“Para Um Tempo Como Este” – parte 1
By Pastor Hal Mayer
A poderosa história de Ester firma-se como um livro fenomenal de ensinamento sobre o grande conflito. É uma história que contém lições importantes para todos os que a lêem nas Escrituras. As meninas amam Ester e querem ser semelhantes a ela, talvez porque seja a história clássica de uma vitória miraculosa com tremendas implicações. Entretanto, as crianças não são as únicas para as quais esta incrível e dramática história tem significado. A vida de Ester é grandemente significativa para nós que vivemos exatamente no fim do tempo. Enquanto a estudarmos, durante os próximos dois meses, estarei orando para que vocês alcancem uma grandiosa bênção, e para que também comecem a ver as histórias do antigo testamento de uma forma diferente da que vocês já tenham visto antes. Deus colocou essas histórias lá para abrir nossos olhos acerca das coisas que estão para vir sobre nós no fim do tempo, e advertir-nos dos perigos e problemas envolvidos nos eventos finais que estão para ocorrer. Após ouvir esta série de mensagens, vocês nunca mais olharão para as histórias Bíblicas do antigo testamento da mesma forma.
Antes de começarmos, vamos juntos pedir mais uma vez as bênçãos de Deus sobre nosso estudo. Nosso Pai que está nos céus, obrigado pelas histórias Bíblicas que nos falam de Teu amor e vigilante cuidado sobre Teu povo. Obrigado pela evidência que nos mostra que estamos vivendo no fim do tempo, e que logo Jesus voltará. Mas há uma crise que sobrevirá ao povo de Deus, imediatamente antes do retorno de Jesus, e nós queremos estar prontos para ela. Enquanto estudarmos a história de Ester, por favor, Senhor, abra nossos olhos e nossas mentes para as coisas que ainda não vemos. Dá-nos o alimento fresco da palavra para nos encorajar, nos confortar, e nos fortalecer. Em nome de Jesus eu oro. Amém!
Há uma declaração arrebatadora no livro “O lar adventista” que devemos ler. Encontramos essa declaração nas páginas 484 e 485, onde diz o seguinte: “Para cada família e cada escola, para todos os pais, professores e filhos, sobre os quais tem brilhado a luz do evangelho, virá nesta crise a questão apresentada a Ester, a rainha, naquela momentosa crise na história de Israel: quem sabe se não vieste ao reino para um tempo como este?” Nesses últimos momentos da história da terra, você está na situação de Ester. Nesta mesma hora você está sendo chamado para ser uma testemunha de Cristo e de sua verdade. Você tem sido chamado para o reino, exatamente para um tempo como este! Mas quantos dentre o povo de Deus possuem o caráter de Ester? Quantos estão realmente se preparando para a crise que exigirá a maior fé e ação que este mundo e a igreja de Deus jamais viram? Arrisco-me a dizer que poucas almas compreendem a enorme crise e as momentosas oportunidades que pendem à frente daqueles que estão preparados para elas.
Mas, quando estudamos o livro de Ester, temos uma visão maior e avançada dessa questão. Ela envolve o grande conflito entre Cristo e Satanás sobre a igreja de Deus, e é uma ilustração do que está para ocorrer no fim do tempo que antecede o retorno de Jesus, fornecendo ainda alguns detalhes surpreendentes. Cada personagem de destaque na história possui seu equivalente no grande conflito. A história de Ester reflete a última crise no mundo visível e no invisível. Vamos ler “Profetas e Reis” p. 605: “As penosas experiências que sobrevieram ao povo de Deus nos dias de Ester não são peculiares somente àquela época. O Revelador, olhando por sobre as eras, para o fim do tempo, declarou: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra contra o remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo.” Apoc.12:17. O mesmo espírito que, em eras passadas, levou homens a perseguirem a verdadeira igreja, levará, no futuro, a uma ação semelhante contra aqueles que mantêm a lealdade a Deus. Exatamente agora estão sendo feitos preparativos para este último grande conflito”. E eu vos digo, irmãos, que a história de Ester é a maneira de Deus nos contar o que está vindo e como está para vir. Ela também nos assegura da intervenção da mão de Deus mantendo vigilância sobre Sua propriedade.
Vamos abrir nossas Bíblias em Ester 1:1-3. “E sucedeu, nos dias de Assuero (este é aquele Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias); naqueles dias, assentando-se o rei Assuero sobre o trono do seu reino, que está na fortaleza de Susã, no terceiro ano de seu reinado, fez um convite a todos os seus príncipes e seus servos (o poder da Pérsia e Média e os maiores senhores das províncias estavam perante ele),”
Este é Xerxes, o grande, conhecido na Bíblia como Assuero, que reinou no 5º século antes de Cristo (a.C.). Ele seguiu a Dario Histaspes, o qual tinha feito o segundo decreto liberando os judeus para que eles pudessem retornar à sua terra natal e reconstruir o templo. Dario tinha-lhes dado grandes vantagens. Em “Profetas e Reis” nos é dito que Deus previu que um terrível tempo estava para vir sobre Seu povo, e assim Ele comoveu Dario a encorajá-los a partir. Entretanto, aqueles que não partissem iriam ficar face a face com a morte. Você acha que isso tem alguma aplicação para nossa história hoje? Deus nos tem dito muitas e muitas vezes que devemos deixar as cidades, por exemplo. Contudo, muitos do povo de Deus falham em obedecê-Lo nisso. A despeito das dificuldades (como também havia no passado) é mais fácil agora do que jamais o foi. Aqueles que estão orando e pleiteando com Deus por isso, certamente terão uma resposta. Isso pode requerer sacrifício, mas Deus abrirá um caminho. Quando a vontade de Deus é tornada conhecida a nós, resta-nos agir seguindo o Seu conselho, dependendo Dele para abrir as portas de oportunidades, como Ele fez para os judeus no reino de Dario. Mas permanecer onde Deus disse que não devemos estar é loucura. A crise final será muito mas terrível nas cidades, e mais intensa do que nas áreas mais remotas do mundo.
Mas aquele tempo favorável para os judeus partirem de Babilônia tinha passado, e agora eles estavam prestes a enfrentar um tempo de angústia como eles nunca haviam experimentado, um decreto de morte. Você não acha que as advertências e avisos de Deus hoje são para o nosso bem? Estamos prestes a enfrentar um tempo de angústia tal qual nunca houve, e mais do que nunca, precisamos de Suas advertências e conselhos. Mais do que nunca!
Entretanto a maravilhosa e amorosa ternura de Deus é vista ao preparar Ele uma libertação para o Seu povo. Você não fica cheio de gratidão por Deus ser tão bondoso e gracioso? Você não acha que Deus abrirá ao Seu povo um caminho de libertação no tempo de angústia tal qual nunca houve? Com certeza Ele fará isso. Mas se nós não O obedecermos, essa libertação não será para nós.
Tenha em mente, enquanto estudamos, que uma alegoria humana de coisas divinas não se pode encaixar em todos os pormenores, por assim dizer. Seres humanos, e especialmente aqueles que são carnais, nunca podem refletir completamente o caráter de Deus e Seus propósitos. Contudo, há na história um princípio imbatível que transcende as limitações humanas. É esse princípio que nós vamos estudar, e eu creio que você se maravilhará ao descobri-lo. Quando Deus quer nos falar sobre coisas grandes e importantes, Ele usa histórias humanas para ilustrá-las. Por exemplo, Assuero é carnal e adora festejar e beber, e, no entanto, nós podemos ver que ele executa um importante papel na ilustração que o livro de Ester apresenta da crise final.
Um outro exemplo da natureza alegórica do livro de Ester envolve a festa. Uma festa é também um princípio do reino de Deus. Não uma festa corrompida, é claro! Todavia, ela é um elemento muito importante. Você e eu somos convidados a participar, depois de tudo, de uma festa chamada as bodas do Cordeiro. E o próprio Jesus bate na porta de nossos corações e promete vir e festejar ou cear conosco. As refeições deveriam ser ocasiões muito cativantes, e Deus usou festa e refeição nos serviços do santuário, nas ordenanças que Ele deixou para Sua igreja, na nova terra, e em outras formas para ligar Seu povo a Si Mesmo. A festa de Assuero, apesar de grandemente corrompida, é um tênue símbolo da festa que Deus quer ter conosco. E você verá por que.
Agora note o verso 4: “para mostrar as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta dias.” Assuero manteve essa festa por seis meses. Ela ia continuamente, sem parar. Perceba que ele apresentou às pessoas as riquezas de seu glorioso reino. Não é isso que Deus quer fazer? Ele não quer mostrar a nós as riquezas de Sua graça? Seu caráter e os ricos princípios de Seu reino? Veja: Efésios 2:7: “para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da Sua graça, pela Sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.” A que maravilhoso Deus nós servimos!
Pense nisso! Você está sendo convidado para ser um príncipe ou uma princesa, e um nobre no reino celestial. Você é convidado a se tornar parte do poder do universo, e vir a uma festa com Cristo, na qual Ele lhe apresentará Sua majestade e poder na vida e no testemunho de Seus seguidores. Apocalipse 1:6 diz que seremos “reis e sacerdotes” com Deus e Cristo em Seu trono, e um dia Ele nos mostrará as maravilhas de Seu universo, semelhante ao que Assuero fez em seus dias. Nós ficamos fascinados com a glória do céu, parecido com a maneira com que o povo comum, na festa de Assuero, ficou fascinado pela beleza e glória de sua corte no verso 6. “As tapeçarias eram de pano branco, verde, e azul celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de mármore vermelho, e azul, e branco e preto.”.
Ouça essa declaração do livro “Conflito e Coragem” na página 243: “Ocasiões de indulgência, tais como a apresentada no primeiro capítulo do livro de Ester, não glorificam a Deus. Mas o Senhor realiza Sua vontade através de homens que estão, todavia, extraviando a outros… O Senhor executa Seus planos através de homens que não reconhecem Suas lições de sabedoria. Em Suas mãos está o coração de todo regente terreno, para volvê-lo aonde quer que Ele queira, como Ele volve as águas do rio”.
Então Deus nos fala de detrás das cenas, das sombras, de Sua posição de vantagem. Assuero, a despeito de sua indulgência e licenciosidade, revela algumas coisas sobre o futuro, coisas que nós não veríamos de outra forma. Apesar de ter sido ludibriado por Hamã, a rede resultante é a mesma do grande conflito e na crise final. Deus pode permitir que Satanás execute seus planos no mundo e na igreja. Contudo, a despeito da impiedade humana, Deus usou Assuero para representar a Si mesmo na grande controvérsia e na crise final, e abrir nossas mentes à surpreendente natureza dessas coisas.
Assuero, por exemplo, é o juiz máximo. Sua palavra é lei, e suas decisões são finais. Além dele, não há outro a quem apelar. Ele ocupa a mesma posição, no reino, que Deus ocupa no grande conflito. Apesar de ser humano, e inclusive um humano bastante degradado, Deus, em Sua misericórdia para conosco, coloca-o nessa história de tal maneira que nós possamos ver a justiça de Deus sobre os inimigos de Seu povo. Assuero não pode representar Deus no sentido mais pleno, mas ele executa um papel na controvérsia, que é similar ao papel que Deus também executa.
Verso 5: “E, acabados aqueles dias, fez o rei um convite a todo o povo que se achou na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.”
Agora, nós temos uma outra festa. Desta vez, a festa é somente para aqueles que estão na cidade do palácio de Susã, que fica aproximadamente a 240km ao leste de Babilônia, atualmente no Iraque. Essa festa apresenta a generosidade de Assuero. Ele é, na verdade, um homem interessado em todas as questões e assuntos, mesmo os domésticos. A descrição do palácio nos revela que deve ter sido um lugar extremamente magnífico, uma visão não familiar para muitas pessoas que estavam lá. Sem dúvida alguma, nossos olhos também se fascinarão ao vermos o palácio celestial onde Jesus festejará conosco.
Note agora o verso 7: “E dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do rei.”.
O vinho de Assuero era, sem dúvida alguma, fermentado, mas ele não forçou ninguém a beber. Cristo nunca força a vontade e nem a consciência. E nestes últimos dias, quando a verdade e a luz da palavra de Deus é mais abundante do que em qualquer outro tempo na história, Deus ainda deixa Seus assuntos à escolha de seres que os aceitam ou não.
Agora a história começa a ficar interessante. Versos 10 e 11: “E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.”
Observe o propósito do rei. Ele queria apresentar a todo o seu povo e regentes a beleza de sua rainha. E não é isso o que Deus quer fazer com Sua igreja? Não é esse o propósito de Deus: revelar a Si mesmo no caráter de Seu povo? Nas Escrituras Sagradas, uma mulher representa uma igreja. A igreja de Deus é a Sua esposa. Deixe-me ler para vocês este texto do Espírito de Profecia:
“Muito próxima e sagrada é a relação entre Cristo e Sua igreja, Ele É O Esposo, e a igreja, a esposa”. Isto está no Boletim da Conferência Geral de 1º de julho de 1902. Apesar de em outros lugares a noiva ser descrita como a nova Jerusalém, ela, na verdade, representa o centro do reino de Cristo, Seu palácio, Sua Susã. O povo é parte de Seu reino real. Suas lealdades e afeições estão sobre Jerusalém, onde estão o palácio e o templo. Contudo, a nova Jerusalém representa também a igreja de Deus onde Ele habita e sobre a qual Ele rege.
Verso 12 : “Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.”
Você pode encontrar uma igreja que recusou obedecer a Deus e revelar Sua glória e caráter? É claro que você pode! Israel falhou em refletir a glória do caráter de Deus. Eles não podiam mais ser Seu canal de luz para o mundo. Deus teve de depô-los da condição de serem Sua igreja, assim como o rei Assuero depôs Vasti. Deus teve que escolher outra esposa.
Verso 16: “Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.”
Vasti tinha perdido Sua posição. Ela não mais podia representar o rei em sua esfera de influência. Da mesma forma, a nação de Israel havia perdido a influência que Deus lhe havia dado, e não podia mais representá-Lo. Note também que os conselheiros ficaram temerosos de que “se levantasse muito desprezo e ira”. Imagine o que teria ocorrido se Israel tivesse cumprido o propósito de Deus! Você acha que teríamos tido tantas guerras sanguinárias na história? Você acha que teríamos testemunhado o holocausto? Você acha que estaríamos enfrentando os resultados do movimento feminista e do movimento gay, que surgiram, de certa forma, pela abundância de desprezo e ira? Quando os princípios de Deus para a ordem familiar são perturbados, criam-se resultados perniciosos. Aqui, na história de Ester, vemos uma predição de o que aconteceria com a sociedade se houvesse multidões de famílias desequilibradas. Isso é uma clara advertência para o próprio tempo em que vivemos, justo antes da crise final.
Alguns anos após Vasti ter sido destronada, Assuero decide escolher uma nova rainha. Ele esteve em guerra com os gregos e ficara distraído. Os servos do rei propuseram-lhe um plano simples: traga ao palácio todas as mais lindas mulheres, e então “faça a sua escolha”. (Já entramos no cap.2).
Agora outro personagem é introduzido na épica história; seu nome é Mordecai. Antes de descobrirmos quem ele representa no grande conflito, vamos aprender algo sobre ele. Ele é um guardador ou guardião do portão do palácio. Talvez ele seja o próprio encarregado da segurança do palácio. Ele também pode ter sido responsável pelos camareiros ou eunucos que guardavam os portões internos do palácio. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai se não for por Mim”. De muitas formas, Mordecai verdadeiramente representa a Cristo no grande conflito. Ele é o guardião do caminho que leva ao rei, ilustrando assim simbolicamente a obra de Cristo em abrir o caminho para o convívio eterno com nosso Pai celestial. É através de Cristo que temos o perdão de nossos pecados, o favor de Deus, e um lar eterno nos céus. Sem Cristo é impossível termos acesso aO nosso Pai.
Há outras formas nas quais Mordecai representa Cristo. Ele é o grande antagonista de Hamã, exatamente como Cristo É O grande antagonista de Satanás. Perceba, no verso 7, que ele educou Hadassah, que era sua prima. Ele a adotou em sua família quando os pais dela morreram. O que Cristo fez com Sua igreja? Ele a adotou. Ele a alimenta e cuida dela assim como Mordecai o fez com Hadassah. O verso 7 nos diz que ele a “Tinha para si como sua própria filha”.
Mordecai estava sempre no palácio. Ele estava familiarizado com os acontecimentos da corte. Ele conhecia bem os procedimentos e os processos legais da corte, os planos do rei, e conhecia pessoalmente a família do rei. Assim também Jesus está familiarizado com o céu. Ele conhece bem os desafios legais que envolvem o grande conflito; Ele é totalmente, plenamente familiarizado com os planos dO Pai, e é intimo da família do céu. Com o desdobrar da História você ainda verá outros importantes paralelos entre Mordecai e Cristo.
O verso 8 do capítulo 2 nos diz: “Sucedeu, pois, que, divulgando-se o mandado do rei e a sua lei e ajuntando-se muitas moças na fortaleza de Susã, debaixo da mão de Hegai, também levaram Ester à casa do rei, debaixo da mão de Hegai, guarda das mulheres.”
Depois que todas as outras virgens chegaram no palácio, aí Mordecai enviou Ester. Isso foi estratégico. Ele pretendia que a beleza dela pegasse a todos de surpresa. É óbvio que Ester representa a Igreja de Deus. Porém, mais especificamente, ela representa a última igreja ou a Igreja Remanescente. E quando você pensa um pouco sobre isso, você vê que, em comparação com a igreja remanescente, a maioria das outras igrejas está mundanizada, tanto na doutrina quanto no caráter. Quando as pessoas compreendem a mensagem Adventista do Sétimo Dia, elas ficam surpresas por nunca terem considerado quão profunda e completa ela é. Mesmo podendo ainda encontrar Deus em outras igrejas, não há outra tão correta e bela como a última igreja de Cristo. Sem dúvida alguma, houve ciúme e inveja entre outras mulheres devido à generosa beleza que foi conferida a Ester, e talvez coisas grosseiras tenham sido ditas dela, entre as outras virgens. Assim também, não é de surpreender-nos que muitas coisas grosseiras sejam ditas da Igreja Remanescente de Deus. A verdade é que ninguém pode contestar, nem efetivamente e nem persuasivamente, suas doutrinas e princípios (sua beleza); então eles recorrem a palavras grosseiras.
Hegai não conhecia o nome de nascimento de Ester. Ele só conhecia o seu nome persa. Aparentemente Mordecai deu a ela o nome Ester para que ela não tivesse de revelar sua verdadeira identidade. Seu nome significa “ESTRELA”. E que interessante encaixe é que Ester, símbolo da igreja de Deus, seja representada como uma estrela! A Bíblia diz: “E Ele tinha em sua mão direita sete estrelas …as sete estrelas são os anjos (MENSAGEIROS) das sete igrejas.” Isto está em Apocalipse 1:16, 20. Essas estrelas são os professores e ministros da Igreja, representados como estando nas mãos de Cristo. Da mesma forma, a Igreja é o mensageiro de Deus para o mundo. É a estrela brilhante nas mãos de Cristo que revela seu caráter aos perdidos. A igreja remanescente, especialmente ela, vai instruir o mundo nos mais altos e melhores princípios do reino de Deus. Mesmo apesar de a maioria tragicamente rejeitar seus ensinamentos, ela é uma estrela brilhante nas trevas dos tempos. Quão próprio foi Mordecai ter dado a Hadassah o nome de Ester! A Igreja representa Cristo, a brilhante estrela da manhã. A mulher vestida de sol possui uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça. Homens observavam as estrelas para guiarem seus navios. Os sábios magos seguiram a estrela até ao bebê Jesus. As estrelas no céu sempre proveram a certeza de que Deus é O Mesmo ontem, hoje e sempre. Desta mesma forma, a Igreja revela essa verdade sobre Deus como uma brilhante testemunha nos céus.
Incidentalmente, havia muitas outras mulheres que faziam parte do reino de Assuero. Essas mulheres deveriam ser instruídas no caminho de Deus por Ester. Assim também, Deus tem muitas igrejas que “não são deste grupo”. Entretanto, são parte de Sua Igreja, porque elas seguem a luz que têm. Eu creio que igrejas inteiras se unirão à verdade presente quando elas a entenderem e O Espírito Santo as conduzir para ela. Conheço algumas que já o tem feito. É o povo remanescente de Deus que deve ensinar-lhes os caminhos d’Ele e a Sua verdade, e conduzi-las à salvação.
Hegai ficou muito impressionado com a beleza física de Ester, mas o que realmente apela para ele é a dignidade e o caráter dela. O verso 9 diz que “Ele rapidamente deu a ela seus enfeites e quinhões”, e concedeu a ela o melhor lugar na casa das mulheres. Quando Ester veio ao palácio, ela não só era fisicamente bela, mas sua fisionomia brilhava com a luz e o reflexo do caráter de Cristo. A mesma coisa ocorre quando temos Jesus em nosso coração. Nossa fisionomia revelará o Seu amor e o Seu poder. E isso é percebido. É exatamente esse o propósito da existência da Igreja: revelar o caráter de Cristo ao mundo que a está observando, através de sua fisionomia e atitudes.
O verso 11 diz que “Mordecai passava a cada dia diante do pátio da casa das mulheres, para saber como estava Ester, e o que aconteceria com ela”. Você não acha que Jesus faz isso com a Igreja dEle? É claro que ele faz! A cada dia ele observa e vela por seu povo, tanto individualmente, como com sua Igreja coletivamente, para Se certificar de que suas necessidades sejam supridas, e de que estejam sendo nutridos no temor e admoestação dO Senhor. É por isso que é tão importante gastar tempo com Cristo a cada dia, conhecer a Sua vontade e receber alimento espiritual dEle. Sem isso você não pode fazer parte de Sua Igreja.
No verso 12 nos é dada uma interessante visão do processo de purificação pelo qual essas mulheres passaram. Eu tenho interesse especial nesta parte, pois o plano da redenção também trata da purificação. A Igreja de Deus deve ser purificada, caso contrário, ela não pode ser redimida. Mas, preste bem atenção nesse verso. Ele diz o seguinte: “(Pois assim eram cumpridos os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com doces aromas, e com outras coisas para a purificação das mulheres”.) Note que a purificação de Ester e das outras virgens foi durante um ano inteiro. Ester, em tipo, foi purificada antes de ir ver o rei. Da mesma forma, no antítipo, a Igreja, o remanescente, deve também ser purificado para ir ver seu Rei. O grande conflito não pode terminar a menos que a Igreja seja purificada. Novamente Ester é um símbolo da Igreja de Deus na Terra.
Quando Ester finalmente foi à presença do rei, a Bíblia nos diz que ele “Amou Ester acima de todas as mulheres… e ele a fez rainha no lugar de Vasti.”
Agora dê uma atenção particular ao verso 18: “Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era o banquete de Ester; e deu alívio às províncias, e fez presentes segundo a generosidade do rei.”
Você lembra o que aconteceu quando Cristo estabeleceu Sua nova Igreja? Ele derramou Seu Espírito Santo na chuva temporã “Deu (presentes) dons aos homens”. Vemos isso em Efésios 4:8. Vamos ler: “Por isso diz: subindo ao alto levou cativo o cativeiro, e deu presentes (dons) aos homens.”. Perceba que o rei Assuero, também em tipo, deu dons aos homens ao Ester se tornar rainha. Note também que há uma festa chamada banquete de Ester, para comemorar o amor dele por ela. O que fez Jesus com os seus discípulos ao estabelecer sua Igreja? Ele deu-lhes ordenanças, incluindo a Ceia dO Senhor, ou Santa Ceia – festa que comemora o amor de Deus por Sua Igreja, ao enviar Cristo para redimi-la. Há mais um pequeno evento que monta o cenário para a grande crise da vida de Ester. Parece ser um incidente insignificante. Parece que Mordecai foi alertado de um plano para matar o rei. Encontramos isso no capítulo 2, versos 21-23. “Naqueles dias, assentando-se Mordecai à porta do rei, dois camareiros do rei, dos guardas da porta, Bigtá e Teres, grandemente se indignaram, e procuraram atentar contra o rei Assuero. E veio isto ao conhecimento de Mordecai, e ele fez saber à rainha Ester; e Ester o disse ao rei, em nome de Mordecai. E inquiriu-se o negócio, e se descobriu, e ambos foram pendurados numa forca, e foi escrito nas crônicas perante o rei.”
Esta pequena viagem dentro da política da corte da Pérsia nos mostra algo importante. Mordecai é o informante de Ester, e representa, em tipo, a Jesus, que é o informante de Sua Igreja, no tocante a tudo o que afeta o bem-estar dela. Como Mordecai, Ele mantém um olho vigilante e avisa o Seu povo dos perigos e dificuldades. Ele se assenta no portão espiritual e colhe informações acerca dos planos de satanás para derrotar a menina dos Seus olhos. Os paralelos em tipos e símbolos são incrivelmente amplos, entre os personagens na história de Ester e o grande conflito. Enquanto prosseguimos, alcançaremos um claro entendimento de que a história de Ester é um tipo da última crise que o povo de Deus enfrentará antes que Jesus venha pela segunda vez.
No próximo sermão da série, nós entenderemos a história e conheceremos o plano para destruir o povo de Deus em um só dia. Também aprenderemos de mais alguns personagens que simbolizam elementos no grande conflito. Para terminarmos, permitam-me ler uma citação muito especial que mostra que temos uma obra especial para hoje, exatamente como Ester teve em seus dias. Ela também nos diz algo sobre a mensagem do próximo mês. É uma citação de Profetas e Reis, à página 605. “O decreto que finalmente será baixado contra o povo remanescente de Deus será muito semelhante àquele feito por Assuero contra os judeus. Hoje, os inimigos da Igreja vêem no pequeno grupo de guardadores do mandamento do Sábado um Mordecai no portão. A reverência do Povo de Deus por Sua lei é uma constante reprovação àqueles que têm lançado de si o temor dO Senhor e estão pisando sobre o Seu Sábado.”
Vamos orar. Nosso Pai que está nos Céus, é com os corações cheios de gratidão que estudamos a história de Ester. Reconhecemos nela que O Senhor está acima de tudo, e que está trabalhando por trás das cenas, mantendo vigilância sobre Tua propriedade. Que nós possamos ter confiança em Teu amor e benevolente coração direcionado ao Teu precioso povo remanescente. E que possamos nos apoiar fortemente em Teus braços de poder em todas as crises que passamos em nossas vidas. Oh, Senhor! Há muitos ouvintes destas fitas e CD´s que estão lutando contra o pecado. E amigo, talvez você deseje ansiosa e ardentemente deixar sua vida de pecado e viver uma vida pura como Ester viveu; estar sempre perante Cristo e Sua face. Talvez você não esteja vivendo de acordo com o nome que você professa, e esteja espiritualmente morto. Mas Jesus quer te dar a Sua paz e a certeza de Seu amor e perdão em teu coração. Você pode tê-las! Pai querido, sustenta o cetro levantado para qualquer alma arrependida que vem a Ti. Amigo, apenas ore comigo em seu coração e diga: Senhor! Tira os meus pecados e lança-os fora de mim. Toma o meu coração e purifica-o. Restaura em mim a Tua imagem para que eu tenha a coragem de enfrentar o inimigo, em Tua força. Tenho pecado tantas vezes e preciso de limpeza. Eu confio em Ti para a vida, a felicidade e a paz. E muito obrigado pela história de Ester. Em nome de Jesus, te pedimos e agradecemos. Amém!
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