Êxodo 12:5, sobre como o cordeiro imaculado representava o perfeito sacrifício que Cristo faria por nossos pecados. “O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano…” Esta era uma representação da perfeição do caráter de Cristo.
Talvez mostrou-lhes Números 21:9 “Fez, pois, Moisés uma serpente de bronze, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de bronze, vivia.” A serpente representa o pecado. Todos nós fomos “picados” pelo pecado, e morreremos eternamente, a menos que tenhamos salvação. Mas Cristo tornou-se pecado por nós e foi crucificado em uma haste, uma cruz, a fim de que nós também pudéssemos olhar para Ele e viver. Isto sem dúvida fez muito sentido aos dois homens.
O que dizer sobre como o sofrimento de Jesus se cumpriu com as palavras do Salmo 22:1 “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?”
Ou sobre a forma que os líderes judaicos, por meio de zombarias, cumpriram as palavras do versículo oito, que diz “Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer.” (Veja também Mateus 27:43).
Ou o versículo dezesseis: “Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés.” Com certeza, um ajuntamento de malfeitores — sacerdotes e líderes — o cercaram e prenderam. E uniram-se à nação ímpia, pedindo a esta que consumasse a Sua morte. Também será assim no fim dos tempos com os seguidores de Cristo. Os ímpios, incluindo muitos que professam ser cristãos, cercarão o povo de Deus e buscarão destruí-los por guardarem a santa lei de Deus.
E então, no versículo 18 do Salmo 22, o qual profetizou: “Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes.”
Você consegue imaginar o espanto dos discípulos ao discernirem o significado destas palavras proféticas das Santas Escrituras, aplicando-se diretamente à cruz de Cristo? Foi como se fortes raios de luz tivessem entrado em suas mentes, e viram a Jesus, seu Mestre, como nunca antes. Muitas vezes é após o ocorrido que nos damos conta do significado das coisas que acontecem conosco, não é?
Eis aqui outro versículo que Ele possa ter usado. Isaías 7:14 diz: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” Emanuel significa “Deus conosco.” Deus veio em carne humana para unir-Se com a raça humana caída para sempre, para que pudesse experimentar nossos sofrimentos, suportar nossas tentações e, finalmente, obter vitória sobre o maligno. Há poder nestas palavras, e Cristo as trouxe à mente desses dois queridos irmãos.
Tem também Isaías 50:6, “As minhas costas ofereci aos que me feriam, e a minha face aos que me arrancavam os cabelos; não escondi a minha face dos que me afrontavam e me cuspiam.” Isto foi precisamente cumprido.
Considerem Zacarias 9:9, que diz: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta.” Novamente, isto foi cumprido exatamente.
E todo o capítulo 53 de Isaías: “Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores… Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido… mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós… como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca.”
Sem dúvida, Cleopas e seu amigo ficaram impressionados com a clara apresentação acerca de quão precisamente as profecias de Cristo foram cumpridas ao pé da letra. Seus corações foram tocados pelo amor de Deus e pelos detalhes apresentados nas Escrituras acerca do propósito da morte de Jesus naquela cruz cruel.
O que dizer de Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” Cristo mostrou-lhes que este seria o resultado do Seu sacrifício. Todo o universo ficaria em paz, sob a liderança do Príncipe da Paz.
Jamais deve ter havido algum estudo bíblico melhor do que aquele. Essas palavras tocaram profundamente esses homens, e eles se deram conta de que Cristo era verdadeiramente o Messias, e que cumprira todos os detalhes. Mais importante ainda, agora compreendiam porque Ele teve que sofrer. Cristo foi, realmente, Aquele que iria remir Israel, não dos governantes temporais, mas de seu governante espiritual, Satanás. Cristo veio estabelecer um reino espiritual. Agora compreendiam isso. Agora as escrituras tinham vida para eles. Não estavam mais na escuridão. Todos os textos do Antigo Testamento apontavam ao Messias. Viram que Jesus era o foco deles. Jesus era seu Senhor e Salvador.
Se Cristo tivesse se revelado logo no início, ficariam tão felizes a ponto de não apreciarem tão plenamente as verdades compartilhadas por Ele. Teriam ficado satisfeitos, e provavelmente não teriam se lembrado das importantes lições que Ele agora os fazia compreender. Não teriam tido mais fome da Sua palavra. Cristo os conduziu às escrituras. Através das Suas palavras, crescia a fome por mais da palavra de Deus. Para eles era importante ver como as profecias messiânicas, os eventos históricos e os ritos sagrados aplicavam-se a Cristo e a eles mesmos. Desejava que compreendessem as escrituras, para que pudessem entender Sua missão. Cristo sabia que se sua fé não estivesse enraizada nas escrituras, não permaneceriam firmes quando as tempestades de dúvidas viessem sobre eles.
O mesmo é verdade nos últimos dias. O povo de Deus precisa ver como as profecias se aplicam ao próprio tempo em que vivemos, e como elas nos conduzem a Cristo. Já houve pessoas que algumas vezes me disseram que a aplicação das profecias é deprimente. Mas o fato é que estas coisas, que parecem deprimentes, são exatamente as que revelam que estamos próximos da vinda de nosso Senhor e Salvador em nuvens de glória. Afinal de contas, as palavras de Jesus em Mateus 24 pareciam deprimentes aos discípulos. Você sabe, todas aquelas guerras e rumores de guerras, pestes, fomes, terremotos e outros sinais dos tempos. Ele então acrescentou que essas coisas são apenas o princípio das dores. Ora, isso é deprimente. Mas Ele tinha mais a dizer. Também falou sobre o grande tempo de angústia: “Porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.” Isso também é deprimente (versículo 21). Ele falou sobre falsos Cristos, falsos profetas e grandes iniquidades e abominações. Ah! Isso é deprimente.
Mas o que Ele estava realmente dizendo? Cristo estava dizendo que estas coisas precisam acontecer, e está nos advertindo acerca delas para que estejamos preparados para elas mental e fisicamente. Ele quer que sobrevivamos ao tempo de angústia tal qual nunca houve. Não está tentando nos deprimir; mas, sim, dar-nos alegria pela nossa redenção que se aproxima. Quer que tenhamos felicidade em meio a todas estas notícias deprimentes.
Ao longo da história, os seguidores de Cristo tiveram que sofrer abuso, perda e privação. São chamados a sacrificarem-se e abnegarem-se. Este é o caminho da felicidade. Não é deprimente. É o caminho da vida, da vida eterna. Portanto, quando as decepções vierem, quando as expectativas não forem alcançadas, e quando você pensar que está abandonado e só, essa é a hora de regozijar-se. Essa é a hora de começar a cantar. Essa é a hora de pensar em nosso lar celestial, onde Cristo está preparando um lugar para vivermos com Ele eternamente.
Não se entregue à depressão ao pensar nas dificuldades dos tempos do fim. Pense no seu significado. Somos muitas vezes como os discípulos. Olhamos somente para o temporal. Vemos apenas tristeza e tragédia. Vemos somente a dor, a doença e as cenas deprimentes ao nosso redor. Mas Deus quer que entendamos que tudo isso é resultado do pecado, e pelo amor de muitos se esfriar, e o pecado abundar, percebemos que a Sua volta está mais próxima do que quando cremos pela primeira vez. Estamos quase lá. Não percam a esperança. Não percam a fé. Não percam a coragem. Esta é a mensagem dEle para nós.
Nossa fé pode estar firmemente fundamentada nas Escrituras Sagradas. Podemos ser encorajados por elas, fortalecidos por elas e cheios do poder delas. É nossa primeira e a mais importante obra, encontrar na palavra de Deus as explicações e perspectivas necessárias para navegar sobre as circunstâncias desencorajadoras ao nosso redor. Hoje, a maioria das pessoas está lidando com essas coisas terríveis sem a Bíblia para indicar-lhes o caminho. Não têm esperança.
Os discípulos olharam para as circunstâncias desencorajadoras da morte de Cristo como se fosse o fim de todas as suas esperanças. Mas então Jesus mostrou-lhes, a partir das profecias das escrituras, que tudo isso fora predito acerca do Messias. Passaram então a enxergar o assunto de uma forma nova e poderosa. Mostrou-lhes que estas profecias do Messias sofredor eram, na verdade, a evidência mais forte de sua fé nEle. Mostrou-lhes que não precisavam perder a fé e a coragem, mas que agora possuíam algo muito melhor do que a mera presença de Cristo. Possuíam agora a vitória sobre o maligno.
Pelas escrituras, Cristo mostrou a estes discípulos Sua missão como ser humano. Mostrou-lhes que as ambições humanas de se ter um Messias que tomaria posse de um reino e um poder monárquico estavam equivocadas. E hoje Jesus quer que entendamos que frequentemente nossos próprios desejos não são para nosso maior bem, e muitas vezes Ele tem que nos decepcionar para que possamos entender o verdadeiro Jesus. Frequentemente pintamos um falso Cristo em nossas mentes. Muitas vezes pensamos falsamente que, se somos cristãos, teremos prosperidade nas coisas terrenas e temporais. Porém, este é o mesmo tipo de pensamento que os discípulos tinham. Queriam um Messias que satisfizesse seus desejos carnais. Cristo sabe que pelo desapontamento de nossas ambições e desejos humanos, estaremos muitas vezes mais abertos a ouvir Sua voz.
Ao explicar todas as coisas acerca de Si mesmo aos discípulos pelas escrituras, Cristo usou as profecias do Antigo Testamento para ajudá-los a entender quem Ele realmente era. Da mesma forma hoje, as profecias da Bíblia abrem diante de nós a verdadeira natureza da obra do Espírito Santo, e as questões do grande conflito entre Cristo e Satanás, que nos ajudarão a passar pela crise que está para vir sobre o mundo, especialmente sobre o povo de Deus.
“Ensinando esses discípulos, mostrou Jesus a importância do Antigo Testamento como testemunha de Sua missão. Muitos professos cristãos desprezam hoje aquela porção das Escrituras, pretendendo não ter mais utilidade. Não é isto, porém, ensino de Cristo. Tão alto o estimava, que disse certa vez: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Lucas. 16:31. Isto está em O Desejado de Todas as Nações, p. 799.
Nenhuma das palavras de Deus, meus amigos, pode ser negligenciada. Todas elas fazem parte de Sua expressa vontade para nossas vidas. Alguns dizem que o Antigo Testamento não possui mais qualquer significado. Outros dizem que nem tudo no Novo Testamento pode ser aplicado aos nossos dias, e que a cultura local da época que o mesmo fora escrito pelos apóstolos é diferente da nossa. Ainda outros acreditam que a própria Bíblia não é hoje fidedigna. Não é isto, porém, o que Cristo ensina. Cristo chamava os discípulos continuamente de volta às escrituras e afastava-os das tradições humanas. É na Bíblia que Cristo é revelado desde o início de Gênesis ao fim do livro de Apocalipse.
Cristo explicou aos dois discípulos no caminho de Emaús que a ideia que tinham do Messias, O qual pensavam que tomaria o trono de Israel, restaurando-o à glória temporal, os enganara a ponto deles rejeitarem o sofrimento e a morte de Cristo. Não compreendiam que Cristo deixou a maior posição do universo para aqui ocupar a mais baixa possível. Isto é totalmente contrário à natureza humana. Mas o sacrifício próprio é a chave para o céu. Deus tinha que revelar à raça humana que Deus não é egoísta nem egocêntrico.
O que Cristo experimentou em Sua humilhação e vergonha foi exatamente o que as escrituras predisseram. Imagine ouvir Cristo contar Sua história e as razões de Seu cálice de sofrimento! Que lição deve ter sido! Podiam agora entender mais claramente o propósito da missão divina do Messias traçada desde antes da criação do mundo. E embora Cristo tenha morrido, assim como deve morrer todo pecador que permanece em seus pecados, não foi uma derrota. Foi uma vitória grandiosa e eterna.
Agora, os dois discípulos caminhavam como se tivessem molas sob os pés. As lágrimas secaram. O coração agora queimava com amor e admiração pelo grandioso sacrifício de Cristo por um mundo caído. Havia muito em jogo na morte e ressurreição de Cristo. E isso envolve não somente a salvação da raça humana, como também a segurança eterna do universo. Se Cristo tivesse cedido a uma única tentação de Satanás, o universo não estaria seguro. Haveria sempre uma perseverante suspeita de Deus.
Há mais uma coisa que Cristo disse aos discípulos no caminho de Emaús. Ao longo da conversa, Cristo falou-lhes acerca do futuro. Inevitavelmente teria falado sobre a destruição vindoura de Jerusalém. Isto teria novamente impactado o orgulho e a ambição de ambos, pois Jerusalém era o grande símbolo religioso deles. Tinham ainda outra ideia preconcebida acerca da organização da igreja. Pensavam que nada poderia acontecer a Jerusalém. Que nunca poderia ser derrubada. Os muros e as defesas eram invioláveis, pensavam. Todavia, semanas antes, Jesus já havia profetizado que Jerusalém seria destruída. Poderia então explicar-lhes o porquê. Jerusalém representava uma igreja que rejeitara ao Senhor da glória. Seu sistema não era mais um exemplo vivo do caminho da salvação. Cristo, o grande antítipo, tomara seu lugar. A eterna lei de Deus estava ainda em vigor. O Antigo Testamento era ainda uma fonte inspirada de instrução, sabedoria e autoridade. A única diferença era que o sistema típico já não era mais necessário. Este, foi tipificado por Cristo através de Sua vida e morte. Agora compreendiam mais claramente a cegueira e a oposição dos líderes da igreja. Conseguiam ver que Jerusalém não mais representava o lugar onde a presença de Deus habitaria. Ele deixou o templo, cuja destruição era certa.
Cristo não queria que Seu povo tivesse quaisquer surpresas. Portanto, disse tudo quanto precisavam saber. Revelou-lhes que uma nova igreja estava para surgir; uma igreja que Ele pudesse usar para proclamar a verdade presente para aquele tempo.
Mesmo assim, estes dois homens, Cleopas e seu amigo, não suspeitavam quem era este companheiro especial. Quantas vezes, meus amigos, estamos cegos para as realidades celestiais ao nosso redor. Quão cegos estamos para a providência de Deus. Pequenos contratempos aparecem, e rapidamente nos aborrecemos, reclamamos, e fechamos os olhos às Suas promessas, Sua providência e Seus propósitos. Na verdade, estamos reclamando de Deus, pois nada nos pode acontecer sem a permissão de Deus. Reclamamos e perdemos as bênçãos que Deus designou para nós. Estamos tão preocupados com nossas tristezas, dores e aflições que nos esquecemos que estamos sob o cuidado especial dAquele que nos ama mais do que podemos imaginar.
Se apenas pensássemos mais em Cristo, se pudéssemos somente nos lembrar de Sua providência, os pequenos desapontamentos e desânimos da vida seriam como a água que escorre pelo telhado e cai no chão. Tantas vezes não nos damos conta de que Cristo está bem ao nosso lado. Estamos cegos pelo nosso orgulho e respeito próprio, nossos desapontamentos e tristezas.
Quantas vezes Cristo foi a você em terceira pessoa, ou seja, na pessoa de alguma dor, de algum aborrecimento insignificante e de alguma decepção sem valor? Não seria maravilhoso se pudéssemos olhar para essas coisas como o meio de Deus de amadurecer nossa fé em Seu amor e poder?
Os dois discípulos supunham que o estranho estivera na grande festa, e que agora voltava para casa. Era tão cuidadoso quanto eles para evitar pisar nas duras pedras da estrada sinuosa e montanhosa. Às vezes até mesmo parava com eles para um breve descanso. Cristo não precisava tomar cuidado com pedras. Não precisava parar para descansar, mas Jesus demonstrou Sua simpatia e unidade com a humanidade vivendo entre nós e colocando-se em nossa humanidade; a qual tomou sobre Si, por toda a eternidade. Será um eternamente com a família humana. Ele entende as nossas tristezas. Entende as nossas decepções. Afinal de contas, quanta tristeza e decepção Ele sofreu?
Imagine estes dois homens, conversando com Aquele que em breve assumiria a Sua posição à destra do trono de Deus nos céus. Não se deram conta de que estavam conversando, como amigos, com Aquele perante O qual santos anjos prostram-se em grande humildade e adoração. Pouco compreendiam que, caminhando humildemente ao lado deles, estava Aquele que podia dizer: “É-me dado todo o poder no céu e na terra.” Mateus 28:18. Mal sabiam que o Rei dos reis e Senhor dos senhores estava respeitosamente explicando a Bíblia, a verdade mais sublime, na linguagem mais compreensível. A ordem seria, em breve, dada a todo o céu, para se prostrar em adoração diante do Vitorioso na batalha com Satanás. Mesmo assim, ali estava Ele, pacientemente explicando as profecias das escrituras a estes dois discípulos entristecidos. Sua prioridade não era a honra e a glória, mas a felicidade e o gozo de Seus seguidores na Terra.
E amigos, o mesmo acontece hoje. Quando você abre a palavra de Deus para estudar suas páginas sagradas, é o mesmo Cristo, quem se assenta à destra do Poder, através da ação do Espírito Santo, quem está mais uma vez pacientemente, ternamente, explicando as escrituras ao seu coração e à sua mente, ensinando-o acerca das coisas de Deus, acerca de Cristo e de Seu propósito para vocês nestes últimos dias. Ele hoje revela as profecias do futuro, assim como fez com os dois homens no caminho de Emaús.
Quando os três chegaram a Emaús, o sol já tinha se posto. Tudo estava quieto naquela pequena cidade quando chegaram ao lar de Cleopas. Os campos estavam agora em silêncio após os trabalhos do dia. As lojas estavam fechadas, e as ruas vazias.
Lucas 24:28 diz que o estranho “fez como quem ia para mais longe.” Os discípulos ficaram tão fascinados com as coisas que ouviram, que não queriam que Ele os deixasse, então disseram: “Fica conosco”, no versículo 29.
Entretanto, o estranho parecia não aceitar o convite. Isto os alarmou, pois não queriam deixar de estar em Sua presença. Estavam com tanta fome de mais das escrituras que insistiram em convidá-Lo, dizendo: “é tarde, e já declinou o dia.” Cristo então cedeu ao apelo e “entrou para ficar com eles.” Pense nisto: o vitorioso Rei do universo estava disposto a entrar neste humilde lar e aceitar a hospitalidade. Vocês acham que Cristo faria o mesmo hoje? Eu sei que faria!
E se os discípulos não tivessem insistido para que ficasse com eles? Podem imaginar o que eles teriam perdido? Teriam perdido a revelação mais maravilhosa do Cristo vitorioso e ressurrecto, e suas almas teriam ficado sem a plenitude da bênção que Cristo anelava concedê-los. Queria revelar-lhes a Si mesmo, mas esperou até ser convidado. Cristo nunca força a ninguém. Cristo está interessado naqueles que dEle necessitam. Ama se revelar a estes, pois reconhecem a própria fome espiritual e desejam mais bênçãos. Ama alegrar os mais humildes e tristes corações. Se formos indiferentes demais para pensar em Cristo; se não reconhecermos que temos hóspedes celestiais que querem nos abençoar e nos cercar de alegria e amor, isto não se realizará. Ele passará, e perderemos uma oportunidade maravilhosa. Não O reconheceremos mais do que os dois discípulos no caminho de Emaús. Oh! amigo, convida-O hoje! Não perca a bênção.
Quantas vezes você negligenciou fazer o convite a Cristo? Ele com prazer entrará no seu lar e o abençoará com Sua presença. Nenhum lar é humilde demais para Ele, nenhuma alma pecadora demais. Olha o que Ele fez aos samaritanos. Olha o que Ele fez a Maria, Marta e Lázaro. Olha o que Ele fez a Zaqueu. Você e eu podemos ter a mesma presença de Jesus em nossos lares, como se Ele estivesse literalmente presente na Terra. O Espírito Santo O trará aonde estivermos. Oh! amigo, insista para o Salvador ficar. Este é o pedido mais importante que você jamais poderia fazer a Ele. Pois quando Ele está com você, de nada se tem falta. A salvação chegou ao seu lar.
Ao entrarem em casa, a presença do Deus Todo-Poderoso repousou sobre eles. Ao prepararem o simples pão para a refeição da tarde, pouco se davam conta da surpresa que os esperava. Ao colocarem o alimento diante do convidado, o qual tomou assento à ponta da mesa, assim como fará na Terra renovada, estendeu as mãos para abençoá-lo, como fará naquele grande banquete, nas bodas do Cordeiro, quando pecado e pecadores não mais existirem. Assim como será então, foi para os discípulos naquele humilde lar. Ali, ao estender as mãos perante Deus para pedir Sua bênção, da mesma forma que fizera centenas de vezes perante os discípulos, estes viram as marcas inconfundíveis dos pregos cruéis que O penduraram na cruz. De repente, os dois homens se deram conta de quem estava com eles. Caíram para trás espantados. Era Cristo! Era o Senhor Jesus! Ele ressurgiu dos mortos!
Ficavam cada vez mais impressionados, à medida que o significado do ocorrido ia sendo compreendido. Deram-se conta de que Cristo estivera com eles durante praticamente a jornada inteira de Jerusalém para Emaús. Perceberam que foi Ele quem explicou-lhes as profecias das escrituras como nunca antes. Agora que seus olhos espirituais estavam abertos, estavam preparados para também terem os olhos físicos abertos. Então, viram o Senhor Jesus, seu Salvador. Instantaneamente, pularam dos assentos para prostrarem-se em reverência diante dEle e adorá-Lo; mas Ele desapareceu da presença deles. Versículo 31.
Tinham acabo de caminhar com Aquele que fora, tão recentemente, colocado em um sepulcro. Tinham estado há pouco conversando com o Cristo ressurrecto, e foram-lhes necessários alguns momentos para processarem tudo aquilo. Então exclamaram: “Porventura não ardia em nós o nosso coração quando Ele, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?”
Cristo ama fazer o mesmo por você e por mim. Ama fazer nosso coração arder de amor e adoração por Aquele que é o nosso Salvador. Todo dia temos este privilégio. Quando começamos o dia com Cristo, Ele fará o mesmo por nós. Não podemos negligenciar esta oportunidade preciosa. Ele entrará em nosso lar e levantará suas mãos feridas para abençoar a você e sua família. Não é maravilhoso pensar nisto? O Messias, o Vitorioso, o Rei dos reis e Senhor dos senhores entrará no seu lar e fará seu coração arder de amor e poder pelo estudo da palavra de Deus. Ele também se revelará a você pelas escrituras de uma forma que você jamais entendeu.
Os dois discípulos ficaram tão estupefatos com as boas novas, que tinham que compartilhá-las com os discípulos que estavam em Jerusalém. Mas isto significava ter que voltar os doze quilômetros no escuro. Perderam a fome e deixaram a refeição sobre a mesa. Estavam energizados e cheios de alegria pelas maravilhosas notícias da ressurreição de Cristo! Determinaram-se a imediatamente ir contar tudo aos discípulos em Jerusalém.
Lembre-se que a estrada de volta para Jerusalém era montanha e, em algumas partes, perigosa, particularmente à noite. Mas mesmo assim, apressaram-se de volta. Sua mensagem era importante demais para esperarem até segunda de manhã. Passaram por lugares íngremes. Para cima e para baixo seguiam eles pela tortuosa estrada. Escorregavam nas pedras, mas novamente retomavam o equilíbrio e prosseguiam. Perdiam-se, e novamente encontravam o caminho. Às vezes correndo, às vezes andando, parando só para dar tempo de retomar o fôlego, seguiam os discípulos o mais rápido possível de volta à cidade.
Com eles nas trevas estava o próprio Jesus. Não podiam vê-Lo, mas Ele estava ali, protegendo-os pelo caminho.
Amigos, que maravilhosas notícias! É importante compreendermos que Jesus segue pelo caminho conosco, mesmo quando não podemos vê-Lo. Ele está ao seu lado, não importa quão duro, escuro ou difícil seja o caminho. Ele conhece o caminho, e o ajudará a manter-se nele.
Os discípulos continuavam o mais rápido que podiam. A noite podia ser a mais escura possível, mas a luz de Cristo brilhava sobre eles. Tinham dEle a alegria. Tinham nova perspectiva, novo ponto de vista. Viviam agora em um novo mundo. Para eles, tudo era brilhante e cheio de esperança, mesmo na escuridão da noite. Não estavam mais de luto. As lágrimas pararam de escorrer. Agora repetiam as palavras: “Ele ressuscitou, Ele está vivo.”
Mais uma vez, isto é o que Cristo quer fazer por você e por mim. Quer tomar a escuridão que há em nós e transformá-la com a luz da Sua presença. Quando você estiver em dificuldades, ou passando por uma fase escura na vida, este é o modo de Deus oferecer-lhe a mesma experiência que concedeu a estes dois homens devotos.
Quando eles finalmente chegaram a Jerusalém, entraram pelo portão leste, que à noite ficava aberto durante os festivais. Imagino que estavam com leves machucados e arranhões da apressada jornada pela traiçoeira estrada. Mas tudo estava quieto. As luzes das casas apagadas. Muitos tinham ido dormir. A lua brilhava nas ruas desertas.
Cleopas e seu amigo seguiram caminho para o lugar onde sabiam estar os discípulos, o exato local onde Jesus realizou a última ceia com eles antes de Sua traição, perseguição e morte. A porta estava trancada. Batiam, mas ninguém respondia. Ao dizerem seus nomes, a porta é aberta com cautela. Afinal de contas, os que estavam lá dentro não desejavam outro traidor. Ao entrarem, alguém invisível entra com eles. Eles trancaram a porta para protegerem-se de quaisquer espias ou inimigos não desejados.
Os discípulos estavam falando animadamente sobre as notícias da ressurreição de Cristo. “Ele está vivo”, disseram a Cleopas e seu amigo, “Deus seja louvado! O Senhor apareceu a Simão.” Então os dois homens, ainda ofegantes da jornada a Jerusalém, contaram sua história, da caminhada de duas horas com Cristo explicando-lhes as profecias, do convite para Cristo ficar com eles e de como O reconheceram quando Ele levantou as mãos para abençoar o pão. Disseram tudo; sobre seu desânimo, e a forma pela qual Cristo trouxe-lhes esperança, sobre sua falta de fé, e como esta foi substituída pela alegria que agora ardia em seus corações.
Alguns dos discípulos ainda não conseguiam acreditar nisso. Ainda estavam prostrados de tristeza pelas grandes decepções que sofreram.
De repente, ali estava Cristo no meio deles. Surpresos e apavorados, os discípulos olharam para a porta, e viram que continuava trancada. Como Ele entrou? Ninguém bateu à porta. Não houve barulho de passos. Será que era um fantasma? perguntavam-se. Estavam tomados de medo e terror, é o que a Bíblia diz em Lucas 24:37.
Então Jesus dirige a palavra a eles com aquela voz bem conhecida de todos, melodiosa, cheia de alegria e segurança: “Paz seja convosco”, Ele disse, no versículo 36. Cristo muitas vezes dissera palavras de conforto como estas, as quais eram, portanto, familiares.
Mas eles ainda estavam incertos, e Ele podia ler seus corações. Nos versículos 38 e 39: “Por que estais perturbados”, perguntou, “e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.”
Aqui, Jesus enfatiza um ponto muito importante. Ao apontá-los Sua carne e Seus ossos, estava enfatizando a Sua humanidade. Também mostra-lhes as mãos e os pés porque as cicatrizes também têm o intuito de lembrar a eles e a nós de Sua humanidade por toda a eternidade. Ele quer que os discípulos entendam que Ele é um com a raça humana. Ele é um de nós. Ele pode ter capacidades que não temos porque é Deus, mas Ele é humano. Para sempre humano. Para sempre Deus conosco, assim como o nome Emanuel revela.
Os discípulos olharam para as mãos de Jesus e viram as marcas dos pregos que nos lembrarão para sempre de Seu grande sacrifício. Olharam para os pés, e mais uma vez lembraram-se do Seu grande amor. Nenhum espírito teria um corpo e ossos que tenham sido pregados numa cruz.
Os discípulos reconheceram Sua voz. Era como nenhuma outra, suave, calorosa, amável e gentil. Foram tranquilizados pelas Suas palavras.
Finalmente, embora o fato da presença de Cristo estivesse começando a entrar em suas mentes perplexas, e o gozo começando a encher seus corações, o espanto era ainda tão grande que foi difícil para eles crerem.
Para ajudá-los a assimilar, Jesus perguntou-lhes: “Tendes aqui alguma coisa que comer?” Comer não é algo que um espírito precise fazer. Jesus, entretanto, comera com eles muitas vezes, e isto os ajudaria a entender que não era uma visão, não era uma alucinação. Era real. Era o próprio Cristo assentado com eles. “Então lhe deram um pedaço de peixe assado, o qual ele tomou e comeu diante deles.”
Agora fé e alegria enchiam seus corações. Sim, era realmente Cristo. Não era uma aparição, e reconheceram-nO como o Salvador. Com aquelas palavras de paz ainda frescas na mente, os discípulos adoraram-nO.
“Jesus está sempre pronto a comunicar paz às almas carregadas de dúvidas e temores. Espera que Lhe abramos a porta do coração, convidando: Fica conosco. Ele diz: ‘Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.’ Apoc. 3:20.” Isso está em O Desejado de Todas as Nações, p. 803.
Após haver comido, Jesus fez outro estudo bíblico com os discípulos: “São estas as palavras que vos falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” Isto se encontra no versículo 44.
Jesus lembrou-lhes de Suas palavras. Queria que aprendessem a considerar Sua palavra verdadeira e fiel, mas também os dirigiu às escrituras. Versículo 45: “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras.” Explicou-lhes as profecias. Explicou como Ele as tinha cumprido. Você consegue imaginar como os discípulos agora ouviam atentamente ao que Jesus estava dizendo? Todas as ideias que tinham deixado de lado por não quererem ouvi-las faziam agora tanto sentido. Agora podiam verdadeiramente entender a missão de Cristo ao mundo. Muitas vezes realmente não entendemos a verdade das escrituras, a menos que passemos por alguma experiência que a reaviva. Quando passamos por períodos obscuros da vida, Deus os utiliza para ajudar-nos a entender como Ele opera nas sombras. Depois de passarmos por isso, temos uma compreensão muito melhor do significado das palavras encontradas nas escrituras.
Cristo concluiu a lição atraindo-lhes a atenção novamente às escrituras. Os versículos 46-49 dizem: “Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; e que em seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.” Agora Jesus dá aos discípulos alguma instrução acerca do dever deles. Deviam pregar a Cristo entre os judeus que não criam. Tinham que seguir as pegadas que Cristo deixara adiante deles. Tornou-se mais claro para eles que tinham uma obra a fazer de ganhar o mundo para Cristo, e explicar os mistérios da salvação. Logo teriam que sair e ajudar outros a entender as escrituras da mesma forma que Jesus fizera com eles. Deviam explicar as profecias para que almas encontrassem o caminho da salvação. Deviam profetizar acerca do futuro.
Agora compreendiam as escrituras de uma forma nova e viva. Agora se deram conta de que deviam ir e dizer a outros as verdades que Cristo lhes confiara. João 20:22: “E havendo dito isso, assoprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.”
Cristo deu a Seus discípulos uma amostra do Espírito Santo que havia de vir sobre eles após Sua glorificação. Deu-lhes uma pequena dose para confiar-lhes a grande comissão do evangelho. É como se estivesse designando-lhes o trabalho.
E hoje, Ele faz o mesmo por nós. Dá-nos uma medida de Seu Santo Espírito para que sejamos cheios de poder para começar a obra que nos é designada. Ao fazermos isso, Ele nos concede mais de Seu Espírito. O recebimento desta dádiva nos prepara a aceitar o poder do Espírito Santo na chuva serôdia. O Espírito Santo é a vida da alma. Também é o método de Deus de trazer a vida de Cristo aos nossos corações para vivermos a Sua vida. Então estamos aptos a ser Suas testemunhas, ministrar a almas perdidas e trazê-las a um conhecimento de Sua graça salvadora. Nestes últimos dias, o Espírito Santo é dado para fortalecê-los para a obra de alcançar almas perdidas em trevas e trazê-las à luz. Devem ser proclamadas as profecias acerca dos últimos dias e da preparação necessária para recebê-las.
Então, amigos, se vocês se sentem no “caminho de Emaús” de sua experiência, este é o momento de voltar à Bíblia e aprender as lições que Ele ensinou a Cleopas e seu amigo. Faça de Cristo seu companheiro constante. Ele tem um propósito para vocês. Deixe-O conduzir as dificuldades da sua vida.
Pai nosso, quão agradecidos estamos pela história dos dois discípulos no caminho de Emaús. Que preciosas lições são nela ensinadas! Oro para que diariamente façamos de Cristo nosso companheiro constante. Precisamos de Sua instrução e ensino. Precisamos de Seu amor para conceder poder à nossa alma. Hoje, Senhor, não nos deixe desanimar por causa das circunstâncias. Mas faz-nos aprender a regozijarmos em todos os nossos desapontamentos e desânimos. E nós Te agradecemos e Te louvamos por toda a eternidade. Mostra-nos gentilmente a Tua verdade, como fizestes por Cleopas e seu companheiro. Em nome de Jesus eu Te peço, amém.
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